Ao final do ano é comum que o clima festivo de Natal e de réveillon que se aproximam se propague também para as principais bolsas do mundo. Tanto que é comum durante os últimos dias de pregão das bolsas o encerramento do ano com o preços de ativos subindo, caracterizando o mês de dezembro como positivo para os investidores.
Mas por que isto acontece?
Este fenômeno é conhecido no mercado norte-americano como Santa Claus Rally, ou Rali de Natal, que é caracterizado quando mercado de ações sobe durante a última semana de dezembro, estendendo-se até os dois dias de negociação seguintes do ano novo.
Existem várias teorias sobre porque isso acontece, de considerações fiscais a investidores que utilizam seus bônus de férias, décimo terceiro e até mesmo está ligado a investidores institucionais reduzindo o volume de negociações. Mas não há uma definição exata se são estes eventos ou se existem outras hipóteses sazonais que justifiquem esta sequência tão comum de altas.
A história do rali de Natal
Em 1972 o analista Yale Hirsch mencionou este fato em seu livro “The Stock Trader’s Almanac”. Neste livro ele relata sobre diversos períodos do ano em que são “estatisticamente previsíveis” nos Estados Unidos, tais como os eventos de “Presidential Election Year Cycle”, “January Barometer” e “Best Six Consecutive Months“.
E o rali de Natal surgiu de um estudo realizado por ele durante os anos de 1950 e 1971 no índice do S&P500, comparando a performance nos sete dias de Natal. Ele constatou que, nesse período, o índice subiu em média 1,5%, sendo que desde então o mercado tem subido em média 1,3%. Além disso, o mercado foi positivo em 34 dos últimos 45 anos, pouco mais de 75%.
O que causa o Rali?
É importante ressaltar que não existem causas diretas para este efeito de alta durante o final do ano. Entretanto, algumas relações foram feitas que possam explicar por que o mercado normalmente encerra o ano positivo durante os últimos sete dias de negociação.
- O espírito natalino: o clima mais otimista gerado pela proximidade das festas e férias, trazem uma visão mais positiva para o ano que se inicia;
- Dinheiro extra: bônus, adiantamento de férias e o recebimento do décimo terceiro aumentam a liquidez e volume de capital investido;
- Investidores institucionais de folga: normalmente os fundos reduzem o volume de trabalho devido a folga ou férias de funcionários, com isso diversas operações serão realizadas apenas após o início do próximo ano;
- A expectativa do rali: a própria expectativa de rali faz com que investidores aumentem seu aporte, aumentando o volume de compras e, por consequência, os ativos têm uma alta em seus preços devido a movimentação anterior aos dias de Natal.
Vamos ter em 2022?
Na realidade ninguém sabe de fato se irá acontecer o rali de Natal e 2022 ou em qualquer ano. No entanto, comparando o desempenho do ano de 2022 até o momento, devemos esperar um retorno abaixo da média histórica, pois o mercado ainda está digerindo as falas da última reunião do FED realizada no dia 13 de dezembro.
Mas isto não quer dizer que o final de ano não será bom para o investidor. Mas tentar antecipar qualquer tipo de movimento é desnecessário para o investidor de longo prazo, pois não serão estes dias que definiram o seu resultado.
Estes eventos de mercado são interessantes de avaliarmos apenas para buscar conhecimento de como ele se comporta. Mas no final das contas, seus resultados dependem da sua disciplina em passar o máximo de natais possíveis como investidor.
Quem sabe o clima positivo não faz com que as bolsas terminem com melhores perspectivas, mesmo com tantos desafios para 2023?
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Guilherme Morais
Analista CNPI 2682