Fundo de Michael Burry, investidor que previu a crise do subprime, adiciona bancos regionais norte-americanos e ações chinesas

O Formulário 13-F é um relatório trimestral exigido pela Securities and Exchange Commission (SEC), análoga à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que deve ser apresentado por todos os gestores de investimentos institucionais com pelo menos US$100 milhões em ativos sob gestão. Por meio do Formulário 13-F é possível verificar as principais movimentações entre as mais importantes gestoras de ações nos Estados Unidos, como a Berkshire Hathaway. É importante notar que o Formulário 13-F deve ser arquivado até 45 dias após o final de cada trimestre e, por essa razão, nos fornece um olhar sobre movimentações passadas, fornecendo apenas uma noção (em retrospectiva) sobre a alocação dos grandes fundos. As principais movimentações de Michael Burry, investidor que previu a crise do subprime e teve a sua história contada no filme The Big Short, podem ser vistas pelo 13-F da Scion Asset Management.  

Burry adicionou bancos regionais norte-americanos e ações chinesas ao portfólio da Scion Asset Management ao longo do primeiro trimestre de 2023. Em março, Burry aparentemente adicionou inúmeros bancos regionais em seu portfólio, como o falido First Republic Bank. Além do First Republic Bank, Burry adicionou ao portfólio ações do New York Community Bancorp (NYSE: NYCB), Western Alliance Bancorporation (NYSE: WAL), PacWest Bancorp (NASDAQ: PACW) e Huntington Bancshares (NASDAQ: HBAN). Além da forte aposta em bancos regionais, Burry também adicionou ações do Wells Fargo (NYSE: WFC) e Capital One (NYSE: COF). É interessante notar que, também neste primeiro trimestre, a Berkshire Hathaway reportou a aquisição de quase 10 milhões de ações do Capital One Financial (NYSE: COF), iniciando uma exposição de aproximadamente US$1 bilhão. De forma geral, Burry parece estar bastante confiante em relação à recuperação dos bancos regionais e sobre a solidez do sistema bancário norte-americano.
Enquanto Ray Dalio está reduzindo a sua exposição em ações chinesas, Burry parece estar seguindo o caminho contrário, com uma posição bullish em relação às big techs chinesas. A Scion Asset Management aumentou a posição na JD.com em 233%, atingindo 250.000 ações e se consolidando como a maior posição em ações do fundo. Burry também tem apostado em Alibaba, segunda maior posição do fundo. A JD.com e a Alibaba correspondem a 20% do portfólio de US$107 milhões em ações. O movimento tem ido contra o fluxo – em janeiro de 2023, a exposição de hedge funds às ações chinesas caiu de 13,3% para 10,5%, demonstrando o pessimismo em relação à China, acentuado por tensões geopolíticas com os Estados Unidos.

Lucas Schwarz

@lucaschwarz

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