No dia 2 de dezembro, a Itaúsa comunicou aos acionistas e ao mercado em geral que o Conselho de Administração da Companhia aprovou o pagamento de juros sobre o capital próprio no valor de R$ 0,1855 por ação, imputados ao valor do dividendo do exercício de 2022. Dessa maneira, após o pagamento de 15% referente ao imposto de renda na fonte, os JCPs líquidos serão de R$ 0,157675 por ação, excetuados dessa retenção os acionistas pessoas jurídicas comprovadamente imunes ou isentos.
É válido destacar também que esses juros terão como base de cálculo a posição acionária final do dia 08/12/2022 e serão pagos da seguinte forma:
- A primeira parcela até 28/04/2023, no valor de R$ 0,141 por ação (líquido de R$ 0,11985 por ação); e
- A segunda parcela até 29/12/2023, no valor de R$ 0,0445 por ação (líquido de R$ 0,037825 por ação).
JCP da Itaúsa
Valor bruto por ação: R$ 0,1855
Valor líquido por ação: R$0,1576
Data de corte: 08/12/2022
Datas do pagamento: A primeira parcela será paga até 29/04/2023, ao passo que a segunda será paga até o dia 29/12/2013
Dividend Yield (últimos 12 meses): 5,15%
Como foram os últimos resultados da Itaúsa?
No 3T22, o Lucro Líquido Recorrente da Itaúsa foi R$3,555 bilhões, aumento de 15,5% em relação ao 2T22 e de 33% em comparação ao 2T21. Já o retorno sobre o PL médio foi de 20,1% no trimestre, elevação de 1,6% na comparação trimestral e de 3,4% na comparação anual.
O Resultado Financeiro da holding atingiu R$165 milhões negativos no trimestre, uma melhora em relação aos R$27 milhões reportados no trimestre anterior e aos R$73 milhões negativos divulgados no mesmo período de 2021. O incremento de R$ 92 milhões decorreu, principalmente, do aumento das despesas com juros em função da maior taxa básica no período, da 4ª emissão de debêntures, ocorrida em junho de 2021, que financiou a aquisição de participação na Aegea e dos juros da 5ª emissão de debêntures, ocorrida em agosto de 2022, para financiar a aquisição de participação na CCR.
É válido mencionar também que Itaúsa encerrou o 3T22 com R$ 2,545 bilhões de saldo de caixa, uma elevação de 123,2% em comparação ao reportado no 2T22. A movimentação pode ser explicada pelos proventos recebidos do setor financeiro de R$ 2.226 milhões, (ii) alienação de 19 milhões de ações da XP detidas pela Itaúsa com impacto no caixa de R$ 2.443 milhões, (iii) proventos de R$ 3.668 milhões pagos pela Companhia, (iv) subscrição de R$ 799 milhões em ações da Alpargatas em seu follow-on, (v) aquisição de 10,33% de participação acionária na CCR, (vi) entrada dos recursos da 5ª emissão de debêntures e (vii) pagamento de amortização de principal e juros de debêntures emitidas no valor de R$ 711 milhões.
É interessante pontuar que a capitalização de mercado da Itaúsa em 30/09/2022, com base no valor da ação mais líquida (ITSA4), era de R$ 85,8 bilhões, enquanto a soma das participações nas empresas investidas a valor de mercado totalizava R$ 116,5 bilhões, resultando em um desconto de 26,3%, aumento de 5,4% em relação aos 20,9% do mesmo período do ano passado. Já na comparação trimestral, houve um aumento no desconto de 2,7% já que, em junho, ele se situava em 23,6%.
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Milton Rabelo
Analista CNPI 2444
