Solana: o que é, como funciona e por que está em alta?

Certamente, você já deve ter ouvido alguém comentar que a “Solana está voando”. Mas, afinal, o que faz essa rede chamar tanta atenção no mundo cripto?

Em resumo, a Solana surgiu para resolver um problema simples, mas gigantesco: como ter uma blockchain rápida, barata e capaz de receber milhões de usuários sem travar? 

Enquanto outras redes sofriam com lentidão e taxas altas, ela apareceu prometendo — e entregando — justamente o contrário.

Essa combinação despertou o interesse de investidores, desenvolvedores e até de quem nunca se aprofundou em blockchain, mas percebeu que a Solana estava sempre nas manchetes.

E não é por acaso. Projetos de games, DeFi, NFTs e aplicativos do cotidiano estão crescendo ali em um ritmo que poucas redes já viram.

E o ponto é: você não precisa ser especialista para entender por que isso importa.

Quando uma tecnologia consegue unir velocidade, baixo custo e uma comunidade gigante, ela não só resolve problemas: também abre portas para inovações que antes pareciam impossíveis.

Logo abaixo, você vai entender de forma simples o que é a Solana, por que ela se tornou tão relevante e como ela pode moldar o futuro do ecossistema cripto. Vamos lá?

O que é Solana?

Solana é uma blockchain de alta performance, criada para ser rápida, escalável e barata.

Para quem está começando no mundo cripto, pense na Solana não só como uma moeda digital, mas como uma infraestrutura completa.

Para efeito de comparação, é quase uma “internet para transferir valor e rodar aplicativos”.

Lançada em 2020 por Anatoly Yakovenko, a Solana surgiu para resolver um problema comum nas blockchains mais antigas, como Bitcoin e, principalmente, Ethereum: a escalabilidade. 

Redes antigas ficam lentas e caras quando muita gente tenta usá-las ao mesmo tempo — e a Solana veio para mudar isso.

A plataforma é feita para aplicativos descentralizados (DApps), que rodam em uma rede global de computadores, em vez de depender de servidores de uma única empresa, como Google ou AWS.

Por isso, é vista como a principal concorrente do Ethereum: oferece tudo o que ele oferece, mas com transações muito mais rápidas e taxas muito menores.

O grande diferencial da Solana é permitir que milhões de transações sejam processadas de forma rápida e barata.

Isso não só a coloca em competição com outras blockchains, mas também com sistemas de pagamento centralizados, como Visa e Mastercard, abrindo caminho para um futuro de finanças globais mais eficientes e acessíveis.

Como funciona a Solana?

No básico, a Solana funciona como qualquer blockchain: é um registro digital descentralizado e imutável de transações. Mas por dentro, sua “sala de máquinas” é bem diferente, e é isso que permite a performance impressionante da rede.

Como muitas blockchains modernas, a Solana usa o Proof-of-Stake (PoS). Nesse sistema, os participantes da rede, chamados de validadores, travam suas próprias moedas como garantia (staking) para ganhar o direito de verificar transações e adicionar blocos ao registro.

Se forem honestos, recebem recompensas; se tentarem trapacear, perdem a garantia.

A grande diferença da Solana está em como ela combina o PoS com o Proof-of-History (PoH), uma inovação única.

Mas atenção: o PoH não substitui o PoS. Ele funciona como um relógio criptográfico, criando uma sequência histórica de transações antes mesmo de o PoS validar os blocos. Entenda:

  • Proof-of-Stake (PoS): mecanismo de consenso. Os validadores usam o PoS para decidir quais transações são legítimas.
  • Proof-of-History (PoH): “relógio” que organiza as transações em ordem verificável. Ele dá um carimbo de tempo a cada transação, sem depender de terceiros.

O PoH faz com que os validadores não precisem discutir a ordem ou horário das transações — eles simplesmente validam os blocos já organizados.

Isso reduz a sobrecarga de comunicação, que costuma deixar outras blockchains lentas, e permite processamento paralelo, ou seja, várias transações acontecendo ao mesmo tempo.

O resultado? Uma rede rápida, eficiente e capaz de lidar com milhões de transações, mantendo as taxas baixas e a experiência do usuário ágil — a base do grande diferencial da Solana.

Token SOL: o combustível do ecossistema

O SOL é o token nativo da rede Solana. Assim como o ETH é essencial para que a Ethereum funcione, o SOL é o que faz a Solana operar.

Mas não se trata apenas de uma moeda: o token tem função prática dentro da rede, e isso é o que impulsiona sua demanda.

As duas funções principais do SOL são:

  1. Pagamento de taxas: cada transação na Solana — seja enviar SOL, comprar um NFT ou interagir com um aplicativo de finanças descentralizadas (DeFi) — exige taxas pagas em SOL. Ele é, portanto, o combustível que mantém a rede ativa.
  2. Staking (Segurança da rede): o SOL também é usado no Proof-of-Stake (PoS) da Solana. Os detentores podem “travar” ou delegar seus tokens a validadores, ajudando a proteger a rede contra ataques. Em troca, recebem recompensas em SOL, funcionando como um incentivo para manter os tokens em vez de vendê-los.

Atualmente, o staking rende cerca de 4,5% ao ano, e mais de 68% de todos os tokens SOL disponíveis estão bloqueados.

Isso significa que grande parte da oferta está fora do mercado, tornando qualquer aumento na demanda — seja para uso na rede, compra de NFTs ou especulação — ainda mais impactante no preço.

Esse efeito de escassez é um dos principais fatores por trás da volatilidade e valorização do SOL, que já o coloca como a terceira maior criptomoeda do mercado.

Velocidade e escalabilidade da Solana

A velocidade é o grande destaque da Solana. Hoje, a rede processa cerca de 705 a 1.050 transações por segundo (TPS), embora testes simulados tenham alcançado até 100.000 TPS.

À primeira vista, 1.000 TPS pode parecer pouco perto de 100.000, mas é importante comparar: o Ethereum, principal concorrente da Solana, processa apenas 15 a 30 TPS.

Ou seja, mesmo com tráfego normal, a Solana é 30 a 70 vezes mais rápida. A rede foi projetada para suportar até 50.000 TPS, mostrando que ainda há espaço para crescimento.

Outro ponto relevante é a qualidade desse tráfego. Atualmente, grande parte da atividade na Solana vem de “memecoins”.

Por exemplo, a plataforma Pump.fun chegou a representar 62% do valor total bloqueado na rede.

Isso mostra que a rede consegue lidar com um grande volume de transações de baixo valor, mas o próximo desafio é provar que pode sustentar um alto volume de transações com utilidade econômica real.

Solana vs Ethereum

A rivalidade entre Solana e Ethereum é um dos debates mais importantes do mercado cripto. 

Para quem investe, tudo se resume ao chamado “trilema da blockchain”: é difícil que uma rede seja rápida, segura e descentralizada ao mesmo tempo. Normalmente, é preciso priorizar duas dessas qualidades e sacrificar a terceira.

O Ethereum prioriza segurança e descentralização. Isso o torna robusto e confiável, mas também lento e caro: taxas de transação podem passar de $30 por operação em momentos de congestionamento.

A Solana, por outro lado, prioriza velocidade e escalabilidade. Suas transações são rápidas e baratas, mas a rede sacrifica um pouco da descentralização e já enfrentou problemas de estabilidade.

Essas escolhas criam dois perfis de investimento distintos:

  • Ethereum é o “blue chip” do mundo cripto: seguro, adotado por investidores institucionais e consolidado.
  • Solana é a “growth stock”: rápida, barata, arriscada e impulsionada pelo entusiasmo do varejo, ideal para jogos, NFTs e memecoins.

A eventual aprovação de ETFs para Solana poderia aproximar esses dois mundos, aumentando a participação institucional e consolidando ainda mais seu ecossistema.

Taxas de transação na Solana

Um dos grandes atrativos da Solana é o custo quase simbólico das transações.

Enquanto as taxas do Ethereum podem disparar dependendo da demanda, na Solana elas são previsíveis e quase imperceptíveis: a taxa base é de apenas 0,000005 SOL, frações de centavo.

Essas taxas baixíssimas não são apenas um detalhe: elas sustentam todo o ecossistema. Com custos tão baixos, a Solana se torna ideal para aplicativos que exigem muitas transações, como jogos de blockchain e plataformas DeFi.

Essa acessibilidade permite que atividades de grande volume, como negociações rápidas de memecoins ou criação de milhares de itens digitais, sejam viáveis — algo que seria caro ou inviável no Ethereum.

Por outro lado, essa estrutura de taxas também está ligada à maior vulnerabilidade da rede, já que o baixo custo incentiva um tráfego intenso que pode testar os limites da Solana.

Ecossistema Solana

O valor de uma blockchain vai muito além da tecnologia: ele está nos aplicativos e na comunidade que crescem sobre ela. E nesse quesito, a Solana se destaca.

Um indicador-chave para quem avalia o potencial de longo prazo é a atividade de desenvolvedores.

Segundo a Electric Capital, a Solana é o ecossistema de crescimento mais rápido para novos construtores, com 48.000 desenvolvedores participando de hackathons e mais de 2.000 programas ativos mensalmente.

Para investidores, isso funciona como o P&D de uma empresa: quanto mais desenvolvedores, mais inovação e demanda pelo token SOL.

DeFi na Solana

O DeFi (Finanças Descentralizadas) permite que você realize atividades financeiras sem bancos, como empréstimos e trocas.

A Solana impulsiona esse mercado graças à sua velocidade e taxas baixíssimas, oferecendo uma experiência muito mais fluida que Ethereum. Isso abre espaço para produtos financeiros que simplesmente não funcionariam em redes lentas.

NFTs na Solana

Os NFTs (Tokens Não Fungíveis) representam a propriedade de itens digitais únicos, de arte a itens de jogos. O Ethereum foi pioneiro, mas suas altas taxas tornavam os NFTs caros.

Na Solana, o uso de cNFTs (NFTs compactados) permite criar milhões de NFTs por um custo quase simbólico.

Isso transforma NFTs de luxo em itens de utilidade em massa, viabilizando jogos, ingressos, programas de fidelidade e colecionáveis digitais acessíveis para todos.

Problemas técnicos e instabilidades

Mesmo com toda a inovação, a Solana tem um ponto fraco bem conhecido: sua instabilidade.

Ao longo dos anos, a rede já passou por panes, apagões e momentos de congestionamento tão forte que praticamente tudo travava.

O curioso é que a raiz desses problemas vem justamente de uma das maiores vantagens da Solana: as taxas muito baixas.

Como é barato transacionar, a rede acaba recebendo ondas gigantescas de operações — muito além do que os validadores conseguem processar. Isso sobrecarrega a memória das máquinas e, em alguns casos, já fez a rede simplesmente parar.

A parte mais delicada, do ponto de vista do investidor, é a solução adotada em várias dessas situações.

Em momentos de pane, desenvolvedores e validadores precisaram coordenar um “reset” manual da rede.

Isso funciona para colocar tudo de volta no ar, mas levanta uma questão importante: se uma blockchain precisa ser reiniciada por um grupo centralizado de operadores, quão descentralizada ela realmente é?

Como comprar SOL?

Para iniciantes, a forma mais simples e segura de comprar SOL é usando uma corretora (exchange) centralizada e regulamentada.

No Brasil, plataformas como Mercado Bitcoin (MB) e Coinext são bastante usadas, além de opções globais como Coinbase e Binance.

Na prática, o processo costuma seguir três passos:

  1. Abra sua conta: crie um cadastro na exchange de sua preferência e conclua a verificação de identidade (KYC). É um procedimento padrão para liberar depósitos e compras.
  2. Adicione fundos: deposite Reais (BRL) na plataforma — normalmente via Pix ouTED.
  3. Compre SOL: dentro da área de criptomoedas, procure por Solana (SOL), escolha o valor que deseja investir e confirme a compra.

Depois disso, quem já tem um pouco mais de experiência costuma transferir suas moedas para uma carteira pessoal (autocustódia), como a Phantom.

A vantagem é ter controle total sobre seus ativos. A responsabilidade, porém, é toda sua: perder a senha ou a frase-semente significa perder o acesso às moedas.

Solana como investimento

Para colocar a Solana dentro de um portfólio, o primeiro passo é entender que tipo de ativo ela é. Solana não funciona como “reserva de valor”. Quem busca proteção, previsibilidade e um ativo com histórico sólido costuma olhar para o Bitcoin.

A Solana entra em outra categoria: exposição a crescimento e inovação. É um ativo alinhado a teses de tecnologia emergente — com alto potencial de valorização, mas também com uma dose maior de risco e volatilidade.

Investir em SOL é, de certa forma, apostar em uma “startup de infraestrutura”: uma rede que pode se tornar a base de milhões de aplicativos do futuro… ou que pode perder espaço para outras soluções. O upside existe e é relevante, mas o risco de queda também é real.

Por isso, o horizonte de investimento importa muito. Solana não é uma tese para quem busca retorno rápido. É uma aposta de longo prazo, que pode levar anos para mostrar seu verdadeiro potencial.

Vantagens da Solana

  • Performance superior: a principal força da Solana é o desempenho. A rede consegue entregar transações rápidas com taxas extremamente baixas — um diferencial claro quando comparada às blockchains concorrentes.
  • Ecossistema vibrante: o ambiente construído ao redor da Solana é um dos mais ativos do mercado. DeFi, DApps, NFTs e jogos em blockchain têm encontrado ali um espaço de adoção real, o que reforça a utilidade da rede no dia a dia.
  • Atração de desenvolvedores: a Solana é hoje o ecossistema de crescimento mais rápido para novos desenvolvedores. Para quem investe em tecnologia, esse é um indicador importante: mais construtores significa mais aplicativos, mais uso e, potencialmente, mais valor no longo prazo.
  • Inovação tecnológica: além do mecanismo Proof of History (PoH), a Solana vem liderando inovações como os cNFTs, que tornam possível criar milhões de NFTs a custos irrisórios. Isso abre portas para casos de uso em massa que simplesmente não funcionam em redes mais caras.

Riscos e desafios

  • Risco técnico (instabilidade): o problema mais conhecido da Solana é seu histórico de quedas e paralisações. Essa falta de confiabilidade já prejudicou a imagem da rede e ainda é uma preocupação relevante.
  • Risco de centralização: o fato de a rede ter sido desligada e religada manualmente em momentos críticos coloca em dúvida seu nível de descentralização. Para uma blockchain, isso é um risco sério, pois toca direto no seu “princípio fundamental”.
  • Risco do ecossistema: o crescimento acelerado trouxe também um lado negativo: períodos de congestionamento provocados por ondas de memecoins. Plataformas como a Pump.fun, além do volume gigantesco, já foram associadas a práticas questionáveis que impactaram a rede como um todo.

Perspectivas futuras da Solana

No fim das contas, a tese de longo prazo da Solana depende de uma única pergunta: a rede conseguirá superar seus gargalos históricos?

Hoje, a resposta mais promissora tem nome — Firedancer.

O Firedancer é, de longe, a atualização mais aguardada do ecossistema. Para entender sua importância, vale lembrar de um ponto simples: até agora, a Solana operou praticamente com um único “cliente” de rede.

É como se toda a blockchain dependesse de um único navegador. Se ele apresentasse um bug — como o famoso problema de esgotamento de memória — toda a rede ficava vulnerável a parar.

O Firedancer muda esse jogo. Ele funciona como um “segundo navegador”, construído do zero por outra equipe, trazendo diversidade de clientes.

Isso significa que um erro em um software não derruba a blockchain inteira, reduzindo drasticamente o risco de instabilidade e de centralização (o tal “ponto único de falha”).

E tem mais: o Firedancer não é apenas uma camada de segurança. Ele deve ser muito mais rápido e eficiente, com potencial para processar mais de 1 milhão de TPS.

Além disso, pode diminuir os custos de hardware para validadores, o que tende a incentivar mais participantes e fortalecer a descentralização.

Para o investidor, acompanhar o avanço dessa atualização é essencial. O Firedancer é visto como o catalisador capaz de transformar a Solana: de uma blockchain “rápida, porém frágil” para uma infraestrutura global confiável, preparada para escalar em larga escala.

Em resumo, a Solana continua sendo um ativo de tecnologia com visão de longo prazo. Se entregar o que promete — especialmente com o Firedancer — o caminho para criar valor sustentável no ecossistema fica muito mais sólido.

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