Bitcoin, Ethereum, blockchain, carteiras digitais. Se você está começando a se interessar por criptomoedas, provavelmente já se deparou com esses termos e ficou confuso sobre o que significam.
O mercado de criptoativos cresceu muito nos últimos anos, atraindo tanto investidores experientes quanto pessoas que nunca investiram antes.
Mas entender como funciona esse universo não é tão complicado quanto parece.
Neste guia, vamos explicar desde o básico — o que são criptomoedas e como funcionam — até aspectos práticos, como comprar, armazenar e declarar no Imposto de Renda. Tudo de forma clara e direta.
Boa leitura!
O que são criptomoedas?
Em resumo, criptomoedas são moedas 100% digitais que usam técnicas avançadas de criptografia para garantir a segurança das transações.
Ao contrário do dinheiro físico, como notas e moedas, por exemplo, elas existem apenas online, sendo registradas em um grande banco de dados digital.
O ponto que diferencia esse tipo de ativo é a descentralização.
Diferente do real ou do dólar, as criptomoedas não dependem de um governo, banco central ou instituição para existir. Nenhuma autoridade controla a emissão ou valida as transações.
Assim, as operações acontecem diretamente entre as pessoas, sem intermediários financeiros.
Na prática, as criptomoedas cumprem dois papéis principais:
- funcionar como um meio de pagamento digital;
- servir como ativo de investimento — parecido com ações ou commodities.
Como funcionam as criptomoedas?
O funcionamento das criptomoedas se baseia em quatro pilares principais:
- Rede Ponto a Ponto (P2P): as transações acontecem diretamente entre pessoas, sem passar por bancos ou intermediários. É como enviar dinheiro de uma carteira para outra, mas de forma digital e global.
- Blockchain (Livro-Razão Público): todas as transações são registradas em um livro-contábil público e distribuído. Assim, qualquer pessoa pode consultar esse histórico, garantindo transparência.
- Mineração e Validação: novas moedas são criadas e transações são validadas por “mineradores” — pessoas que usam computadores potentes para resolver problemas matemáticos complexos. Como recompensa, recebem novas moedas.
- Carteiras Digitais (Wallets): você armazena suas criptomoedas em carteiras digitais. Essas carteiras não guardam as moedas em si, mas as chaves criptográficas que dão acesso aos seus fundos.
A mineração funciona como um modelo econômico que sustenta a rede.
Como o processo é intencionalmente custoso, torna-se inviável tentar manipular o sistema, já que o gasto com energia e equipamentos seria maior que qualquer possível ganho.
Ao mesmo tempo, o sistema de recompensas garante que sempre haverá participantes dedicando poder computacional para validar transações e proteger o blockchain.
Assim, a segurança das criptomoedas é resultado da combinação entre criptografia, incentivos econômicos e uma rede descentralizada que trabalha continuamente para validar cada operação.
História das criptomoedas
Apesar de parecerem uma novidade, as criptomoedas nasceram de décadas de estudos sobre criptografia e sistemas digitais.
Nos anos 90, pesquisadores já testavam ideias parecidas. O b-money, de Wei Dai, e o Bit Gold, de Nick Szabo, propunham moedas digitais descentralizadas. Mas esses projetos nunca saíram da teoria.
O ponto de virada veio em 31 de outubro de 2008, quando alguém usando o pseudônimo Satoshi Nakamoto publicou o artigo “Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System”.
Ali estava a base do que conhecemos hoje como Bitcoin: um dinheiro eletrônico que funciona sem governo, banco central ou autoridade intermediária.
Em janeiro de 2009, o Bitcoin ganhou vida com a mineração do Bloco Gênesis, o primeiro bloco da rede.
A identidade de Satoshi continua desconhecida. E isso não é só uma curiosidade: é parte da proposta. Se o criador fosse uma figura pública, poderia se tornar um ponto de influência, um alvo político ou até mesmo um risco para a própria rede.
Ao desaparecer do projeto por volta de 2011, Satoshi garantiu que o Bitcoin evoluiria de forma independente, apoiado apenas pela comunidade global que mantém o sistema funcionando.
Como a tecnologia blockchain sustenta as criptomoedas?

Para entender criptomoedas, você precisa entender a tecnologia que torna tudo possível: a blockchain.
Ela não serve apenas para moedas digitais. É uma inovação que pode transformar vários setores porque cria um sistema seguro, transparente e que não depende de intermediários.
De forma simples, a blockchain é um livro-razão digital formado por uma sequência de blocos conectados entre si. A segurança desse sistema vem de três pilares:
Descentralização
O registro não fica em um único servidor. Ele é copiado e mantido por milhares de computadores espalhados pelo mundo.
Isso dificulta ataques, porque seria necessário comprometer grande parte da rede ao mesmo tempo.
Imutabilidade
Depois que um bloco entra na cadeia, ele não pode ser alterado.
Cada bloco tem um código único — o hash — e também o hash do bloco anterior.
Se alguém tentasse mudar uma informação antiga, por exemplo, toda a sequência ficaria inválida, e a rede detectaria na mesma hora.
Transparência
As identidades são protegidas por endereços criptográficos, mas todas as transações são públicas.
Qualquer pessoa pode verificar o histórico, o que aumenta a confiança no sistema.
Além disso, outro elemento essencial é a criptografia.
Você usa duas chaves:
- Chave pública: funciona como o “número da sua conta”. Pode ser compartilhada.
- Chave privada: é a sua senha. Ela autoriza o envio de valores.
Quem tem a chave privada controla os fundos. Se você perder essa chave, perde o acesso para sempre.
Enfim, o grande valor da blockchain é permitir que várias pessoas confiem em um mesmo registro — e tudo isso sem precisar de um intermediário.
Por exemplo, em uma compra de imóvel tradicional, você depende de bancos, cartórios e advogados para validar cada etapa.
Na blockchain, por outro lado, o registro da transação pode ser feito de forma automática, pública e verificável por todas as partes, reduzindo burocracias e aumentando a segurança.
Por isso, a tecnologia vai muito além das criptomoedas. Ela já é usada em áreas como logística, certificações digitais, registros públicos e contratos inteligentes.
O ciclo de vida de uma transação em blockchain
Uma transação na blockchain começa quando o remetente a cria e a assina digitalmente usando sua chave privada. Isso garante que ninguém mais possa alterar ou enviar os fundos por ele.
Então, a transação é enviada para a rede descentralizada, onde os computadores da rede — chamados de nós — verificam se ela é válida e se o remetente realmente possui os fundos necessários.
As transações validadas são agrupadas em blocos. Os mineradores competem para adicionar esses blocos à cadeia, utilizando mecanismos de consenso, como a Prova de Trabalho.
Quando o bloco é incluído na blockchain, o registro se torna permanente e imutável. Assim, a transação é oficialmente confirmada e a posse dos fundos é transferida para o destinatário.
Principais criptomoedas do mercado
O mercado cripto é enorme e vai muito além do Bitcoin. Para quem está começando, conhecer os principais tipos de criptomoedas ajuda a entender como cada ativo funciona na prática — e por que eles não competem entre si.
Bitcoin (BTC)
O Bitcoin, criado em 2009, é o mais conhecido e o maior do mercado. Ele funciona como uma reserva de valor digital, porque tem oferta limitada a 21 milhões de unidades.
Por isso, muita gente o compara ao “ouro digital”. Sua força está na segurança e na descentralização.
Ethereum (ETH)
O Ethereum, lançado em 2015, foi a primeira blockchain programável. Ele permite criar Contratos Inteligentes (smart contracts) e aplicações descentralizadas (dApps). O Ether (ETH), sua moeda nativa, é usado para pagar taxas e executar operações dentro da rede.
Solana (SOL)
A Solana é conhecida pela alta velocidade e baixo custo nas transações. Ela se tornou um ecossistema forte para projetos de DeFi, NFTs e games, por exemplo, sendo uma alternativa mais rápida para quem desenvolve nesse tipo de aplicação.
Em resumo, são três moedas que têm objetivos diferentes: o Bitcoin funciona como reserva de valor, o Ethereum como plataforma de contratos inteligentes e a Solana como rede de alta performance.
Categorias de criptomoedas
Além das moedas mais conhecidas, o mercado cripto é dividido em categorias. Cada uma cumpre um papel diferente no ecossistema e aparece em diferentes estratégias de investimento. Entenda:
Altcoins
São todas as criptomoedas que não são o Bitcoin. Muitas delas surgiram com propostas de melhoria, como transações mais rápidas, taxas mais baixas ou funções extras, por exemplo. Entre as principais estão Cardano (ADA) e Avalanche (AVAX).
Stablecoins
São criptomoedas com preço estável, normalmente atreladas a moedas tradicionais como o dólar. Elas funcionam como uma “âncora” dentro do mercado, ajudando a proteger contra a volatilidade. As mais usadas são USDT e USDC.
Tokens
Tokens são ativos criados dentro de uma blockchain já existente — a Ethereum é a mais popular para isso. Eles podem representar desde acesso a serviços até direitos financeiros.
Existem dois tipos principais:
- Tokens de utilidade: dão acesso a um produto ou serviço.
- Tokens de segurança: representam ativos financeiros, como ações ou cotas de fundos, e seguem regras de mercado.
Vantagens e desvantagens das criptomoedas

Vantagens
- Potencial de alta rentabilidade: historicamente, o mercado de criptoativos registrou valorizações expressivas. Embora resultados passados não garantam retornos futuros, esse potencial acima de outras classes de ativos é um dos maiores atrativos do setor.
- Diversificação de portfólio: criptomoedas compõem uma classe de ativos com comportamento distinto do mercado tradicional. Dessa forma, pode reduzir a correlação geral da carteira e ampliar as possibilidades de diversificação. Além disso, o Bitcoin costuma ser visto como uma reserva de valor digital.
- Acessibilidade e transações globais: como são totalmente digitais e sem fronteiras, as criptomoedas permitem transferências rápidas, com taxas menores e menos burocracia do que sistemas bancários tradicionais.
- Autonomia e controle: ao usar uma carteira própria (autocustódia), o investidor tem controle total sobre seus ativos, sem depender de bancos, corretoras ou governos, por exemplo. Essa independência é um dos pilares do mercado cripto.
Riscos
- Alta volatilidade: os preços podem variar de forma intensa em curtos períodos. O mercado ainda é pequeno quando comparado ao tradicional, o que o torna mais sensível a especulação e notícias.
- Incerteza regulatória: as regras para cripto ainda estão sendo construídas em todo o mundo. Mudanças legais, proibições ou novas tributações, por exemplo, podem afetar diretamente preço e liquidez.
- Riscos de segurança e golpes: a blockchain é segura, mas os pontos de acesso do usuário não são. Golpes comuns envolvem sites falsos, promessas de lucro garantido, aplicativos maliciosos e tentativas de roubo de chaves privadas, por exemplo. A maioria das perdas ocorre por descuido ou falta de conhecimento.
- Complexidade e responsabilidade pessoal: a tecnologia pode ser desafiadora. Na autocustódia, toda a segurança depende do investidor: se a chave privada ou a frase de recuperação for perdida, o acesso aos fundos é definitivo e irrecuperável.
- Influência externa: o mercado cripto reage rapidamente a decisões de política monetária, tensões globais e até declarações de figuras influentes, por exemplo. Essa sensibilidade contribui para movimentos bruscos de preço.
Como comprar criptomoedas no Brasil?
No Brasil, existem quatro formas principais de adquirir criptomoedas. Cada uma oferece um nível diferente de praticidade, variedade de ativos, custos e controle sobre a custódia.
Método 1: Corretoras Centralizadas (CEX)
O que são:
Plataformas que intermediam a compra e venda de criptomoedas de forma simples e acessível. São a porta de entrada mais comum no mercado.
Como funciona:
- escolher uma corretora de confiança;
- criar uma conta, fazendo a verificação de identidade;
- fazer um depósito (geralmente via PIX ou TED);
- escolher a criptomoeda desejada e executar a ordem de compra.
Exemplos:
Mercado Bitcoin, Foxbit e Coinext no Brasil; Binance e Coinbase operando internacionalmente.
Vantagens:
Boa variedade de ativos, taxas competitivas e compra direta com reais. Além disso, permitem transferir criptomoedas para carteiras externas, oferecendo maior controle ao usuário.
Método 2: Corretoras Descentralizadas (DEX)
O que são:
Plataformas que permitem negociações diretas entre usuários, sem intermediários, usando contratos inteligentes executados na blockchain.
Como funciona:
- conectar uma carteira digital como MetaMask ou Trust Wallet à DEX;
- escolher o par de negociação (ex.: ETH/USDT);
- autorizar a transação e realizar a troca diretamente na blockchain.
Exemplos:
Uniswap (Ethereum), PancakeSwap (BNB Chain), Raydium (Solana).
Vantagem:
Maior autonomia, privacidade e acesso a uma quantidade enorme de tokens — inclusive lançamentos ainda não disponíveis em exchanges tradicionais.
Método 3: bancos digitais
O que são:
Plataformas de bancos digitais que adicionaram compra e venda de criptomoedas dentro do próprio aplicativo.
Exemplo:
Nubank Cripto, que oferece alguns ativos com processos simplificados e compras a partir de valores baixos.
Vantagem:
É o método mais simples para iniciantes: tudo feito no app que o usuário já utiliza.
Desvantagem:
Seleção limitada de moedas, taxas mais altas e ausência de autocustódia (o usuário não pode sacar a criptomoeda para uma carteira externa).
Método 4: Fundos de Investimento e ETFs (Investimento Indireto)
O que são:
Produtos negociados na B3 que replicam o desempenho de criptomoedas ou de cestas de ativos digitais, como BITH11, HASH11 e COIN11.
Como funciona:
O investidor adquire cotas através de uma corretora tradicional, exatamente como faria com ações ou fundos imobiliários.
Vantagem:
Oferecem exposição ao mercado cripto dentro do ambiente regulado da bolsa, sem necessidade de lidar com chaves privadas ou carteiras digitais.
Desvantagens:
O investidor não possui a criptomoeda diretamente — apenas participa de um produto que segue seu preço.
Qual método escolher?
A escolha depende do objetivo e do nível de experiência:
- Bancos digitais: máxima simplicidade, ideal para iniciantes.
- ETFs e fundos: maior segurança regulatória, boa opção para quem quer exposição sem lidar com a parte técnica.
- CEX: o melhor equilíbrio entre variedade, praticidade e controle.
- DEX: máximo nível de independência, recomendado para usuários experientes.
No universo cripto, uma regra resume a importância da proteção dos seus ativos: “Not your keys, not your coins”.
Ou seja, se você não controla as chaves privadas, você não controla suas criptomoedas.
Manter os ativos na corretora é prático, mas significa confiar a segurança a uma empresa terceirizada.
A autocustódia — armazenar suas chaves em uma carteira pessoal — é o que garante soberania total sobre seus fundos.
O que uma carteira realmente é
Uma carteira de criptomoedas não armazena as moedas, mas sim guarda suas chaves privadas, o código criptográfico que confirma sua propriedade na blockchain e permite movimentar os fundos. Quem tem a chave, tem o controle.
Seed Phrase: a sua “senha mestra”
Ao criar uma carteira, você recebe uma frase de 12 a 24 palavras chamada seed phrase.
Ela funciona como o backup definitivo: com essas palavras, é possível restaurar a carteira em qualquer dispositivo compatível.
Regra de ouro:
- anote em papel;
- guarde em local seguro;
- nunca salve digitalmente (computador, e-mail, nuvem, fotos);
- nunca compartilhe com ninguém.
Perder a seed phrase significa perder o acesso permanentemente.
Tipos de carteiras
Hot Wallets (carteiras quentes)
- O que são: carteiras de software conectados à internet.
- Formatos: apps de celular, programas de computador, extensões de navegador.
- Uso ideal: pequenas quantias ou transações frequentes.
- Risco: por estarem online, são mais vulneráveis a ataques, phishing e malware.
Cold Wallets (Carteiras Frias)
- O que são: dispositivos físicos que armazenam as chaves privadas offline.
- Formatos: hardware wallets semelhantes a um pen drive.
- Uso ideal: armazenamento de longo prazo e grandes quantias.
- Marcas populares: Ledger e Trezor.
- Ponto importante: oferecem o nível máximo de segurança, mas exigem mais cuidado do usuário.
A estratégia recomendada
A solução mais equilibrada costuma ser o uso híbrido:
- Hot wallet ou corretora: para pequenas quantias e operações do dia a dia.
- Cold wallet: para guardar a maior parte do patrimônio destinado ao longo prazo.
Essa combinação une conveniência e segurança, reduzindo riscos sem abrir mão da praticidade.
Regulamentação de criptomoedas no Brasil

Comprar, vender e manter criptomoedas é totalmente legal no Brasil.
A regulamentação é definida principalmente pela Lei nº 14.478/22, conhecida como Marco Legal das Criptomoedas, que estabelece diretrizes para o funcionamento das empresas que prestam serviços com ativos virtuais.
A lei tem três objetivos principais:
- organizar o mercado e definir regras para empresas como exchanges;
- prevenir crimes financeiros, como lavagem de dinheiro;
- aumentar a proteção do investidor, criando padrões mínimos de segurança e transparência.
Para isso, o governo designou dois órgãos responsáveis por supervisionar o setor:
- Banco Central (BC): regulador principal, responsável por autorizar e fiscalizar a maior parte das empresas que operam com cripto no país.
- Comissão de Valores Mobiliários (CVM): atua apenas nos casos em que o criptoativo se enquadra como valor mobiliário — como ocorre com alguns security tokens.
Atualmente, o Banco Central está finalizando as regras infralegais que detalharão como as empresas devem operar.
A previsão é que essa regulamentação complementar seja concluída e publicada ainda em 2025, fortalecendo ainda mais a estrutura legal do mercado.
Tributação de criptomoedas (Imposto de Renda)
Cumprir as obrigações fiscais é parte essencial de qualquer investimento — e com criptoativos não é diferente.
A Receita Federal possui regras claras para declarar a posse e pagar imposto sobre ganhos com esse tipo de ativo.
Todo contribuinte que, em 31 de dezembro do ano-calendário, possuía R$ 5.000 ou mais de custo de aquisição em um mesmo tipo de criptoativo (por exemplo, R$ 5.000 em Bitcoin) é obrigado a informar isso no Imposto de Renda.
A declaração é feita na ficha “Bens e Direitos”, dentro do Grupo 08 – Criptoativos, escolhendo o código correspondente:
- 01 – Bitcoin
- 02 – Outras criptomoedas (altcoins)
- 03 – Stablecoins
- 10 – Tokens
- 99 – Outros criptoativos
Sempre deve ser informado o custo de aquisição em reais, e não o valor de mercado do ativo no momento da declaração.
Quando existe isenção e quando há imposto a pagar?
A Receita estabelece uma regra importante:
Se o total de vendas de criptoativos em um mês for inferior a R$ 35.000, o lucro é isento de imposto.
Essa regra costuma beneficiar investidores menores ou operações eventuais.
Se, em determinado mês, o volume total de vendas ultrapassar R$ 35.000, qualquer lucro obtido se torna tributável.
Como calcular e pagar o imposto?
O cálculo do ganho de capital deve ser feito no programa GCAP, ferramenta da Receita Federal que apura automaticamente o lucro e gera o DARF.
O pagamento deve ocorrer até o último dia útil do mês seguinte ao da venda.
As alíquotas são progressivas, conforme o montante de lucro no mês:
- Até R$ 5 milhões → 15%
- De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões → 17,5%
- De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões → 20%
- Acima de R$ 30 milhões → 22,5%
Conclusão

Por fim, o mercado de criptomoedas oferece oportunidades reais de investimento, mas exige preparo, cautela e responsabilidade.
Desde a criação do Bitcoin até a expansão de um ecossistema que inclui Ethereum, Solana, stablecoins e diversos tipos de tokens, o setor evoluiu para entregar soluções que vão muito além da simples especulação.
Para o investidor brasileiro, o caminho está cada vez mais estruturado.
Hoje é possível acessar o mercado por meio de corretoras nacionais, plataformas globais e até fundos listados na B3, enquanto o ambiente regulatório e fiscal avança para trazer mais clareza e segurança.
Ainda assim, o potencial de retorno vem acompanhado de grande volatilidade e riscos relevantes — principalmente os relacionados à segurança e à prevenção de golpes. Informação de qualidade é a melhor defesa.
Por isso, comece com pequenos valores, adote boas práticas de custódia e mantenha a disciplina de sempre buscar entender o que está fazendo.
Entrar no mundo cripto é embarcar em uma jornada contínua de aprendizado dentro de uma das áreas mais inovadoras da tecnologia e das finanças modernas.