Itaúsa pagará R$500 milhões em JCPs aos seus acionistas

A Itaúsa divulgou aos seus acionistas e ao mercado, de forma geral, que aprovou JCPs (Juros sobre o Capital Próprio) no montante bruto de R$ 500 milhões (R$ 0,0484 por ação), correspondente ao montante líquido de R$ 425 milhões (R$ 0,04114 por ação), considerando a retenção de 15% de imposto de renda na fonte, excetuados dessa retenção os acionistas pessoas jurídicas comprovadamente imunes ou isentos.

Vale apontar que esses juros, imputados ao valor do dividendo do exercício de 2024, terão como base de cálculo a posição acionária final do dia 19.09.2024 e serão pagos até 30 de abril de 2025.

Apesar de se tratar de uma distribuição relativamente pequena, é interessante destacar que essa é a nona vez em 2024 que a holding aprova a distribuição de proventos. Em 2023, ocorreram, ao todo, 10 pagamentos realizados entre JCPs e dividendos.

Espera-se, contudo, que, no 4T24, haja um grande pagamento de dividendos extraordinários por parte do Itaú, a principal companhia investida pela Itaúsa. Normalmente, a holding em questão costuma distribuir integralmente os proventos recebidos do Itaú a sua base de acionistas, o que deve impulsionar o seu payout e Dividend Yield.

JCPs da Itaúsa

  • Valor líquido por ação preferencial: R$0,04
  • Dividend Yield: 0,3%
  • Data com: 19/09/2024
  • Data do pagamento: Até 30 de abril de 2025

Como foram os últimos resultados da Itaúsa?

O Lucro Líquido Recorrente da Itaúsa foi de R$ 3.635 milhões no 2T24, crescimento de 22% em relação ao 2T23 devido, principalmente, ao melhor resultado recorrente do Itaú Unibanco (+R$ 506 milhões) e ao melhor resultado financeiro da holding (+R$ 98 milhões), que foram parcialmente impactados por menores resultados do setor não financeiro (-R$ 22 milhões).

No 1S24, o Lucro Líquido Recorrente foi de R$ 7.220 milhões, crescimento de 30% em relação ao mesmo período do ano anterior devido, principalmente, ao melhor resultado recorrente do Itaú Unibanco (+R$ 1.464 milhões) e ao melhor resultado financeiro da holding (+R$ 224 milhões), parcialmente impactados por menores resultados do setor não financeiro (-R$ 72 milhões). Para melhor comparabilidade, os resultados da XP Inc. do 2T23 e 1S23 foram excluídos do resultado recorrente.

Já o retorno sobe o patrimônio (ROE) sobre o PL médio foi de 18,3% ao passo que o retorno do mesmo período do ano anterior foi de 19,1%, tendo, uma variação negativa de 0,8%.

As Despesas Administrativas totalizaram R$ 46 milhões no 2T24, incremento de 7% em relação ao mesmo período do ano anterior, principalmente pela normalização da estrutura de pessoal. No 1S24, as despesas administrativas totalizaram R$ 88 milhões, crescimento de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior, principalmente, pela reversão de provisões de remuneração (ILP – Incentivo de Longo Prazo) ocorrida no 1T23 de programa de incentivo que foi descontinuado em substituição ao novo programa aprovado na Assembleia de 2023. Se desconsiderarmos esse efeito positivo no 1S23, as despesas teriam aumentado 7,1% em maior parte devido aos maiores gastos com normalização de estrutura de pessoal e honorários advocatícios de processos judiciais, além do impacto da inflação e dissídio coletivo no período.

Por seu turno, as Despesas Tributárias atingiram R$ 106 milhões no 2T24, redução de 7% sobre o 2T23, devido, principalmente, à menor despesa de PIS/COFINS frente ao 2T23, em função das menores declarações de JCP pelo Itaú Unibanco no período. No 1S24, as despesas tributárias totalizaram R$ 211 milhões, redução de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior, devido aos mesmos motivos da variação trimestral.

Vale apontar que a Itaúsa encerrou o 2T24 com R$ 3.810 milhões de saldo de caixa, cuja movimentação desde 31.12.2023 é apresentada abaixo, com destaque para (i) os proventos recebidos do setor financeiro de R$ 5.981 milhões, (ii) a emissão das Notas Comerciais de R$ 731 milhões e (iii) o pagamento de proventos pela Itaúsa a seus acionistas no montante de R$ 6.119 milhões.

Já a capitalização de mercado da Itaúsa em 30.06.2024, com base no valor da ação mais líquida (ITSA4), era de R$ 101,4 bilhões, enquanto a soma das participações nas empresas investidas a valor de mercado totalizava R$ 128,6 bilhões, resultando em desconto de holding de 21,1%, aumento de 2,3 p.p. em relação aos 18,8% em 30.06.2023.

Por fim, os investidores que permaneceram como acionistas nos últimos 12 meses findos em 30.06.2024 fizeram jus ao recebimento do montante bruto total de R$ 8,7 bilhões em proventos, equivalentes a R$ 0,846246 (bruto) por ação que, divididos pela cotação da ação preferencial em 28.06.2024, resultou em 8,6% de dividend yield.

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Milton Rabelo

Analista CNPI 2444

@miltonrabelo.financas

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