George Soros é reconhecido não apenas como um dos investidores mais bem-sucedidos da história, mas também como um dos mais controversos. 

Sua trajetória é marcada por estratégias e decisões que ficaram registradas na história. Um desses momentos foi quando ele desafiou e quebrou o Banco da Inglaterra. 

Soros é um investidor que tem suas ações voltadas para venda a descoberto, prática que o colocou em evidência. Ainda que seja um dos grandes investidores do mundo, como já dissemos, a sua imagem vive em constante debate.

Como tudo começou?

George Soros nasceu em Budapeste, na Hungria, em 1930, sendo um sobrevivente  à ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Na década de 1940, emigrou para a Inglaterra. 

Com educação em economia pela  London School of Economics, Soros começou sua carreira no mercado financeiro em Londres, antes de se mudar para os Estados Unidos na década de 1950.

Ao longo das décadas de 1960 e 1970, Soros construiu uma reputação como um gestor de fundos hedge. Ele fundou a Soros Fund Management em 1970, onde desenvolveu uma abordagem para investimentos baseada na combinação de análise fundamental com uma compreensão dos aspectos psicológicos do mercado. Mas o que seria isso? 

Além de analisar os dados financeiros e econômicos, também prestava atenção a como as emoções, comportamentos e percepções dos investidores influenciavam os preços das ações e outros ativos.

Quarta-feira Negra: a quebra do banco da Inglaterra

O momento que trouxe notoriedade a George Soros ocorreu em setembro de 1992, quando apostou contra a libra esterlina. Naquela época, a Grã-Bretanha fazia parte do Sistema Monetário Europeu (SME), que mantinha as taxas de câmbio fixas entre as moedas europeias. A libra esterlina estava atrelada ao marco alemão.

Soros percebeu que a libra estava sobrevalorizada em relação ao marco alemão e enfrentava pressões econômicas crescentes. Então, ele comprou uma quantidade alta da moeda inglesa, converteu em outras moedas, esperou a libra cair e recomprou a quantia desvalorizada por um valor abaixo do original.

Ou seja, ele vendeu  grandes quantidades de libras no mercado cambial, apostando que seu valor iria cair. À medida que sua estratégia ganhou força, outros investidores e especuladores seguiram seu exemplo, aumentando ainda mais a pressão sobre a libra.

Com isso, o governo britânico anunciou a retirada da libra esterlina do Sistema Monetário Europeu, permitindo que a moeda flutuasse livremente no mercado. A libra desvalorizou em relação ao marco alemão e ao dólar dos EUA, resultando em uma enorme perda para o Banco da Inglaterra, estimada em cerca de 3,3 bilhões de libras esterlinas.

A jogada audaciosa de Soros contra a libra esterlina lhe rendeu um lucro estimado em mais de 1 bilhão de dólares. Esse dia ficou conhecido como Quarta-Feira Negra

Além desse episódio, Soros continuou a investir através de sua própria gestora, a Soros Fund Management. O negócio ganhou destaque pela política agressiva, em que os altos investimentos e grandes retornos financeiros em curto prazo eram uma filosofia do grupo.

George Soros e a Filantropia

Além de sua carreira como investidor, George Soros é conhecido por seu compromisso com causas filantrópicas e políticas. No ano de 1979, George Soros começou a fazer mais parte de práticas filantrópicas e empresas sem fins lucrativos. Ele começou a oferecer nesse período bolsas de estudo para jovens da África do Sul, assim como para a Europa Oriental, enquanto existia o período da Guerra Fria.

 Através da Open Society Foundations, fundada por ele, Soros promoveu valores democráticos e direitos humanos para vários países. Sua influência política e econômica gerou admiração e controvérsia, tornando-o uma figura polarizadora no cenário global.