O poder dos dividendos no mercado norte-americano

Para alcançarmos nossa liberdade financeira e obter a tão sonhada renda passiva que nos dará tranquilidade no futuro, ter em carteira boas empresas pagadoras de dividendos é fundamental. Sendo que de preferência buscamos por empresas que consigam crescer ao longo dos anos seu lucro e, como consequência, os dividendos, a fim de nos proteger da inflação.

Mas é preciso também diversificarmos os investimentos fora de nosso país e, claro, os Estados Unidos são a primeira opção, pois a partir do mercado norte-americano temos a possibilidade de investir nas maiores empresas globais, pois o país é porta de entrada para investidores de todo o mundo.

Mas atualmente temos mais de 5.000 opções de empresas para investir. Como fazer a seleção destes ativos? E qual estratégia de investimentos devo adotar?

Para investirmos nos Estados Unidos não é preciso complicar sua estratégia de investimentos, apesar de lá termos acesso a todos os tipos de ativos, sua jornada por lá não precisa ser complexa, pois o investimento em empresas boas pagadoras de dividendos tem se mostrado interessante por lá, assim como é no Brasil. Assim você alia todos os benefícios da diversificação geográfica e vantagens da renda passiva em dólar.

Pois tão bom quanto receber dividendos no Brasil é poder recebê-los em dólar. Vou te mostrar o poder dos dividendos no mercado americano.

Os dados abaixo foram feitos pela Hartford Funds, em um estudo chamado de The Power of Dividends: Past, Present, and Future.

A visão de longo e o poder dos juros compostos

Reinvista seus dividendos. Esta frase falada por todos os educadores financeiros é clichê de propósito, pois o poder do reinvestimento é diferencial para seu resultado de longo prazo. Basta vermos o gráfico abaixo, onde é comparado um investimento de US$10.000 no índice americano feitos em 1960 e a diferença do resultado para o investidor que reinvestiu seus dividendos e outro que não reinvestiu até 2021.

Quem reinvestiu seus dividendos teria em 2021 aproximadamente US$5 milhões, enquanto quem apenas fez o aporte inicial teria aproximadamente US$800 mil. Uma diferença que o investidor não pode abrir mão.

Dessa forma, independente do mercado, reinvestir seus dividendos é fundamental, seja no Brasil, seja nos Estados Unidos.

Quão importante é o dividendo no retorno do acionista?

O gráfico abaixo mostra a importância dos dividendos para o retorno do acionista em diferentes décadas desde 1940. Em azul é apresentado o retorno dos dividendos e em cinza o retorno a partir da valorização do índice.

Em média, 40% do retorno do investidor foi devido aos dividendos. Outros destaques foram os períodos inflacionários e de juros altos nos Estados Unidos nas décadas de 70 e 80, por exemplo. Em mercados onde o ciclo econômico é de desaceleração, empresas pagadoras de dividendos tendem a performar melhor, pois além de se mostrarem resilientes, conseguem passar melhor por períodos de maior restrição. Basta pensarmos que independente das condições econômicas não deixamos de consumir energia, comprar alimentos, roupas e outros bem essenciais.

Os anos 2000 foi marcado pela bolha das empresas de tecnologia e o investimento em dividendos foi deixado de lado. Coincidência ou não o período de exuberância irracional do mercado foi de muita especulação e prejuízo para muitos investidores.

A política de dividendos afeta o retorno do acionista?

Foi realizado um estudo de acordo com a política de distribuição de dividendos da companhia. Os grupos escolhidos foram: empresas que pagam dividendos crescentes, com dividendos constantes, não pagam dividendos ou que realizou algum corte de dividendos.

Conforme o gráfico abaixo, as carteiras de melhor desempenho foram com as empresas que pagam dividendos crescentes, em segundo lugar foram as empresas que pagam dividendos. Como esperado, o pior desempenho foram as empresas que cortaram seus dividendos ao longo do tempo. A estratégia de investimento em dividendos, nesta simulação, foi mais interessante até mesmo que o índice americano.

Considerando as carteiras simuladas de acordo com a política de investimentos a carteira com empresas que pagam dividendos crescentes tiveram um retorno médio de 10,68% ao ano. A carteira com empresas que cortaram dividendos obteve prejuízo médio de -0,46%. E o melhor, a carteira que apresentou menor coeficiente beta, que indica a volatilidade da carteira, foi a carteira de dividendos.

Isso demonstra que uma carteira de dividendos tende a dar um bom retorno com um risco mais baixo.

Futuro: investir em dividendos ainda vale a pena?

As empresas listadas na bolsa americana têm acumulado níveis recordes de lucro, com isso, é esperado que elas continuem sendo boas pagadoras de dividendos no futuro. Mas cabe ressaltar que o índice americano atualmente é concentrado em empresas de tecnologia que ainda pagam poucos dividendos ou até mesmo de empresas que não distribuem seus lucros, com isso, a comparação não é tão eficiente com a composição do índice americano de décadas anteriores.
Entretanto, no futuro, quando estas empresas começarem a distribuir parte de seu lucro, elas estarão preparadas para serem boas empresas pagadoras de dividendos. Basta vermos a relação do payout histórico da bolsa americana, conforme gráfico abaixo.

Percebemos no primeiro gráfico que o lucro por ação do S&P500 está em um patamar recorde, próximo de US$190,00 por ação com distribuição de dividendos próximos de US$60,00 por ação, isso faz com que o payout médio da bolsa americana seja em torno de 30%. Abaixo temos que o payout médio desde 1926 é de 56,6%, ou seja, as empresas da bolsa atualmente estão retendo a maior parte de seu lucro, seja para reinvestimento ou entregando valor ao acionista via programa de recompra de ações.

Dessa forma, temos que as empresas estão em condições saudáveis para serem boas pagadoras de dividendos no futuro.

Cabe ressaltar que esta é uma média do mercado e a avaliação da saúde financeira e condições de pagamento de dividendos varia de empresa para empresa.

Conclusão

Assim como no Brasil, a estratégia de investimento em dividendos é bastante interessante nos Estados Unidos. É uma forma mais simples e segura para o investidor acessar o mercado norte-americano, tendo oportunidade de investir nas maiores empresas do mundo e receber dividendos em dólar. Boa prática para quem deseja alcançar sua independência financeira de forma mais segura.

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Guilherme Morais

Analista CNPI 2682

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