ETF: o que é e como investir em Fundos Índice

Quando falamos de renda variável, o primeiro tipo de investimento que provavelmente vem à cabeça são as ações, pois são o tipo de ativo mais procurado pelos investidores.

Pode ser que os fundos imobiliários sejam bastante comentados, devido ao seu crescimento nos últimos anos. Entretanto, há uma categoria de investimentos que já é bastante difundida nos Estados Unidos e que vem crescendo na B3, que são os Exchange Traded Funds, também chamados de ETFs ou simplesmente fundos de índice.

Fonte: https://blog.pagseguro.uol.com.br/o-que-e-etf/

De forma simplificada, um ETF pode ser considerado um fundo de investimento, ou seja, ao investir em um ETF você compra um conjunto de investimentos que são geridos por um gestor. Porém, ele se diferencia dos fundos tradicionais, principalmente por dois motivos.

O primeiro motivo é que os ETFs são atrelados a algum índice de referência, ou seja, eles referenciam um indicador da bolsa. Por exemplo, há ETFs listados na bolsa brasileira que referenciam o Ibovespa, ou então ETFs nos Estados Unidos que referenciam o S&P 500. Ou seja, com apenas uma cota do fundo você pode “comprar a bolsa inteira” de forma bastante simples.

Assim, quando o índice de referência for alterado, é trabalho do gestor fazer as novas alocações de forma a manter o ETF igual ao índice. Com isso, podemos dizer que um ETF é um fundo passivo, pois ele não visa bater o mercado, o seu objetivo é de apenas seguir o índice de referência.

O segundo ponto é a facilidade com que se pode comprar e vender os ETFs, pois eles são negociados em bolsa, sua facilidade de transação depende apenas da liquidez do fundo. Já os fundos de investimentos tradicionais nem sempre estão abertos para compra e muitos exigem um prazo para resgate. Além disso, o valor necessário para investir em ETF é consideravelmente menor.

Tipos de ETF

Há uma variedade enorme de ETFs, principalmente quando consideramos o mercado norte-americano. 

É possível encontrar ETFs que replicam a bolsa de valores de um país, como o Ibovespa, S&P 500, Nasdaq, bolsas de países europeus entre outros. Além disso, podemos encontrar ETFs de renda fixa, de commodities, de moedas, criptomoedas e de setores, como ETFs de empresas do setor financeiro, de tecnologia, de empresas que pagam dividendos e muito mais.

Enfim, o mercado hoje dá ao investidor diversas opções interessantes.

Rentabilidade

Cabe destacar que um ETF, assim como são os outros tipos de investimento em renda variável, não apresentam uma rentabilidade definida, assim como é a renda fixa. Um ETF irá entregar um resultado igual ao que seu índice tiver. Por exemplo, se a bolsa americana subir 5% em um ano, o investidor que tiver o ETF neste período terá uma rentabilidade próxima de 5% também.

Este valor é aproximado devido a taxa de administração que os fundos cobram. Na sessão de vantagens logo abaixo vamos entrar em detalhes a respeito das taxas cobradas.

Vantagens

As principais vantagens dos ETFs são:

  1. ETFs são simples: de forma simples e com uma única operação o investidor consegue ter acesso a diversos tipos de investimentos que se fossem realizados de forma independente, seriam mais trabalhos e de custo elevado;
  2. Diversificação: é possível comprar uma única cota e investir em diversas empresas, ou seja, é fácil diversificar a carteira com os ETFs;
  3. Baixo custo: ao contrário dos principais fundos ativos de investimento, os ETFs apresentam baixa taxa de administração. Enquanto fundos tradicionais cobram usualmente o famoso 2 com 20, ou seja, 2% de administração e 20% de performance, os ETFs tem taxa de administração abaixo de 0,30% ao ano. Nos Estados Unidos há ETFs que cobram apenas 0,03% ao ano.

Desvantagens

Entretanto, há algumas desvantagens:

  1. Impostos: Para os brasileiro o investimento em ETF exige o pagamento de impostos, independentemente do valor investido. O investidor nos Estados Unidos tem melhor flexibilidade neste ponto. Veremos este ponto de forma detalhada ao longo do texto;
  2. Menor flexibilidade: caso o investidor goste de fazer a sua gestão de carteira e escolher os ativos que deseja investir, o ETF pode não ser uma boa escolha, pois dentro deste pacote de ações do fundos, alguns nomes podem não ser interessantes ao investidor;
  3. Dividendos: Pelo menos para o mercado brasileiro esta é uma desvantagem, pois os ETFs daqui não pagam dividendos. Cabe ressaltar que ETFs nos Estados Unidos pagam dividendos.

Investindo em ETFs no Brasil

No mercado brasileiro a variedade de ETFs tem crescido ao longo do tempo, dessa forma, já é possível encontrarmos diversos tipos de ETF. A lista completa e atualizada você pode no site da B3.

No momento em que escrevo este texto a bolsa brasileira disponibiliza 74 ETFs de renda variável ao investidor, além de quase 160 ETFs internacionais listados através de BDRs. Caso você não conheça os BDRs, acesse este artigo que onde te explico tudo.

Uma barreira que pode existir em alguns ETFs brasileiro é a liquidez. Apesar desta desvantagem diminuir a cada dia, algumas opções ainda têm uma liquidez baixa, ou seja, pode ser difícil negociar um volume maior de cotas no mesmo dia.

Outro ponto importante ao se investir em ETFs no Brasil é o pagamento de imposto sobre o ganho de capital. É preciso pagar 15% de imposto em relação ao lucro em uma operação de swing trade, ou seja, com a compra e venda em dias diferentes. No caso de day trade, o imposto é de 20%. Ressalto que este valor não entra nos R$20.000,00 mensais de isenção que o investidor tem. 

Conforme descrito no item de desvantagens, os ETFs no Brasil não pagam dividendos.

Investindo em ETFs nos Estados Unidos

O mercado de ETFs nos Estados Unidos é maduro e traz ao investidor diversas opções de investimento. Atualmente há quase 3.000 opções de ETFs no mercado americano. O tamanho deste mercado por lá soma mais de US$6 trilhões.

Para o investidor global o mercado de ETFs se torna mais interessante que o brasileiro, primeiro pelo número de opções e maior liquidez do mercado. Por lá é possível encontrar ETFs mais específicos, como os de commodities.

Outra vantagem é que a isenção do investidor brasileiro de R$35.000,00 mensais vale para a venda de ETF. Algo interessante para reduzir o pagamento de impostos.

Ao contrário do mercado brasileiro, usualmente os ETFs americanos pagam dividendos de forma trimestral.

Conclusão

Os ETF são uma forma interessante do investidor diversificar sua carteira de investimentos de forma simplificada.

É preciso apenas ficar atento às diferenças entre o mercado brasileiro e americano para que o investidor possa aproveitar ao máximo as vantagens em relação a cada país.

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Guilherme Morais

Analista CNPI 2682

@guilhermeammorais

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