A inflação de janeiro registrou uma alta de 0,53%, ficando abaixo da expectativa do mercado que era de 0,57%. Nos últimos 12 meses, a inflação acumula alta de 5,77%, ficando acima da meta de inflação para 2023 que é de 3,25%, com tolerância de até 4,75%.
- O resultado foi puxado principalmente pela alta do grupo de Alimentação e bebidas (+0,59%), refletindo as fortes chuvas nas regiões produtoras. Em conjunto, os combustíveis novamente voltaram a impactar e registraram alta de 0,68%, levando o grupo de transportes a uma alta de 0,55%.
- Interessante destacar a queda de 0,27% do segmento de vestuário, após 23 meses consecutivos de alta. O movimento de redução é reflexo dos descontos praticados pelas varejistas após os preços mais elevados em dezembro no natal.
Na nossa visão, o processo de desaceleração da inflação está bastante lento, o que corrobora para visão mais hawkish do Banco Central brasileiro no seu último comunicado. Os núcleos e a inflação de serviços permanecem elevados, e somando esse fato as incertezas fiscais que temos pela frente, fica difícil visualizar alguma possibilidade de redução na taxa de juros no curto prazo. Nesse contexto, acreditamos que há possibilidade do Banco Central não mexer na taxa de juros no ano de 2023, para conseguir buscar a meta de inflação no horizonte relevante (2024).
Esse cenário permanece impactando diretamente empresas de setores como o varejista e de construção civil. Além disso, as empresas de capital intensivo que precisam de investimento para realizar o crescimento também tendem a sofrer. Por fim, é importante analisar as companhias que estão com alavancagem alta, reportando indicadores de Dívida Líquida/EBITDA acima de 3,0x ou Dívida Líquida/Patrimônio Líquido acima de 50%. Obviamente, cada caso precisa ser observado de maneira individualizada.
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Lucas Lima