Alcançar a independência financeira provavelmente é o maior desejo dos investidores. Este objetivo vai muito além da possibilidade de poder comprar e usufruir de seu patrimônio, pois ser independente financeiramente é ser dono do seu tempo.
Imagine ter uma renda vinda de seus investimentos que seja capaz de pagar todas as suas despesas. Nesse caso você tem maior poder de escolha com o seu tempo, pois a princípio você não precisará trabalhar para obter renda para viver. Ou seja, você poderá escolher fazer o que bem entender.
Mas como alcançar este grande objetivo? Para a maioria dos investidores, principalmente os que estão começando, esta meta parece muito distante. Entretanto, podemos seguir alguns passos para acelerar este processo, sendo que o principal recurso que o investidor pode utilizar a seu favor são os dividendos.
Mas antes de seguirmos, vamos definir o que são os dividendos e entender o conceito de renda passiva.
Dividendos
De forma bastante simplificada, quando uma empresa reporta um trimestre ou ano com lucro, ela tem duas opções sobre como utilizar esse dinheiro. A primeira forma é o reinvestimento do lucro, ou seja, ela irá utilizar desse recurso para realizar novos projetos, comprar novos ativos para que a empresa continue sua trajetória de crescimento.
Outra forma bastante utilizada – sendo que esta é a que estaremos buscando para a independência financeira – é a distribuição de parte desse lucro, ou seja, a companhia irá repassar o seu lucro para os acionistas na forma de dividendos.
E para que o investidor tenha o direito de receber dividendos, basta ele ser dono de uma ação. Claro, quanto mais ações você tiver, maior serão seus dividendos.
Renda passiva
O próprio nome nos indica o conceito de renda passiva. Quando recebemos nosso salário o pro-labore, esta fonte de renda é ativa, pois foi necessário esforço e dedicação para obter este dinheiro.
Entretanto, quando você recebe dinheiro de investimentos e participação em negócios sem que seja preciso você trabalhe, esta fonte de renda é passiva. Ou seja, a independência financeira é alcançada quando a nossa renda passiva – que é aquela que não precisamos trabalhar diretamente – é suficiente para pagar todas as suas despesas.
Com estas definições, resta respondermos: como utilizar os dividendos para obter uma renda passiva que me auxilie a alcançar minha independência financeira?
Como os dividendos são parte do lucro distribuído aos acionistas e que as empresas normalmente tem um calendário de distribuição ao longo do ano, o investidor deve ter um montante investido que distribua um total de dividendos pelo menos igual ao seus gastos.
Exemplo
Imagine uma família que tenha um custo mensal de R$5.000,00. Assim, seu custo anual é de R$60.000,00. Pensando nisso, o investidor deverá buscar ter investido uma quantia que gere os R$60.000,00 ao longo do ano.
Eu sempre indico pensarmos numa base anual, pois cada empresa tem um calendário de distribuição de dividendos único, ou seja, alguns meses você poderá receber R$12.000,00 de dividendos e outro mês apenas R$3.000,00.
Mas como calcular o montante necessário?
O principal recurso que o investidor tem é o dividend yield (DY). O DY é o percentual de dividendos pagos em relação ao preço da ação, ou seja, ele nos indica a porcentagem que recebemos na forma de dividendos em relação ao preço da ação.
Pensando nisso, caso uma ação tenha o preço de R$10,00 e pague anualmente R$1,00 em dividendos, seu DY é de 10%. Dessa forma, o investidor deve analisar o DY de cada ação que compõe sua carteira e calcular o DY médio. Por exemplo, caso o DY médio da carteira seja de 1% ao mês, para obter uma renda média de R$5.000,00, conforme nosso exemplo, é preciso um patrimônio de R$500.000,00.
Com isso, podemos verificar que quanto maior o DY da sua carteira, menor será o patrimônio que garanta sua renda passiva, pois se seu DY for de 2% ao mês, você reduz sua necessidade de investimentos para R$250.000,00.
Importante ressaltar que é preciso avaliarmos cada ação e seu risco atrelado para que o pagamento de dividendos seja sustentável, pois de nada adiantará a empresa conseguir pagar muitos dividendos por um ano e na sequência reduzir seu pagamento.
Além disso, um ponto muito importante deve ser observado para que a sua estratégia seja de sucesso por muitos anos.
Inflação
Como desejamos ter independência financeira por muitos anos, é preciso atentarmos ao efeito da inflação em nosso patrimônio, pois se hoje sua necessidade de renda é de R$5.000,00, este mesmo valor não irá manter seu padrão de consumo daqui a 10 anos.
Pensando nisso, duas estratégias são importantes. A primeira é a de buscar por empresas que cresçam o pagamento dos dividendos ao longo do anos, protegendo nosso poder de compra. Outro fator importante é durante a fase de uso da renda passiva. É preciso que não seja utilizado todo o recurso, para que pelo menos uma parte seja reinvestida, para que seus dividendos continuem crescendo junto com a inflação.
Conclusão
Apesar de parecer algo quase impossível, alcançar a independência financeira é possível para todos os investidores, sendo que dois pontos podem acelerar seu objetivo. O primeiro é o foco em aumentar cada vez mais suas fontes de renda, pois assim seus aportes serão cada vez maiores. Dessa forma, sua liberdade financeira será alcançada de forma mais veloz, pois maiores aportes significam um montante cada vez maior de dividendos.
Outra forma é ajustar seu padrão de vida. Quando menor forem seus gastos mensais, menor será a necessidade de capital investido. Por isso criar um orçamento e planejar seus gastos é tão importante, principalmente no início de sua trajetória como investidor.
Pois quando mudamos nossa forma de pensar trazendo o dinheiro como uma ferramenta de liberdade, nos esforçaremos cada vez mais para que ele possa trabalhar ao nosso favor, criando a tão sonhada renda passiva.
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Guilherme Morais
Analista CNPI 2682