De acordo com a Febraban, a Federação Brasileira de Bancos, no primeiro mês do Programa Desenrola Brasil registrou-se R$ 9,5 bilhões em volume financeiro negociados. Eles se referem exclusivamente à Faixa 2, no qual há a negociação dos débitos bancários com a instituição financeira em condições especiais. Essa faixa inclui as dívidas bancárias dos clientes que tenham renda mensal superior a 2 salários mínimos e menor que R$20 mil e que não estejam incluídos no Cadastro Único do Governo Federal.
De acordo com a Febraban, nos 33 dias entre os dias 17 de julho e 18 de agosto, o número de contratos de dívidas negociadas chega a 1,5 milhão. Dessa forma, beneficiaram um universo de 1,1 milhão de clientes bancários. A adesão ao programa poderá ser até o dia 31 de dezembro.
Além disso, nesse período, os dados atualizados evidenciam que apenas as instituições financeiras “desnegativaram” aproximadamente 6 milhões de registros de clientes que tinham dívidas bancárias de até R$100. É interessante apontar que esse balanço não inclui baixas de registros de outros credores não bancários como as varejistas, por exemplo.
Bancos públicos
Entre os bancos públicos, é válido mencionar que o Banco do Brasil renegociou R$850 milhões de devedores incluídos na Faixa 2. De acordo com o banco estatal, 608 mil clientes refinanciaram débitos desde 17 de julho. Desse total, cerca de 320 mil renegociaram por meio do Banco do Brasil e 288 mil por meio da subsidiária.
Já a Caixa Econômica Federal registrou R$1,5 bilhão em dívidas renegociadas no Desenrola. Segundo balanço divulgado recentemente, a instituição financeira pública regularizou mais de 88 mil contratos de 70 mil clientes. De acordo com a instituição financeira, 92% das propostas foram renegociadas à vista. Os principais tipos de dívidas regularizadas são em operações de cartão de crédito, cheque especial e Crédito Direto ao Consumidor (CDC).
A última etapa
Além disso, a última etapa do Programa Desenrola Brasil começará entre os dias 25 e 29 de setembro. Ele será destinado aos consumidores que fazem parte da Faixa 1 do programa, à população com renda de até R$ 2.640,00 (dois salários mínimos) ou que está inscrita no Cadastro Único do governo federal.
Poderão ser renegociadas as dívidas limitadas a até R$5 mil, contraídas entre 1º de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2022. Os débitos poderão ser parcelados em até 60 vezes e a taxa de juros será de 1,99% ao mês e a parcela mínima de R$50,00. Para fazer a renegociação vai ser necessária a inscrição nos canais digitais do governo.
De acordo com o Ministério da Fazenda, existem aproximadamente 70 milhões de pessoas que têm hoje o CPF negativado que podem se beneficiar do programa. Ainda não está clara a real efetividade do programa. Porém, na compreensão do governo, as pessoas beneficiadas pelo Desenrola poderão ter acesso ao crédito novamente, o que poderia induzir o consumo e o crescimento econômico.
Apesar de o programa ter um impacto positivo para o mercado bancário brasileiro, ele não parece relevante para mudar de forma efetiva a dinâmica de receitas das instituições financeiras. Dessa forma, de forma geral, não esperamos grandes alterações nas cotações das ações em função do Desenrola Brasil.
As cotações dos bancos brasileiros, inclusive, devem performar, no longo prazo, de acordo com as especificidades de cada organização diante desse cenário de juros ainda altos, inadimplência elevada e grande nível de endividamento das famílias. Assim, para se posicionar estrategicamente nos investimentos corretos, dentro do setor financeiro ou não, quero te apresentar o Plano VG VIP!
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Milton Rabelo
Analista CNPI 2444
