Provavelmente a dúvida mais comum do investidor, independente de sua nacionalidade, é a de saber qual o melhor momento de realizar um aporte ou de comprar determinada ação. Em específico para o investidor brasileiro incluo mais um dúvida: qual o melhor momento de comprar dólar?
Através da estratégia de Dollar-Cost Averaging podemos responder a estas dúvidas e tirar boa parte da preocupação que o investidor tem a respeito.
Além de ser bastante simples, esta estratégia se mostra eficiente aos investidores que estão em fase de acumulação e investem para prazos maiores. Traduzindo, o Dollar-Cost Averaging significa Custo Médio em Dólar e, de forma direta, indica ao investidor que ele deve fazer de forma consistente e disciplinada aportes de forma regular, independente das condições de mercado e sem buscar saber qual a melhor hora de investir.
Ou seja, no momento de aporte, ao invés de tentar adivinhar qual será a mínima cotação que determinada ação terá, faça seu aporte de maneira consistente, todos os meses, e tenha um preço médio que no longo prazo dará maiores resultados.
Isso é interessante, pois podemos estender este raciocínio para o momento de fazer uma remessa para a compra de dólares. Ao invés de esperar “o melhor momento” de fazer uma compra, faça diversas compras ao longo do tempo.
Mas caso você não esteja acreditando que esta estratégia se mostrou eficiente, confira comigo um estudo realizado por Nick Maggiulli em 2019 cujo título é Even God Couldn’t Beat Dollar-Cost Averaging.
Caso você tenha interesse em ler todo o estudo, acesse clicando aqui.
Mesmo Deus não poderia superar o Custo Médio em Dólares
Apesar do nome bastante ousado, você irá entender o motivo.
Imagine que você caiu em algum lugar da história entre 1920 e 1979 e tem que investir no mercado de ações dos Estados Unidos pelos próximos 40 anos. Você tem 2 estratégias de investimento para escolher:
- Dollar-cost averaging (DCA): Independente das condições de mercado, você investe US$100 todos os meses durante todos os 40 anos;
- Buy the Dip (BTD): Você poupa os US$100 e só compra quando o mercado está em baixa. Sendo que baixa significa realmente o melhor momento de compra, ou seja, o menor valor da cotação entre as máximas. Dessa forma, você sabe qual o melhor momento de compra. Como se fosse Deus.
Pensando nisso, qual das duas estratégias se mostrou vencedora ao longo dos anos?
É mais do que normal pensarmos que a estratégia de BTD seja melhor, pois afinal de contas você estará comprando no melhor momento. Entretanto, segundo o estudo o BTD apresenta um resultado inferior ao do DCA em 70% do tempo.
E por que isto é verdade? Porque comprar o fundo só funciona quando você sabe que um declínio severo está chegando e você sabe disso em qual momento isto irá acontecer. Ou seja, esta estratégia pode ser boa quando você tem certeza que alguma crise irá acontecer e você, de fato, sabe quando ela irá acontecer.
Pensando no mercado norte-americano, como grandes quedas não aconteceram muitas vezes, como as crises da década de 30, 70 e nos anos 2000, a compra de forma consistente se mostrou eficaz. Além disso, pensando na estratégia de comprar no fundo, se o investidor perder dois momentos em toda a janela de quarenta anos, você reduz as chances de superar a estratégia de 30% para 3%.
Mas vamos aos números do estudo para te mostrar esta promissora conclusão.
A estratégia de DCA é mais simples de ser entendida. Durante os 40 anos de investimento, o investidor irá comprar todos os meses, independente de crises ou mercado em alta. Já a BTD irá comprar no momento de mínima entre duas máximas. Para visualizar a imagem abaixo indica nos pontos em vermelho as mínimas entre 1979 e 2019, ou seja, apenas no pontos em vermelho o investidor irá fazer um aporte.
Note o grande período de acumulação entre 2000 e 2010, quando o mercado ficou de lado. Durante quase 9 anos o investidor estaria apenas acumulando e deixando de investir.
Assim, para o período de 1979 e 2019, os dois resultados seriam os seguintes.
Ao final dos 40 anos, o investidor que foi mais consistente se saiu melhor, mesmo sem saber sobre o futuro do mercado. O destaque é que ele permanece investido mesmo após uma crise, como a dos anos 2000.
Como o investidor tem uma maior volume de capital investido, ele utiliza da força dos juros compostos de forma mais eficiente, pois ele acumula mais no início. Dessa forma, a primeira conclusão é a importância do investidor permanecer mais tempo investindo do que escolhendo o melhor momento.
A seguinte frase resume bem: “time in the market beats timing the market”. Ou seja, o tempo de mercado supera escolher o melhor momento.
Mas e durante outros períodos? Como as duas estratégias performaram? O gráfico abaixo indica todas as diferentes janelas de 40 anos investindo, começando em 1920 a 1979. O resultado acima da linha tracejada indica que a estratégia de BTD foi melhor, abaixo da linha tracejada quem investiu de forma consistente foi melhor:
Aqui é indicado que em 70% do tempo a estratégia DCA foi mais interessante ao investidor.
E o mais interessante, caso o investidor não acerte o fundo em 2 meses numa janela de 40 anos, o que ainda seria uma performance muito elevada, seu desempenho perderia em 97% do tempo.
Conclusão
Ou seja, tentar adivinhar o mercado não se mostra como a melhor ideia para o investidor de longo prazo. O ideal é manter a disciplina em seus aportes e, claro, escolher bons ativos. É importante frisar que nesta estratégia genérica os investidores compraram o índice americano. A importância de comprar bons ativos a um preço com margem não se desfaz.
A estratégia de DCA serve para tirar a dúvida se fazemos nosso aporte em determinado dia ou se esperamos o mercado cair, mesmo sem saber se isto irá acontecer.
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Guilherme Morais
Analista CNPI 2682