Corretoras: o que são, funções e como escolher a ideal?

Quando você decide começar a investir, um dos primeiros passos é escolher uma corretora. É ela que vai conectar você ao mercado financeiro. Mas o que são exatamente corretoras? Como elas funcionam? E por que você precisa de uma para investir?

De fato, o mercado financeiro tem seus termos técnicos e processos que parecem complicados em um primeiro momento.

Mas fique tranquilo. Vamos te explicar de forma simples e prática tudo o que você precisa saber sobre as corretoras. Acompanhe!

O que são corretoras de valores?

Corretora ou CTVM (Corretora de Títulos e Valores Mobiliários) são instituições financeiras autorizadas a intermediar operações de investimento entre você e o mercado financeiro.

Ao contrário do que se imagina, você não compra ações diretamente na B3 ou adquire um CDB direto do banco emissor.

A corretora é quem intermedia essas operações. Sempre que você investe — seja em renda fixa, ações ou fundos — ela executa suas ordens de forma segura e garante que tudo funcione dentro das regras do mercado.

No Brasil, essas instituições são reguladas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e pelo Banco Central. 

Assim, todas seguem regras rigorosas de segurança e transparência, dando proteção ao investidor.

Corretora x distribuidora: entenda a diferença

Existe um termo que é muito associado às corretoras: as distribuidoras.

Provavelmente, você já tenha visto ambos os termos sendo utilizados em conjunto em notícias ou conversas sobre investimentos.

Mas afinal, qual é a diferença entre elas?

A resposta curta: para você, investidor, praticamente nenhuma. Mas vamos entender o contexto.

Diferença técnica (histórica)

Há alguns anos, corretoras (CTVM) e distribuidoras (DTVM) exerciam papéis distintos no mercado.

As corretoras tinham autorização para operar na bolsa de valores. Elas intermediavam a compra e venda de ações, fundos imobiliários e outros ativos negociados na B3.

Já as distribuidoras ficavam de fora desse mercado. O trabalho delas era distribuir títulos de renda fixa e fundos de investimento — sem poder tocar em nada relacionado à bolsa.

Essa divisão funcionou assim por bastante tempo.

Realidade atual do mercado

Mas em 2009, o cenário mudou. O Banco Central e a CVM autorizaram as distribuidoras a operarem também na bolsa de valores.

Com isso, a principal diferença entre corretoras e distribuidoras deixou de existir. Hoje, ambas podem intermediar os mesmos produtos: ações, renda fixa, fundos e derivativos.

E tem mais: a maioria das instituições financeiras possui as duas licenças ao mesmo tempo. Elas atuam como corretora e distribuidora simultaneamente.

Na prática, você vai encontrar corretoras oferecendo CDBs e fundos. E distribuidoras oferecendo ações e FIIs. Tudo misturado.

Por que os termos ainda existem?

Se hoje são praticamente a mesma coisa, por que continuamos ouvindo falar em “corretora” e “distribuidora”?

Porque as licenças são diferentes do ponto de vista jurídico. A CVM e o Banco Central ainda emitem autorizações separadas para CTVM e DTVM.

Mas, no dia a dia do mercado, as pessoas usam os dois termos como sinônimos. Quando alguém diz “abri conta em uma corretora”, pode estar falando de uma CTVM ou de uma DTVM — e isso não faz diferença nenhuma para quem está investindo.

O que importa mesmo é que a instituição seja regulamentada e ofereça os produtos que você precisa.

Quais são as funções das corretoras?

Investidor em escritório de investimentos avaliando dados de empresa junto com flutuação do ativo na bolsa

As corretoras exercem funções essenciais que viabilizam seus investimentos. Sem elas, você simplesmente não conseguiria acessar o mercado financeiro. Veja o que elas fazem na prática:

Intermediação de operações

A função principal de uma corretora é executar suas ordens de compra e venda no mercado financeiro.

Funciona assim: você decide investir em uma ação, por exemplo. Então, a corretora recebe seu pedido, processa a ordem, envia para a bolsa de valores (B3), encontra um vendedor disposto a negociar pelo preço que você ofereceu e finaliza a operação — tudo em segundos, de forma automática.

Ou seja, é a corretora que garante que sua ordem seja executada corretamente, conforme as regras do mercado.

Custódia de ativos

Custódia significa manter o registro oficial dos seus investimentos.

Quando você compra uma ação, por exemplo, ela não fica “na corretora”. Ela fica registrada na B3, em seu nome, no seu CPF. Mas é a corretora que organiza e apresenta essas informações para você de forma clara e acessível.

Plataforma de acesso e controle

As corretoras oferecem as ferramentas que você usa para investir: aplicativos, sites, home brokers.

É por essas plataformas que você visualiza cotações em tempo real, acompanha o desempenho dos seus investimentos, consulta extratos, verifica dividendos recebidos e envia novas ordens de compra ou venda.

Informes para Imposto de Renda

Todo ano, você precisa declarar seus investimentos na declaração anual do Imposto de Renda.

Além disso, se você opera com ações e tem lucro acima de R$ 20 mil em vendas no mês, precisa pagar imposto sobre esse ganho até o último dia útil do mês seguinte.

Para facilitar esses processos, as corretoras disponibilizam informes detalhados mostrando tudo o que você investiu, quanto possui em cada ativo e quais rendimentos recebeu.

Isso te ajuda a evitar erros, garantindo que todas as exigências fiscais sejam cumpridas, tanto na declaração anual quanto nos pagamentos mensais.

Tipos de corretoras no mercado

Existem diferentes tipos de corretoras no mercado brasileiro. Cada uma tem características próprias em relação a custos, tecnologia e público-alvo.

Corretoras independentes

São instituições focadas exclusivamente em investimentos. Não estão ligadas a bancos tradicionais e geralmente oferecem uma variedade maior de produtos.

Exemplos incluem XP Investimentos, Rico, Clear e Modal.

As opções costumam ter plataformas robustas, com ferramentas avançadas para quem opera com frequência.

Além disso, muitas oferecem isenção de taxas de corretagem para determinados perfis de investidor, especialmente em operações de renda variável.

Corretoras de bancos tradicionais

Grandes bancos como Itaú, Bradesco e Santander possuem suas próprias corretoras.

A vantagem é a integração com os serviços bancários. Você pode transferir dinheiro instantaneamente entre conta corrente e conta de investimentos.

Contudo, esses tipos de corretoras costumam cobrar taxas mais altas e oferecem menos variedade de produtos em comparação com as independentes.

Corretoras de bancos digitais

Fintechs como Nubank, Inter e C6 também possuem corretoras integradas às suas plataformas.

Elas combinam a praticidade dos bancos digitais com acesso a investimentos. Geralmente têm interfaces simples e intuitivas, ideais para quem está começando.

Além disso, muitas oferecem isenção de taxas e aplicativos bem desenvolvidos para acompanhamento da carteira.

Como escolher a corretora certa?

Investidor utilizando home broker e aplicativo fornecido por suas corretoras ao mesmo tempo

Escolher a corretora certa faz toda a diferença na sua experiência como investidor. Avalie os seguintes critérios antes de abrir conta em uma:

Regulamentação e segurança

O primeiro passo é verificar se a corretora é autorizada e regulamentada pela CVM e pelo Banco Central.

Toda corretora regularizada possui registro nesses órgãos e está sujeita a fiscalização constante. Você pode consultar a lista de instituições autorizadas diretamente no site da CVM.

Além disso, verifique se a corretora participa do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que protege até R$ 250 mil por CPF em produtos de renda fixa elegíveis.

Nunca invista por instituições não regulamentadas, mesmo que prometam retornos atrativos. Seu dinheiro pode estar em risco.

Custos operacionais

As corretoras podem cobrar diferentes tipos de taxas. Para não ter surpresas, busque informações sobre a estrutura de cobrança de cada opção.

Compare as taxas de corretagem, taxas de custódia e spreads em renda fixa.

Algumas corretoras oferecem isenção total de taxas, enquanto outras cobram valores que podem impactar sua rentabilidade.

Além disso, fique atento a custos ocultos, como taxa de inatividade ou cobrança por saques e transferências.

Plataforma e tecnologia

A plataforma é sua interface com o mercado. Ela precisa ser funcional, estável e adequada ao seu nível de conhecimento.

Avalie se a plataforma é intuitiva, se oferece ferramentas úteis (como gráficos, calculadoras de rentabilidade e simuladores) e se funciona bem nos horários de maior movimento.

Além disso, verifique se existe aplicativo mobile bem avaliado. Hoje, muitos investidores preferem acompanhar e operar seus investimentos pelo celular.

Produtos disponíveis

Nem toda corretora oferece todos os produtos do mercado. Algumas são especializadas em renda variável, outras focam em renda fixa.

Avalie quais produtos você pretende investir e confirme se a corretora oferece.

Se você quer diversificar entre ações, fundos imobiliários, títulos de renda fixa e fundos de investimento, escolha uma corretora com portfólio completo.

Suporte e atendimento

O atendimento é importante, especialmente para quem está começando.

Verifique quais canais de suporte estão disponíveis (chat, telefone, e-mail, WhatsApp) e se o atendimento é eficiente.

Além disso, veja se a corretora oferece materiais educativos, cursos ou análises de mercado. Isso pode ajudar você a tomar decisões mais informadas.

Como abrir conta em uma corretora?

Abrir conta em uma corretora é simples e rápido. Todo o processo é feito online. Veja o passo a passo:

Documentação necessária

Você precisará fornecer alguns documentos para validação:

  • RG ou CNH (documento de identificação com foto);
  • CPF;
  • Comprovante de residência atualizado;
  • Selfie segurando o documento.

Algumas corretoras também podem solicitar comprovante de renda ou fazer perguntas sobre sua experiência com investimentos para definir seu perfil de investidor.

Processo de cadastro online

O cadastro começa no site ou aplicativo da corretora escolhida.

Você preenche seus dados pessoais, envia os documentos digitalizados e aguarda a análise. Esse processo costuma levar de algumas horas a dois dias úteis.

Após a aprovação, você recebe um e-mail confirmando a abertura da conta. Em seguida, você define login, senha e pode ativar autenticação em duas etapas para aumentar a segurança.

Transferência de recursos

Com a conta ativa, transfira dinheiro da sua conta bancária para a conta da corretora via TED ou PIX.

Atenção: a transferência deve ser feita sempre de uma conta no seu CPF. Transferências de terceiros costumam ser bloqueadas por segurança.

O dinheiro costuma cair na conta da corretora em poucos minutos (PIX) ou até um dia útil (TED).

Primeira operação

Com saldo disponível, acesse a plataforma da corretora e escolha o produto que deseja investir.

Para renda fixa, você verá uma lista de títulos disponíveis com informações sobre rentabilidade, prazo e emissor. Basta selecionar o título, digitar o valor e confirmar.

Para ações ou fundos imobiliários, busque o código do ativo (ticker), defina a quantidade que quer comprar e envie a ordem de compra.

Depois da compra, os ativos ficam registrados na sua conta, e você pode acompanhar o desempenho pela própria plataforma.

Principais corretoras do Brasil

O mercado brasileiro conta com diversas corretoras de diferentes portes e perfis. Veja um panorama geral:

Corretoras grandes e consolidadas

XP Investimentos, BTG Pactual e Itaú são exemplos de corretoras consolidadas, com grande estrutura e ampla variedade de produtos.

Elas oferecem desde produtos simples, como Tesouro Direto, até operações complexas, como derivativos e operações estruturadas.

Além disso, costumam ter plataformas robustas, com ferramentas avançadas de análise e suporte qualificado.

Corretoras para investidores iniciantes

Nubank (Nu invest), Inter e Rico são opções populares entre iniciantes.

Elas têm interfaces simples e intuitivas, facilitam o processo de cadastro e oferecem isenção de taxas em muitas operações.

Além disso, disponibilizam materiais educativos e suporte acessível, ajudando quem está dando os primeiros passos no mercado financeiro.

Corretoras para traders e investidores ativos

Clear, Modal e Ágora são voltadas para quem opera com frequência na bolsa.

Elas oferecem plataformas avançadas, com gráficos em tempo real, indicadores técnicos e execução rápida de ordens.

Além disso, costumam ter taxas competitivas e ferramentas específicas para day trade e swing trade.

Conclusão

Por fim, corretoras são as instituições que viabilizam seu acesso ao mercado financeiro.

Elas intermediam as operações, centralizam diferentes produtos em uma plataforma e garantem que tudo funcione dentro das regras estabelecidas pelos órgãos reguladores.

Avalie as opções disponíveis, comparando-as criteriosamente, e escolha a corretora que melhor atende suas necessidades.

Veja também: tudo sobre o Ibovespa, o principal índice da B3!

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