Sabemos que o último trimestre do ano é o mais representativo para o setor varejista, por contar com eventos como a Black Friday e o Natal. Agora no ano de 2022 temos também a Copa do Mundo para somar com esses outros eventos, portanto, será que a Copa não pode canibalizar as vendas da Black Friday e do Natal? Ou até mesmo ocorrer uma mudança no hábito de consumo, priorizando gastos com alimentação e bebidas para assistir os jogos da Copa?
De fato, está sendo um grande desafio para as varejistas conseguirem organizar as promoções e adotarem uma comunicação assertiva nessa época. Para tentar amenizar esse efeito, grande parte das varejistas se anteciparam e desde setembro já estão realizando diversas promoções para itens específicos como, por exemplo, televisores. A Copa do Mundo é um grande impulsionador para as vendas de televisores e deve ajudar bastante as vendas da Via, Magazine Luiza e Americanas.
Vale destacar que o Magazine Luiza foi além e, desde o começo do ano, a companhia começou a vender TVs da marca chinesa Vizzion (tela menor e mais barata), com intuito de atender a população de classe mais baixa e já visando a copa do mundo.
No Brasil sabemos que a Black Friday não acontece especificamente em um dia, mas as empresas tendem a aproveitar o período para lançar uma Black Week ou até mesmo Black Month, o que pode mitigar os efeitos de uma sobreposição.
Mas a palavra certa para o momento atual é incerteza. Isso porque o consumidor que adquiriu uma televisão no segundo ou terceiro trimestre, aproveitando a antecipação da promoção de algumas empresas, talvez já não compre na Black Friday.
O poder de compra do consumidor ficou bastante deteriorado recentemente e com tantos eventos importantes próximos um do outro, será necessário escolher muito bem para onde será direcionado os recursos.
Com isso, a população direcionar seus recursos financeiros para alimentação e bebidas com intuito de aproveitar a Copa do Mundo, esquecendo um pouco mais da Black Friday e Natal, tendendo a prejudicar empresas do segmento de Bens Duráveis e beneficiar empresas do varejo alimentar.
Além disso, o fluxo de pessoas nas ruas tende a ser bastante reduzido principalmente nos jogos do Brasil, afetando diretamente as vendas nas lojas físicas.
Por fim, acreditamos que o momento atual é de cautela para o setor varejista e o quarto trimestre está bastante incerto em relação ao sucesso das vendas. No cenário macroeconômico, a inflação e taxa de juros ainda elevada deve impactar na demanda, além da confiança do consumidor que está em queda.
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Lucas Lima