O livro “A psicologia financeira” é um dos mais vendidos nos últimos anos com razão. Nele o autor Morgan Housel relata sobre diversos assuntos sobre dinheiro e investimentos que nos ajudam a lidar melhor sobre o assunto. Pensando nisso, vamos passar por alguns dos pontos do livro e alguns comentários do autor?
Antes de começarmos, já te recomendo a leitura do livro, caso você ainda não o conheça.
Paradoxos e contradições financeiras
Um dos principais pontos discutidos pelo autor é a tendência que temos de pensar que em relação ao dinheiro há apenas uma resposta certa para todos e, caso nós descubramos esta verdade, devemos segui-la. Mas quando se trata de finanças, apesar do conhecimento de matemática e de trabalharmos com números, o assunto dinheiro não funciona de forma direta.
Basta pensarmos no caso em que duas pessoas da mesma idade, que moram na mesma cidade e ganham a mesma quantia, com certeza suas decisões financeiras serão diferentes entre si e, principalmente, pode ser que ambas estejam corretas, pensando caso a caso. Pois o quanto cada um poupa, onde investir e como utilizam estes recursos será diferente, pois cada um tem a sua personalidade.
Como disse Housel: em matemática, sua personalidade não importa. Em finanças, é tudo. Isso ocorre devido à diferença da percepção de risco, sonhos e desejos de cada um.
Sendo assim, nos seus investimentos, respeito seu perfil de risco, seu nível de conhecimento e monte um plano de acordo com estas premissas, pois assim seu processo de tomada de decisões ficará muita mais prático e fácil de ser executado.
Não permita que o perfeito seja inimigo do bom
Neste ponto, Housel enfatiza sobre a incapacidade de todos nós de prevermos o futuro econômico do mundo, sobre quais ativos vão performar melhor e, inclusive, a respeito de acontecimentos pessoais, tais como a sua empregabilidade, salário, entre outros aspectos. Ele saliente que no início de 202, nenhuma revista ou estudo poderia prever sobre a pandemia, já em 2022 o assunto guerra entre Rússia e Ucrânia era pouco comentado e, recentemente, a quebra o banco SVB Financial Group que pegou todos de surpresa.
E sua fala não foi em tom de crítica, mas no sentido de uma lição prática para testarmos nossa humildade sobre a incapacidade de que temos de prever o futuro.
Dessa forma, não espere ter todas as notícias, conhecimento ou ferramentas prontas para você começar a investir. Esteja sempre preparado para desvios em seu caminho, mas nunca acontecerá de todos os aspectos serem os desejados. O mais importe é que em todos os momentos irão existir bons investimentos, principalmente para o investidor de longo prazo.
Como foi dito no primeiro tópico, crie o seu plano a partir da definição de percentuais metas por ativo, por exemplo, e siga este plano ao longo dos anos.
Felicidade e dinheiro
Outra verdade enfatizada pelo autor no livro foi a de que se as suas expectativas crescerem mais rápido do que sua renda, você nunca ficará feliz com seu dinheiro, sendo que aqui vale destacar que não importa quanto dinheiro você ganhe, seja R$1.000 mensais ou R$10 milhões mensais. Pis a conta da felicidade é usualmente feita apenas levando em consideração o desejo de ter mais, a busca por novas fontes de renda e de ter mais dinheiro. E novamente o autor não diz isso em tom de crítica, pois o desejo por melhorar de vida é fundamental para o seu crescimento pessoal.
Mas há um outro lado da balança que deve ser medido e, caso não esteja equilibrado, ter mais dinheiro não será sinônimo de felicidade. E este outro lado é o controle de suas expectativas. Basta pensarmos se uma pesquisa fosse realizada perguntado: o que aconteceria se o seu patrimônio dobrasse? Com certeza a maioria das respostas seriam a de que as pessoas teriam uma casa melhor, iriam viajar com mais frequência entre outras compras que seriam realizadas. Mas quando isto acontece, ou seja, você atinge o nível financeiro tão sonhado, o seu nível de felicidade médio não é alterado da forma como era esperado.
A razão pela qual isso ocorre é porque as expectativas das pessoas crescem tão rápido quanto, se não mais rápido do que sua renda. Por fim, ele complementa, única maneira de lutar contra isso é usar nosso dinheiro para viver uma vida melhor, colocando tanto esforço para manter nossas expectativas baixas quanto para aumentar nosso patrimônio líquido e aumentar nossa renda, pois assim haverá maior equilíbrio entre expectativa e realidade.
Dessa forma, apenas busca do dinheiro não irá trazer felicidade, pelo menos a longo prazo, pois se seu desejo por mais crescer mais rápido do que sua capacidade de fazer mais dinheiro, essa diferença entre a expectativa e realidade irá trazer frustração.
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Guilherme Morais
Analista CNPI 2682
