GMV: o que é, cálculo e como analisar

Na performance de empresas que atuam no varejo digital, o GMV (Gross Merchandise Volume) é um dos indicadores mais importantes.

Ele mostra o valor total das vendas realizadas em uma plataforma, oferecendo uma visão clara do tamanho e da força de um negócio online.

Apesar de ser amplamente usado por empresas como Mercado Livre, Shopee e Amazon, o GMV ainda gera dúvidas sobre o que realmente revela sobre desempenho e lucratividade.

Neste artigo, você vai descobrir como o GMV funciona, como calculá-lo, suas limitações e quais métricas complementares podem ajudar a interpretar melhor os resultados.

O que é o GMV?

GMV (Gross Merchandise Volume), ou Volume Bruto de Mercadorias, é uma métrica essencial para quem acompanha o varejo digital e marketplaces como Amazon, Magalu, Shopee e Casas Bahia.

Ele mede o valor total das vendas realizadas em uma plataforma durante um período, mostrando o tamanho e a força do negócio online.

O GMV considera impostos e taxas, mas não leva em conta devoluções, cancelamentos ou custos de produção e distribuição.

Assim, o indicador revela quanto dinheiro passou pela plataforma, mesmo que parte dele não vá para o caixa da empresa.

Por isso, ele deve ser analisado junto com outras métricas financeiras, como taxa de conversão e CAC, para oferecer uma visão completa do desempenho e da rentabilidade de um e-commerce.

Como calcular o GMV?

A fórmula básica é:

GMV = Quantidade de produtos vendidos × Preço de venda unitário

Por exemplo, se um site vendeu 1.000 unidades de creatina XPRO a R$ 80 cada, o GMV será:

GMV = 1.000 × R$ 80 = R$ 80.000

Para o GMV de toda a plataforma, o cálculo usa o ticket médio dos pedidos multiplicado pelo número total de transações:

  • 10.000 pedidos em um mês
  • Ticket médio de R$ 100

GMV = 10.000 × 100 = R$ 1.000.000

É importante lembrar: o indicador representa o valor total transacionado, e não a comissão ou receita líquida que a plataforma recebe.

Ou seja, a receita operacional da empresa será menor, após deduzir custos, comissões e taxas envolvidas nas vendas.

Limitações da métrica

O GMV é útil para medir o volume de vendas, mas não deve ser analisado isoladamente.

Ele não considera os custos da empresa na produção, distribuição ou operação das vendas, nem leva em conta descontos, devoluções ou cancelamentos.

Ou seja, se o indicador estiver alto nem sempre quer dizer que o lucro ou receita líquida também foi significativa.

Por isso, marketplaces e investidores combinam o indicador com outras métricas, como receita líquida, margem bruta, taxas de conversão e CAC, para ter uma visão completa do desempenho e da rentabilidade da operação.

Outros indicadores que podem ser analisados com o GMV 

O GMV sozinho mostra o volume de vendas de uma plataforma, mas analisá-lo junto com outras métricas oferece uma visão completa da operação. Esses indicadores ajudam a entender rentabilidade, eficiência e sustentabilidade de um negócio digital.

Indicadores operacionais e comerciais:

  • Taxa de conversão: porcentagem de visitantes que efetivamente compram ou realizam uma ação desejada. Indica a eficiência da jornada do cliente.
  • Ticket médio: valor médio gasto por pedido ou cliente. Revela padrões de consumo da base.
  • Custo de Aquisição de Clientes (CAC): quanto a empresa gasta para conquistar cada cliente. Comparar CAC com GMV mostra se o crescimento das vendas é eficiente.
  • Tempo de permanência no site ou app: mede engajamento. Permanência curta pode indicar problemas de experiência do usuário.
  • Net Promoter Score (NPS): avalia satisfação e propensão à recomendação. NPS alto indica fidelização e potencial de recompra, impactando o GMV a longo prazo.

Indicadores financeiros:

  • Receita líquida: valor reconhecido após impostos, devoluções e fretes. Comparar com o GMV mostra quanto da operação é realmente monetizado.
  • Take Rate: parcela do GMV que se converte em receita. Fundamental em marketplaces para medir a capacidade de captura de valor.
  • LTV (Lifetime Value): valor total que um cliente gera durante seu relacionamento com a empresa. Analisado com GMV e CAC, indica sustentabilidade econômica da base de clientes.
  • Margem bruta: eficiência operacional após custos diretos de vendas. Um GMV crescente com margens baixas pode sinalizar pressão competitiva ou custos altos.

Resumo: o GMV mostra o tamanho da operação, mas esses outros indicadores revelam como essa operação performa, se gera lucro e se cresce de forma sustentável.

Conclusão

O GMV mostra o tamanho e a escala de vendas de empresas digitais e marketplaces, revelando o volume total de transações em determinado período.

Porém, sozinho, o indicador não reflete a receita líquida, os custos ou a rentabilidade. Um valor elevado pode mascarar margens comprimidas, baixa monetização ou até prejuízos operacionais.

Por isso, é fundamental combiná-lo com métricas complementares, como ticket médio, CAC, take rate, LTV e margens, para entender a qualidade do crescimento e a eficiência do modelo de negócio.

Em outras palavras, o GMV funciona como um indicador de escala, não de lucro.

Ao analisá-lo de forma integrada com outros indicadores financeiros e operacionais, você consegue avaliar melhor o potencial de geração de valor do negócio e tomar decisões de investimento mais seguras e fundamentadas.

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