Dólar global em queda após sinais de desaceleração na inflação norte-americana

O DXY, que mede a performance do dólar norte-americano diante de uma cesta de moedas fortes (franco suíço, dólar canadense, euro, coroa sueca, libra esterlina e iene), apresentou uma queda superior a 4% após a divulgação de novos dados que sugerem uma desaceleração no ritmo da inflação norte-americana. Esta é a maior queda mensal desde setembro de 2010. Apesar da queda, o DXY ainda acumula uma alta de 11% desde 1º de janeiro de 2022.

Evolução do DXY nos últimos 3 meses. Fonte: Thomson Reuters Eikon.

Inúmeros sinais têm sugerido uma desaceleração na atividade econômica norte-americana a partir do primeiro trimestre de 2023. A expectativa do mercado é que uma desaceleração torne o Federal Reserve menos agressivo em seu ciclo de aperto monetário. Embora dados recentes sobre o mercado imobiliário e de atividade industrial suportem a tese de desaceleração, o ciclo de aperto ainda parece estar longe do fim, com base em inúmeros discursos de oficiais do Federal Reserve. 

De forma geral, aumentos na taxa de juros norte-americana tornam o dólar mais forte, atraindo mais capital estrangeiro para os Estados Unidos em busca de um maior retorno com menor risco. Historicamente, a taxa de juros norte-americana apresenta uma correlação forte com o DXY, como verificado no gráfico a seguir. Este movimento recente de queda parece refletir, em grande parte, a expectativa de uma desaceleração no ritmo de aumento.

Evolução da taxa de juros norte-americana e do índice DXY. Fonte: MacroMicro.

Países emergentes e empresas de países emergentes que se financiaram em dólares enxergam o movimento de queda como positivo. Ao longo dos últimos meses, a pressão de um dólar forte não apenas impactou o custo da dívida de governos e empresas que se financiaram em dólares, como também exerceu pressão sobre a inflação local, ao impactar diretamente os custos de importação. Para as companhias norte-americanas fortemente expostas internacionalmente a queda global do dólar também é positiva. Se a tendência continuar, deveremos ver um reflexo nos resultados do quarto trimestre de 2022. 

Como já comentei anteriormente, ainda parece prematuro afirmar que a inflação está quase sob controle e que o consequente afrouxamento do ciclo de aperto monetário pelo Federal Reserve está próximo. Na última quinta-feira (17/11), o presidente do Federal Reserve de St Louis, James Bullard, declarou que a taxa terminal mínima para controlar a inflação é de, no mínimo, 5%. O próximo encontro do Federal Reserve ocorrerá em 13-14 de dezembro e a expectativa geral, com base nos juros futuros, é de um aumento de 0,50 ponto percentual, abaixo do 0,75 ponto percentual anunciado nos últimos encontros. O gráfico a seguir ilustra o ritmo de aumento na taxa de juros norte-americana.

Evolução da taxa de juros norte-americana entre março de 2020 e novembro de 2022. Fonte: MacroTrends.

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Lucas Schwarz

@lucaschwarz

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