Diversas notícias vêm sendo veiculadas nos últimos meses sobre a dificuldade do varejo, e que as empresas do segmento de materiais de construção estão passando. Entre as principais podemos citar a Tok&Stok, C&C, Telhanorte e Camicado.
Um primeiro ponto importante a destacar é que esses movimentos não são novidades no varejo. Observando o histórico, fica clara a dificuldade do setor e o número de empresas que, apesar de consideradas gigantes, acabaram falindo. O modelo de negócio de uma varejista é bastante desafiador, um setor muito competitivo e sem tanta diferenciação de produtos, implicando em uma margem extremamente apertada e dificuldade para gerar lucro.
Acredito que o problema atual de empresas como a C&C e a Telhanorte não está relacionado ao fracasso das lojas físicas, mas nas estratégias que são utilizadas nesses pontos. Além disso, em relação aos materiais de construção quase sempre há uma necessidade de visualizar o produto “pessoalmente”. A visão é algo muito importante na percepção e na decisão de compra do consumidor. O consumidor também por muitas vezes entra numa loja de material de construção sem saber exatamente o que deseja comprar, então a exposição do produto em loja física juntamente com um atendimento de qualidade termina influenciando na venda final.
Contexto atual do Varejo
No contexto atual, a solução mais adequada é sempre buscar o crescimento no digital, sem, contudo, abandonar as lojas físicas. Estas podem ser utilizadas de maneira estratégica, funcionando, por exemplo, como um HUB para melhorar a logística e o relacionamento com o cliente.
O boom que visualizamos na pandemia em relação aos materiais de construção foi algo muito específico daquela época. A taxa de juros baixa (2%), estímulos do governo e o maior tempo das pessoas em casa impulsionam compras neste segmento. Atualmente, com a taxa de juros bastante elevada e a inflação corroendo o poder de compra do consumidor, esse tipo de compra de material de construção é deixado de lado. Visualizamos empresas na Bolsa como PortoBello (PTBL3) sofrendo nos seus últimos resultados.
Portanto, o apetite do consumidor por reformas da sua casa e renovação dos móveis reduz bastante em um cenário de enfraquecimento do crédito com taxa de juros elevada. Assim, empresas como Camicado, Tok&Stok e C&C estão sendo forçadas a alterar o plano de expansão e repensar nas estratégias do modelo de negócios.
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Lucas Lima