Os imprevistos são inevitáveis, e não estar preparado com uma reserva de emergência para enfrentá-los pode resultar em situações bastante desafiadoras. Como você reagiria diante de uma emergência financeira, como um carro quebrado, uma despesa médica inesperada ou até mesmo a perda do emprego? Circunstâncias como essas têm o potencial de nos surpreender e de abalar a nossa estabilidade financeira e emocional. São nesses momentos que a importância de uma reserva de emergência se torna evidente.
A reserva de emergência é um fundo gradualmente construído por aqueles que buscam atravessar essas eventualidades com tranquilidade e segurança financeira. Ela pode ser considerada uma “caixa de segurança, a maletinha SOS”, um escudo protetor que exclui a necessidade de busca por empréstimos ou contração de dívidas.
É importante reafirmar que a reserva de emergência deve ser usada apenas em casos reais de necessidade.
E de quanto deve ser essa reserva?
Segundo a indicação dos especialistas, a reserva de emergência deve arcar com o custo de vida atual pelo período de seis meses. Cada pessoa possui uma necessidade específica e por isso, não há um valor pré-determinado. O importante é listar quais são as despesas básicas mensais – aluguel, transporte, alimentação, entre outros – e uma média de valor gasto.
Outro consenso está no perfil de quem deve ter esse tipo de investimento. A resposta é: todas as pessoas, sem exceção, afinal, quem está livre de passar por um imprevisto?
Agora considere a seguinte situação: um empregado CLT que tenha uma despesa mensal de R$2.000,00 com contas fixas. Então, de acordo com a explicação acima, ele deve reservar R$12.000,00, que é o valor equivalente a esses seis meses. Para os profissionais autônomos há uma outra recomendação, visto a possível oscilação nos ganhos mensais. Assim, o ideal é que se tenha um ano reservado, ou seja, nesse caso, R$20.000,00.
Ou seja, quanto maior for a instabilidade da sua renda, maior deve ser a reserva de emergência.
Onde investir a reserva de emergência?
A construção da reserva de emergência é o primeiro passo, o ponto de partida para o mundo dos investimentos. Ao estabelecer uma reserva sólida, não há a necessidade de mexer nos demais investimentos nos momentos de urgência, preservando assim, o seu potencial de retorno, especialmente a longo prazo.
Você deve alocar a reserva de emergência em um investimento de baixo risco, em uma aplicação conservadora que ofereça segurança, baixa volatilidade e liquidez imediata, ou seja, que permita o resgate a qualquer momento.
Entre as opções do mercado financeiro, o Tesouro Selic contempla essas características. Outra indicação são os fundos de investimentos e títulos de renda fixa, os CBDs.
Como criar uma reserva de emergência?
Construir uma reserva de emergência é um processo que requer disciplina e consistência. É preciso compreender que você não deve levantar esse recurso da noite para o dia, mas sim construí-lo aos poucos, de forma gradual.
Assim, confira agora o passo a passo:
1- Faça uma avaliação da saúde da sua vida financeira. Esse levantamento deve conter desde os gastos essenciais àqueles considerados supérfluos. Uma ótima ferramenta para levantar esses dados é uma planilha financeira, que pode ser feita no Excel.
2- Faça os cálculos de quanto é o seu gasto mensal. Se você for um colaborador contratado via CLT, multiplique esse valor por 6. Se for um profissional autônomo, multiplique esse valor por 12.
3- Escolha o tipo de investimento para a aplicação da reserva de emergência.
4- Enxergue a reserva de emergência como um boleto pessoal. O aporte financeiro deve ser feito mensalmente. Foco, disciplina e constância são fundamentais nesse processo.
5- Automatizar o aporte financeiro vai te auxiliar a não contar com esse valor para pagar as despesas do cotidiano. Separe um dia fixo do mês para essa transferência.
6- Acompanhe constantemente a evolução do seu investimento.