As moedas digitais estão transformando a forma como você guarda e movimenta dinheiro.
A história da humanidade mostra que a troca de valor evoluiu constantemente: do escambo aos metais preciosos, do papel-moeda aos registros eletrônicos bancários.
Hoje, não se trata apenas de substituir o dinheiro físico pelo eletrônico. Estamos diante de uma mudança que altera a própria natureza do dinheiro.
Com as moedas digitais, você tem acesso a transações mais rápidas, seguras e, em alguns casos, automatizadas.
Nos próximos tópicos, você vai entender como esses ativos digitais funcionam e quão avançados já estão para aproveitá-los de forma consciente.
O que são moedas digitais?
Em resumo, moedas digitais são ativos que existem apenas em formato eletrônico e podem ser transferidos, armazenados e utilizados sem suporte físico.
O termo funciona como um guarda-chuva conceitual, incluindo diferentes categorias de ativos, cada uma com perfis de risco, mecanismos de emissão e objetivos distintos.
Essas categorias explicam claramente como a tecnologia está mudando a forma de guardar, movimentar e registrar valor.
A digitalização x moeda digital nativa
É comum confundir o saldo que você vê no aplicativo do banco com uma moeda digital.
O dinheiro que usamos atualmente — via cartões ou transferências tradicionais — é apenas uma representação digital da moeda fiduciária.
Ele é um registro do passivo do banco: quando você vê “R$ 100,00” na sua conta, isso significa que o banco lhe deve cem reais.
A verdadeira inovação das moedas digitais nativas está na tecnologia que as sustenta — geralmente DLT (Distributed Ledger Technology) ou blockchain — e na sua programabilidade.
Uma moeda digital nativa não é apenas um registro de valor; ela é um código capaz de executar regras e condições de forma automática e segura, abrindo possibilidades inéditas para transações e contratos.
As três grandes categorias de ativos digitais
O dinheiro digital contemporâneo pode ser dividido em três grandes categorias, considerando quem é responsável pelo passivo, como o valor é garantido e a tecnologia utilizada.
Criptomoedas
As criptomoedas, iniciadas pelo Bitcoin em 2008, surgiram como resposta técnica e ideológica à crise financeira global.
Elas substituem a confiança em bancos e governos pela confiança em código criptográfico e provas matemáticas.
Operando em blockchains públicas, qualquer pessoa pode auditar transações e participar da rede.
A segurança vem da descentralização e do custo elevado para fraudar a rede. No entanto, a alta volatilidade limita seu uso como moeda para o dia a dia, tornando-as mais um ativo de investimento ou “ouro digital”.
Stablecoins
As stablecoins foram criadas para reduzir a volatilidade das criptomoedas, servindo como ponte entre o mundo cripto e o sistema financeiro tradicional.
Normalmente, mantêm paridade 1:1 com uma moeda fiduciária, como o dólar.
Apesar de fundamentais no ecossistema de Finanças Descentralizadas (DeFi), elas apresentam risco do emissor: se a empresa que emite não tiver reservas auditadas, a paridade pode quebrar.
Reguladores globais alertam para o risco dessas moedas não supervisionadas à soberania monetária.
CBDCs (Moedas Digitais de Bancos Centrais)
As CBDCs são a resposta do Estado à digitalização da economia. Diferente do dinheiro comercial, uma CBDC pode representar um passivo direto do Banco Central para o cidadão.
Elas combinam a segurança jurídica da moeda fiduciária com a eficiência tecnológica das criptomoedas, incluindo tokenização e contratos inteligentes.
Esse modelo elimina volatilidade e risco de crédito de instituições privadas. O Drex brasileiro é um exemplo de CBDC em operação.
Diferença entre moeda digital e criptomoeda
Centralização x descentralização
- Criptomoedas (Bitcoin, Ethereum): são sistemas sem permissão. Isso porque não há dono da rede, e ninguém pode impedir você de criar uma carteira ou realizar uma transação. A validação é feita por mineradores ou validadores espalhados pelo mundo. Se você perder a chave privada, os fundos se perdem permanentemente.
- CBDCs (Drex, e-CNY): são sistemas com permissão, controlados pelo Banco Central. Ele define quem pode atuar como nó validador (geralmente grandes bancos) e possui autoridade final sobre o sistema. Isso permite reverter transações em caso de fraude, recuperar senhas e aplicar regulamentações de combate à lavagem de dinheiro (AML), mas reduz a descentralização.
Anonimato x identidade
- Criptomoedas: oferecem pseudo-anonimato. As transações são públicas na blockchain, mas ligadas a endereços alfanuméricos, não a nomes reais.
- CBDCs: exigem identificação. Para usar o Drex ou o Euro Digital, você precisa passar por processos de KYC (Know Your Customer), vinculando sua identidade às transações. Isso elimina o anonimato completo e gera debates sobre privacidade e vigilância financeira.
O propósito econômico
- Criptomoedas: muitas, como o Bitcoin, têm como objetivo ser reserva de valor independente da política monetária estatal, com oferta limitada (21 milhões de unidades no caso do Bitcoin).
- CBDCs: são ferramentas de política monetária. Permitem ao Banco Central controlar a oferta de dinheiro, ajustar a velocidade do fluxo monetário e transmitir taxas de juros à economia real, oferecendo mais estabilidade, mas menos liberdade individual.
Drex: o real digital brasileiro

O Brasil possui um dos sistemas financeiros mais modernos e integrados do mundo, e o Drex representa a próxima etapa dessa evolução.
Diferente do Pix, que prioriza velocidade e disponibilidade das transações, o Drex foca na programabilidade e na segurança jurídica de transações envolvendo ativos digitais.
O conceito do nome
O nome Drex é um acrônimo: Digital, Real, Eletrônico, e o “X” remete à modernidade e à conexão com o sucesso do Pix.
O projeto visa criar uma representação digital do Real que possa interagir com contratos inteligentes, permitindo transações automáticas e seguras.
A arquitetura de “dois andares”
O Banco Central do Brasil (BCB) optou por um modelo de “dois andares”, também chamado de sistema intermediado. Essa decisão distingue o Drex de propostas em que o BC forneceria contas digitais diretamente aos cidadãos.
- Drex de Atacado (Real Digital): Emitido exclusivamente pelo BCB, circula apenas entre o Banco Central e instituições financeiras autorizadas (bancos, fintechs, cooperativas). O cidadão comum não acessa este tipo de Drex diretamente. Ele serve principalmente para liquidação interbancária.
- Drex de Varejo (Real Tokenizado): Funciona como um depósito bancário tokenizado. Quando você quiser realizar uma transação usando Drex, seu saldo bancário tradicional é convertido em tokens emitidos pelo seu banco comercial. Esses tokens têm a mesma garantia que o dinheiro na conta corrente.
Por que este modelo?
Esse modelo evita a “desintermediação bancária”. Se o BC emitisse moedas digitais diretamente para os cidadãos, você poderia transferir seu dinheiro dos bancos para o Banco Central, considerado livre de risco.
Isso reduziria os recursos disponíveis para empréstimos e financiamentos, podendo prejudicar o sistema de crédito e encarecer os empréstimos no país. O modelo intermediado preserva o papel dos bancos como provedores de liquidez.
Como funciona na prática?
Para você, usuário final, a experiência será transparente e semelhante a pagamentos digitais atuais, mas com recursos avançados de programação:
- você acessa o aplicativo do seu banco;
- seleciona a opção de pagamento via Drex ou contrato inteligente;
- o banco bloqueia o valor em reais na sua conta e emite a quantidade equivalente em tokens Drex de varejo na blockchain permissionada do Banco Central;
- a transação ocorre na rede, e o vendedor recebe os tokens, que são automaticamente convertidos em reais na conta dele.
O diferencial está no passo 4: regras complexas podem ser aplicadas automaticamente, algo que o Pix não oferece nativamente, abrindo possibilidades para pagamentos programáveis e contratos inteligentes de forma segura.
Vantagens do DREX e das moedas digitais
Contratos Inteligentes (Smart Contracts)
Embora o Pix seja excelente para pagamentos instantâneos, ele não permite condicionar transações a regras pré-definidas.
O Drex, por outro lado, suporta contratos inteligentes: programas autoexecutáveis que operam na blockchain, garantindo que pagamentos e transferências ocorram somente quando condições específicas são atendidas.
Exemplo prático: compra e venda de veículos
- Cenário atual: o comprador teme enviar dinheiro via Pix sem que o vendedor entregue o DUT (Documento Único de Transferência), enquanto o vendedor teme assinar o DUT sem receber o pagamento. Esse risco de contraparte exige confiança ou intermediários.
- Cenário Drex: um contrato inteligente retém o dinheiro do comprador tokenizado e o certificado de propriedade do carro do vendedor. Assim que ambas as condições são cumpridas, o contrato libera simultaneamente o dinheiro e transfere a propriedade — processo chamado de liquidação atômica. Se algo falhar, a transação é revertida automaticamente, eliminando o risco de contraparte.
Tokenização de ativos e inclusão financeira
A programabilidade também permite fracionar ativos do mundo real, abrindo oportunidades de investimento para pequenos participantes:
- Imóveis: um prédio comercial de R$ 100 milhões pode ser tokenizado e dividido em 100 milhões de tokens de R$ 1,00, por exemplo. Assim, ivestidores de qualquer porte podem adquirir frações e receber aluguéis proporcionais automaticamente na carteira digital.
- Redução de custos: ao operar em uma infraestrutura padronizada, o Drex diminui a necessidade de múltiplos intermediários. A liquidação de títulos pode passar de D+2 (dois dias após a negociação) para D+0 (imediato), liberando bilhões em capital que atualmente ficam retidos como garantia.
Rastreabilidade e combate à lavagem de dinheiro
Todas as transações na blockchain Drex são imutáveis e rastreáveis pelas autoridades competentes.
Isso cria um ambiente seguro para a movimentação de dinheiro digital:
- Diferente do dinheiro em espécie ou de criptomoedas focadas em anonimato, o caminho do dinheiro tokenizado é sempre visível para reguladores, dificultando práticas ilícitas e aumentando a confiabilidade do sistema financeiro.
O status atual do Drex: desafios e cronograma
Fase 1: O Dilema da Privacidade (2023 – 2024)
Entre 2023 e 2024, o Banco Central conduziu a Fase 1 do Piloto Drex, testando a infraestrutura básica com a tecnologia Hyperledger Besu.
Os testes confirmaram que a liquidação de transações funcionava corretamente, mas a privacidade dos dados revelou-se um desafio complexo.
O problema surge da necessidade de validação das transações pelos bancos participantes: cada instituição precisa garantir que não haja “gasto duplo”, mas não pode acessar dados confidenciais de clientes de outros bancos, conforme a Lei Complementar 105 (Sigilo Bancário) e a LGPD.
Para contornar isso, o BC testou soluções avançadas de privacidade, como Zero-Knowledge Proofs (ZKP). Essa tecnologia permite provar que uma condição é verdadeira (por exemplo, “tenho saldo suficiente”) sem revelar os dados subjacentes.
Apesar de funcionarem conceitualmente, essas soluções exigem grande poder computacional, aumentando a latência a ponto de inviabilizar o uso em escala nacional.
O presidente do BC reconheceu que a tecnologia de privacidade “não se revelou viável” para lançamento imediato, exigindo maturação adicional.
Fase 2: Expansão e Casos de Uso (2024 – 2025)
Na segunda metade de 2024, o projeto avançou para a Fase 2, estendendo-se até 2025. Desde então, o foco passou da infraestrutura básica para a implementação de casos de uso reais e complexos, com o objetivo de demonstrar o valor econômico do Drex.
Treze consórcios foram selecionados para desenvolver contratos inteligentes voltados à automação de processos financeiros, incluindo:
- Cessão de Recebíveis e Crédito Colateralizado em CDBs/Títulos Públicos: tornando empréstimos mais baratos e automáticos.
- Comércio Internacional (Trade Finance): agilizando liquidação e reduzindo burocracia.
- Mercado de Câmbio: liquidação mais rápida e eficiente.
- Tokenização de ativos tangíveis e intangíveis: imóveis, cédulas de produtos rurais e créditos de descarbonização, garantindo procedência e evitando duplicidade de venda.
O sucesso desta fase é crucial para mostrar que o Drex não é apenas inovação tecnológica, mas também uma ferramenta capaz de gerar ganhos reais de eficiência econômica.
Regulação: resolução conjunta nº 16
Em novembro de 2025, o BC e o CMN publicaram a Resolução Conjunta nº 16, estabelecendo o marco regulatório para Banking as a Service (BaaS).
A resolução define regras claras e exigências de capital para instituições que oferecem infraestrutura bancária a terceiros.
Dessa forma, o Drex garante que fintechs e bancos integrados à rede operem com solidez financeira e governança, prevenindo riscos sistêmicos e aumentando a confiança do mercado.
O cenário internacional
O Brasil não está sozinho na digitalização do dinheiro. CBDCs e moedas digitais avançam globalmente, mas cada região tem motivações e estratégias distintas, refletindo prioridades econômicas, tecnológicas e geopolíticas.
China: a hegemonia do e-CNY (Yuan Digital)
A China lidera a corrida global. O e-CNY já é uma realidade consolidada e tem impactos estratégicos significativos:
- Adoção massiva: até o final de 2024, mais de 325 milhões de carteiras individuais foram abertas, movimentando mais de 7,3 trilhões de yuans (aproximadamente US$ 1 trilhão). O sistema está presente em mais de 25 grandes metrópoles, integrado ao cotidiano da população.
- Controle fiscal programável: o governo consegue enviar subsídios com data de validade ou restrições de uso, como dinheiro que só pode ser gasto em transporte ou alimentação. Isso aumenta a circulação do dinheiro na economia real e evita o acúmulo ocioso.
- Projeto mBridge: a China testa liquidação direta entre CBDCs com Tailândia, Emirados Árabes e Hong Kong, contornando o sistema SWIFT e o dólar. Isso pode reduzir custos de remessas internacionais em até 50% e reforça a estratégia geopolítica de reduzir a dependência do sistema financeiro ocidental.
Zona do Euro: soberania e privacidade
Na Europa, o Euro Digital é tratado como uma questão de soberania monetária, frente às gigantes de tecnologia e às criptomoedas:
- Cronograma: o Banco Central Europeu (BCE) concluiu a fase de preparação em 2025 e a emissão é possível a partir de 2029, dependendo da aprovação legislativa prevista para 2026.
- Privacidade: o foco europeu é garantir anonimato em pequenas transações. Diferente da China, o Euro Digital deve permitir funcionalidades “offline”, protegendo os hábitos de consumo individuais enquanto mantém a rastreabilidade regulatória quando necessário.
Estados Unidos: o ceticismo do mercado
Nos EUA, o desenvolvimento de um Dólar Digital oficial enfrenta forte resistência política e preocupações com vigilância governamental.
- a estratégia americana concentra-se em stablecoins privadas reguladas, permitindo o dólar tokenizado pelo setor privado.
- o objetivo é manter a hegemonia do dólar na economia digital, deixando que a inovação no varejo de moedas digitais seja liderada pelo mercado, em vez do Estado.
Nos EUA, o desenvolvimento de um “Dólar Digital” oficial estagnou devido à forte resistência política. O receio de vigilância governamental freia o apoio a uma CBDC de varejo.
A estratégia americana parece focar no fortalecimento de Stablecoins Privadas reguladas (dólar tokenizado pelo setor privado) para manter a hegemonia do dólar na economia digital, delegando a inovação ao mercado em vez do Estado.
Desafios e riscos
Privacidade e vigilância
A maior preocupação é o potencial de controle estatal. Uma moeda digital programável, se mal desenhada, poderia permitir bloqueios automáticos de contas ou restrições de consumo baseadas em comportamento.
O Banco Central do Brasil assegura que o Drex seguirá rigorosamente as leis de sigilo bancário e LGPD, e que o modelo de “dois andares” impede acesso direto do governo aos dados individuais. Ainda assim, será fundamental que a sociedade civil acompanhe a implementação, garantindo transparência e proteção à privacidade.
Segurança cibernética
Centralizar a infraestrutura financeira em uma rede DLT cria um alvo para hackers. Uma falha em contratos inteligentes ou no código da rede poderia drenar milhões de reais em segundos.
Ao contrário de ataques a bancos físicos, um incidente cibernético no Drex pode ter impacto sistêmico, afetando a confiança em todo o sistema financeiro.
A segurança envolve não apenas senhas, mas a integridade do código, auditorias regulares e protocolos de mitigação de risco.
Exclusão digital
O dinheiro digital depende de eletricidade, internet e dispositivos móveis. Em um país continental e desigual como o Brasil, isso pode excluir populações vulneráveis.
O desenvolvimento de funcionalidades offline é um desafio técnico crítico, necessário para garantir que todos tenham acesso ao Drex, independentemente de infraestrutura digital.
Sem isso, a inclusão financeira completa não será alcançada.
O futuro do dinheiro
O futuro do sistema financeiro brasileiro não depende apenas do Drex, mas da integração de três pilares fundamentais, que estão sendo desenvolvidos simultaneamente:
- Pix: garante pagamentos instantâneos, oferecendo velocidade e disponibilidade nas transações do dia a dia.
- Open Finance: permite o compartilhamento seguro de dados, aumentando a inteligência financeira e personalizando serviços para os usuários.
- Drex: atua como plataforma de liquidação de ativos e contratos inteligentes, trazendo segurança, programabilidade e automação às transações.
A convergência desses três elementos abre caminho para o surgimento das Finanças Autônomas, um ecossistema em que transações, investimentos e serviços financeiros poderão ocorrer de forma mais eficiente, segura e automatizada, mantendo sempre o foco em transparência e proteção ao usuário.
Conclusão

Por fim, as moedas digitais Drex e as CBDCs representam a maior atualização na infraestrutura do dinheiro das últimas décadas.
Não se trata apenas de tecnologia, mas de eficiência econômica, segurança jurídica e novas possibilidades de automação financeira.
Para o Brasil, o Drex é uma oportunidade de avançar além do Pix, atraindo investimentos e reduzindo custos estruturais ao modernizar a forma como ativos e contratos são liquidados.
Mas o sucesso dessa transformação depende, acima de tudo, da confiança. As instituições precisarão mostrar que podem entregar inovação sem comprometer privacidade, liberdade e segurança do cidadão.
Para você, investidor ou usuário, isso significa que o dinheiro do futuro será inteligente e programável, mas deve permanecer seguro, privado e sob seu controle.
Acompanhe de perto o desenvolvimento do Drex e fique por dentro de como ele se integrará às demais iniciativas do sistema financeiro para aproveitar as oportunidades e se proteger dos riscos.
Observação de compliance: as informações contidas neste artigo baseiam-se em documentos oficiais do Banco Central do Brasil, relatórios de progresso do BCE, análises de mercado de 2024 e 2025 e normativas recentes como a Resolução Conjunta nº 16/2025.