De fato, as empresas de tecnologia estão entre as que mais atraem investidores globalmente. E se você também tem interesse de tê-las na sua carteira precisa conhecer a história e funcionamento da Nasdaq, a segunda maior bolsa de valores do mundo.
Ela é conhecida por abrigar os maiores nomes do setor, como Apple, Microsoft, Amazon, Google e Tesla.
Além disso, a plataforma conta com índices mais focados em tecnologia, a exemplo do Nasdaq100.
Assim, serve como termômetro para entender o desempenho e identificar tendências do mercado tecnológico, e, consequentemente, tomar decisões de investimento melhores.
Logo abaixo, vamos te explicar como a Nasdaq, por que se tornou a bolsa da tecnologia e como você pode investir nas empresas listadas lá mesmo no Brasil.
O que é a Nasdaq?
Nasdaq é a sigla para National Association of Securities Dealers Automated Quotations — ou, em português, Sistema Automatizado de Cotações da Associação Nacional de Corretores de Valores Mobiliários.
É uma bolsa de valores americana, fundada em 1971, que foi a primeira do mundo a operar de forma totalmente eletrônica, sem pregão físico.
Diferente de bolsas tradicionais como a NYSE (New York Stock Exchange), onde as negociações aconteciam em um salão com operadores gritando ofertas, a Nasdaq já nasceu digital.
Todas as transações eram processadas por computadores, conectando compradores e vendedores de forma automática e instantânea.
Hoje, a Nasdaq é conhecida como a “bolsa da tecnologia” porque abriga as maiores empresas de tech do mundo. Contudo, ela também lista companhias de outros setores, como:
- biotecnologia;
- varejo;
- finanças;
- serviços.
Sua sede fica em Nova York, mas ela opera globalmente, sendo a segunda maior bolsa de valores do mundo em valor de mercado, atrás apenas da NYSE.
História da Nasdaq: a primeira bolsa eletrônica do mundo
A trajetória da Nasdaq é marcada por inovação, crescimento explosivo e crises que moldaram o mercado financeiro global.
A fundação (1971)
A Nasdaq foi fundada em 8 de fevereiro de 1971 pela NASD (National Association of Securities Dealers), hoje conhecida como FINRA.
Naquela época, o mercado de ações americano era dominado pela NYSE, onde as negociações aconteciam presencialmente.
Empresas menores e em crescimento tinham dificuldade de acessar esse mercado, pois os custos e requisitos eram altos.
Assim, a Nasdaq surgiu para preencher essa lacuna. Seu objetivo era criar um mercado mais acessível, transparente e eficiente, usando tecnologia para conectar compradores e vendedores sem a necessidade de um pregão físico.
No primeiro dia de operação, a bolsa listava cerca de 250 empresas. O volume de negociações era modesto, mas a inovação era clara: pela primeira vez, era possível negociar ações de qualquer lugar, bastando estar conectado ao sistema eletrônico.
Crescimento e consolidação (1980-1990)
Nas décadas de 1980 e 1990, a Nasdaq cresceu rapidamente, impulsionada pelo “boom” das empresas de tecnologia.
Companhias como Microsoft (1986), Intel (1971, mas ganhou destaque nos anos 80) e Apple (retornou à bolsa em 1980 após quase falir) escolheram a Nasdaq para listar suas ações.
Essas empresas eram jovens e inovadoras. Assim, não se encaixavam no perfil tradicional da NYSE.
Por outro lado, a Nasdaq oferecia um ambiente mais flexível, com requisitos menos rígidos e uma imagem de modernidade que atraía startups e empresas de tecnologia.
Ao longo dos anos 90, a bolsa se consolidou como a principal para empresas de crescimento.
Tanto que o índice Nasdaq Composite, que mede o desempenho de todas as empresas listadas, começou a chamar a atenção dos investidores e ser visto como termômetro do setor de tecnologia.
A bolha das pontocom (2000-2002)
O final dos anos 90 foi marcado pela euforia com a internet. Empresas pontocom (startups de internet) surgiram aos montes, muitas sem modelo de negócio sólido, mas com valuations astronômicos.
Para você ter uma ideia, investidores apostavam alto em qualquer empresa com “.com” no nome.
Dessa forma, o índice Nasdaq Composite disparou, atingindo um pico de mais de 5.000 pontos em março de 2000.
Contudo, a bolha estourou. A partir de 2000, ficou claro que muitas dessas empresas não eram lucrativas e não tinham futuro. O índice despencou, perdendo cerca de 78% de seu valor até outubro de 2002.
Empresas desapareceram. Investidores perderam fortunas. A Nasdaq, que havia se tornado o símbolo da nova economia digital, virou o símbolo da especulação exagerada.
Mas a crise também teve um lado positivo: as empresas que sobreviveram — como Amazon, eBay e Google — saíram mais fortes e se tornaram gigantes globais.
Era moderna (2000-hoje)
Após a crise, a Nasdaq se reinventou. Passou a exigir mais transparência, melhorou seus critérios de listagem e expandiu suas operações globalmente.
Em 2007, a bolsa adquiriu a OMX, operadora de bolsas nórdicas e bálticas, tornando-se Nasdaq OMX Group. Essa expansão solidificou sua posição como uma das principais bolsas do mundo.
Hoje, a plataforma é referência global em tecnologia, inovação e mercado de capitais.
Ela abriga as maiores empresas de tech, mantém índices que são acompanhados por investidores no mundo todo e continua liderando em inovação tecnológica no setor financeiro.
Como funciona a Nasdaq?
A Nasdaq opera de forma diferente das bolsas tradicionais e entender seu funcionamento ajuda a compreender por que ela é tão eficiente.
Sistema totalmente eletrônico
A Nasdaq nunca teve pregão físico. Todas as negociações sempre aconteceram por meio de uma rede eletrônica de computadores.
Quando você envia uma ordem de compra pelo seu aplicativo de investimentos, ela é processada instantaneamente pelo sistema da plataforma, que encontra uma ordem de venda compatível e executa a transação em milissegundos.
Esse modelo é conhecido como “dealer market” ou mercado de balcão eletrônico.
Ele funciona por meio de market makers — instituições financeiras que mantêm estoques de ações e estão sempre prontas para comprar ou vender, garantindo liquidez ao mercado.
Os market makers lucram com o spread (diferença entre preço de compra e venda) e competem entre si para oferecer os melhores preços, beneficiando os investidores.
Requisitos para listar na Nasdaq
Para uma empresa listar suas ações na Nasdaq, precisa atender a critérios financeiros e de governança corporativa.
Os requisitos variam conforme o segmento escolhido (Nasdaq Global Select Market, Nasdaq Global Market ou Nasdaq Capital Market), mas geralmente incluem:
- valor mínimo de mercado;
- patrimônio líquido mínimo;
- número mínimo de acionistas públicos
- preço mínimo por ação
- padrões de governança corporativa (auditoria independente, conselho de administração, etc.)
Esses critérios garantem que apenas empresas com solidez financeira e transparência possam listar na Nasdaq, protegendo os investidores.
Principais empresas listadas na Nasdaq

A Nasdaq abriga algumas das empresas mais valiosas e influentes do mundo, tanto no setor de tecnologia quanto em outros. Veja:
Gigantes da tecnologia
- Apple (AAPL): a maior empresa do mundo em valor de mercado. Criadora do iPhone, iPad, Mac e serviços, como Apple Music e iCloud, por exemplo.
- Microsoft (MSFT): gigante do software, dona do Windows, Office, Xbox e da plataforma de nuvem Azure.
- Amazon (AMZN): maior varejista online do mundo e líder em computação em nuvem com a AWS (Amazon Web Services).
- Alphabet (GOOGL): empresa-mãe do Google, dona do maior buscador do mundo, YouTube, Android e serviços em nuvem.
- Meta (META): dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, líder em redes sociais.
- Tesla (TSLA): fabricante de veículos elétricos e líder em inovação automotiva.
- Nvidia (NVDA): líder em chips gráficos e inteligência artificial, essencial para data centers e IA.
Outros setores representados
Embora conhecida pela tecnologia, a Nasdaq também lista empresas de outros setores:
- Biotecnologia: Moderna, Gilead Sciences, Regeneron
- Varejo: Costco, Starbucks
- Finanças: PayPal, Intuit
- Entretenimento: Netflix, Activision Blizzard
Índices da Nasdaq
A Nasdaq mantém diversos índices que medem o desempenho de suas empresas listadas. Os principais são:
Nasdaq Composite
O Nasdaq Composite é o índice mais amplo da bolsa. Ele inclui todas as empresas listadas lá — mais de 3.000 companhias.
Por abranger tantas empresas, esse índice é considerado um parâmetro abrangente do mercado americano, principalmente do setor de tecnologia.
Se o índice sobe, significa que, em média, as ações listadas na Nasdaq estão valorizando. Se cai, o mercado está em queda.
Contudo, por incluir muitas empresas pequenas e de baixa liquidez, o índice pode ser mais volátil que outros.
Nasdaq-100
O Nasdaq-100 é o índice mais famoso e acompanhado da Nasdaq.
Ele reúne as 100 maiores empresas não-financeiras listadas na bolsa. Ou seja, exclui bancos e instituições financeiras, focando em tecnologia, consumo, saúde e outros setores.
Gigantes como Apple, Microsoft, Amazon, Google, Tesla e Nvidia têm grande peso no índice. Ou seja, suas movimentações impactam fortemente o desempenho geral.
Além disso, o índice serve como base para o QQQ, um dos ETFs mais negociados do mundo. Investidores que querem exposição às maiores empresas de tecnologia frequentemente investem nele.
Outros índices relevantes
- Nasdaq Biotechnology Index: mede o desempenho de empresas de biotecnologia listadas na bolsa.
- Índices setoriais: a Nasdaq mantém índices específicos para setores como internet, semicondutores, telecomunicações e outros, permitindo análises segmentadas.
Nasdaq x NYSE: qual a diferença?
Nasdaq e NYSE são as duas maiores bolsas dos Estados Unidos, mas têm diferenças importantes:
Modelo de negociação
- Nasdaq: opera de forma totalmente eletrônica desde sua fundação. Usa market makers para garantir liquidez.
- NYSE: nasceu como pregão físico e hoje opera de forma híbrida. Embora a maioria das negociações seja eletrônica, ainda mantém specialists (intermediários designados) que facilitam as transações de determinadas ações.
Perfil das empresas
- Nasdaq: conhecida por empresas de tecnologia, inovação e crescimento. Atrai startups, empresas de tech e companhias disruptivas.
- NYSE: associada a empresas tradicionais, industriais, financeiras e de grande porte. Coca-Cola, ExxonMobil, JPMorgan Chase estão listadas lá.
Requisitos de listagem
Ambas têm critérios rigorosos, mas a NYSE geralmente exige valores de mercado maiores e tem uma imagem mais “tradicional” e “conservadora”.
Empresas jovens e de tecnologia preferem a Nasdaq pela sua imagem de inovação. Já empresas consolidadas e tradicionais muitas vezes escolhem a NYSE pelo prestígio histórico.
Como investir na Nasdaq do Brasil?

Investir em empresas listadas na Nasdaq é possível para brasileiros, e existem várias formas de fazer isso. Confira:
BDRs (Brazilian Depositary Receipts)
BDRs são certificados que representam ações de empresas estrangeiras negociadas na B3 (bolsa brasileira).
Funcionam assim: uma instituição financeira compra ações da empresa no exterior e emite certificados lastreados nessas ações no Brasil. Você compra esses certificados como se fossem ações, pela sua corretora brasileira.
Exemplos de BDRs de empresas da Nasdaq disponíveis na B3:
- Apple (AAPL34);
- Microsoft (MSFT34);
- Amazon (AMZO34);
- Google (GOGL34);
- Tesla (TSLA34).
A vantagem dos BDRs é a praticidade: você investe em dólares sem precisar abrir conta no exterior. A desvantagem, por outro lado, são as taxas (custódia, conversão cambial) e a menor variedade de empresas disponíveis.
ETFs internacionais
Existem ETFs negociados na B3 que replicam índices da Nasdaq.
Por exemplo, o NASD11 replica o desempenho do Nasdaq-100, oferecendo exposição às 100 maiores empresas não-financeiras da bolsa.
Ao comprar cotas desse ETF, você investe indiretamente em Apple, Microsoft, Amazon e todas as outras empresas do índice, com diversificação instantânea.
Fundos de investimento
Alguns fundos multimercados ou fundos de ações internacionais disponíveis no Brasil têm exposição à Nasdaq.
Esses fundos são geridos por profissionais que decidem quais empresas comprar, quando comprar e quando vender. Você paga uma taxa de administração pela gestão.
Conta internacional
A forma mais direta é abrir conta em uma corretora internacional (como Interactive Brokers, Avenue, Stake) e investir diretamente nas ações listadas na Nasdaq.
Essa opção dá acesso a todas as empresas, sem intermediários. Contudo, exige declarar esses investimentos no Imposto de Renda e lidar com questões cambiais e tributárias.
Qual a importância da Nasdaq para a economia global?
A Nasdaq não é apenas uma bolsa de valores, mas também é um termômetro da inovação tecnológica mundial.
Referência em inovação
As maiores empresas de tecnologia do mundo estão listadas na bolsa americana. Essas companhias mudaram a forma como vivemos, trabalhamos e nos comunicamos.
Apple revolucionou a computação pessoal e os smartphones. Google organizou a informação do mundo. Amazon transformou o comércio. Microsoft dominou o software empresarial e a nuvem.
Enfim, investir na Nasdaq é investir nas empresas que estão moldando o futuro.
Termômetro do setor de tecnologia
Quando o índice Nasdaq-100 sobe, significa que o setor de tecnologia está bem. Quando cai, indica problemas ou correções no setor.
Investidores ao redor do mundo acompanham a Nasdaq para entender a saúde do mercado de tech. Movimentos bruscos no índice costumam impactar bolsas globais, incluindo a brasileira.
Perguntas frequentes
Qualquer empresa pode listar na Nasdaq?
Não. A empresa precisa atender a critérios financeiros e de governança corporativa rigorosos, incluindo valor mínimo de mercado, patrimônio líquido, número de acionistas públicos e padrões de transparência. Isso garante que apenas empresas sólidas e bem geridas sejam listadas.
Por que empresas de tecnologia preferem a Nasdaq?
A Nasdaq nasceu como uma bolsa moderna, eletrônica e voltada para inovação. Aparecer lá transmite uma imagem de empresa disruptiva e tecnológica. Além disso, seus requisitos são mais flexíveis para empresas em crescimento, e o ambiente é mais receptivo a startups e companhias de tech.
Posso investir diretamente na Nasdaq do Brasil?
Sim, de várias formas: BDRs na B3, ETFs que replicam índices da Nasdaq (como NASD11), fundos de investimento internacionais ou abrindo conta em corretora no exterior. Cada opção tem vantagens e desvantagens em termos de custos, praticidade e variedade de ativos.
Conclusão
Por fim, a Nasdaq é o coração do mercado de tecnologia global.
Desde sua fundação, em 1971, como a primeira bolsa totalmente eletrônica, até se tornar o principal ambiente das maiores empresas de inovação do mundo, a Nasdaq ajudou a moldar o mercado financeiro moderno.
Para investidores brasileiros, operar nela pode ser uma excelente estratégia de investimento. As empresas listadas ditam o ritmo do mercado de tecnologia, e ter exposição a elas é uma forma inteligente de diversificar a carteira e buscar melhores resultados no longo prazo.
No entanto, investir na bolsa americana exige estratégia, critérios claros e acompanhamento especializado.
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