Para o devido estudo das empresas que vamos investir, é preciso ter o conhecimento de base necessário para sabermos em detalhes os números e entendermos os pontos fortes e fracos da companhia.
Pensando nisso, dentre os diversos demonstrativos contábeis que são emitidos, entender sobre o Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) se torna algo fundamental para o investidor.
O que é?
O DRE é um relatório contábil que retrata as principais operações de uma empresa em determinado período, usualmente trimestral ou anual, que indicam se houve lucro ou prejuízo.
Neste documento é indicado desde a receita obtida pela empresa, seus principais gastos de mão-de-obra, matéria-prima, despesas gerais, despesas com financiamentos, impostos entre outros, até que seja encontrato seu lucro ou prejuízo líquido.
Junto do balanço patrimonial, este documento é importante para a avaliação da saúde financeira da empresa.
Para que serve?
O DRE é utilizado para o investidor entender sobre as fontes de receita da empresa e quais são os principais gastos realizados, visando entender como está sua operação. Por exemplo, através da comparação entre diferentes trimestres e anos, é possível acompanhar o crescimento da receita, se as principais despesas estão crescendo em ritmo mais acelerado ou não, se a alavancagem operacional está afetando o lucro da empresa, entre outras avaliações.
Qual a sua estrutura?
O DRE pode ser dividido em sete partes principais, conforme ilustrado na imagem abaixo.
- Receita Bruta de Vendas
Este item indica qual foi a receita da empresa no período, seja de produtos ou serviços, descontados os impostos e abatimentos.
Os principais impostos detalhados na receita bruta são o ICMS e ISS.
- Custo de mercadoria vendida
Neste item são indicados quais foram os principais custos para a empresa produzir todos os seus produtos e serviços, como por exemplo, as matérias-primas e a mão-de-obra utilizadas. Por exemplo, um restaurante tem como principais custos os alimentos comprados, a mão-de-obra de cozinheiros entre outros.
A subtração da receita bruta com o custo da mercadoria vendida resulta na receita líquida da empresa.
- Despesas Gerais
Abaixo da receita líquida são descritas todas as despesas incorridas pela companhia que não foram diretamente utilizadas para a produção. Por exemplo, aqui são descritas as despesas com vendas, com marketing, as despesas administrativas entre outras.
São todos os itens importantes para o funcionamento da empresa, mas que não são diretamente ligados ao produto/serviço vendido.
- Lucro/prejuízo operacional
Subtraindo a receita líquida das despesas é encontrado o lucro ou prejuízo operacional, ou seja, nesta linha é possível avaliar se a operação gera lucro para a empresa.
Nesta linha usualmente pode ser descrita como lucro operacional ou EBITDA, a depender da forma como estão distribuídas as despesas.
- Despesas financeiras
Caso a empresa tenha empréstimos ou financiamentos para pagar, nesta linha são indicados todos as despesas com juros e abatimento de dívidas. Caso a empresa tenha parte de seu dinheiro investida e com rendimento, os juros também são contabilizados.
- Impostos a pagar
Depois de descontado todos os gastos operacionais e financeiros, é encontrado o lucro bruto da empresa, sendo este o valor base para o cálculo do imposto de renda.
- Lucro/prejuízo líquido
Descontado o imposto a pagar é encontrado o lucro ou prejuízo líquido da operação. Ou seja, após pagar todas as contas, quanto de dinheiro restou para os acionistas?
É do lucro líquído que são pagos dividendos, são recompradas ações ou os acionistas podem utilizar do lucro para reinvestir em suas operações.
Exemplo
A imagem abaixo ilustra o DRE da Renner para o terceiro trimestre de 2022.
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Guilherme Morais
Analista CNPI 2682