Assim como a política de distribuição de dividendos é uma decisão corporativa extremamente relevante para as companhias, sendo uma decisão recorrentemente estudada em finanças corporativas, o mesmo pode ser dito sobre a decisão que os investidores tomam sobre o que fazer com os dividendos recebidos. Gastá-los ou reinvesti-los? Qual seria o impacto em um portfólio, a longo prazo?
Em um estudo recente, Nick Maggiulli apresenta dados surpreendentes sobre o peso da apreciação e o peso do reinvestimento dos dividendos nos retornos com base em dados para ações norte-americanas entre 1871 e 2020. Spoiler: os números são surpreendentes.
Ao considerarmos portfólios (janelas de investimento) de 40 anos, tempo médio de vida de um portfólio de longuíssimo prazo, podemos verificar que, em média, mais de 80% dos ganhos derivam do reinvestimento de dividendos, e não da apreciação por si só. Maggiulli exemplifica que um investimento em ações americanas sem reinvestimento de dividendos entre janeiro de 1980 e janeiro de 2020 teria apresentado um retorno de 791%. Com o reinvestimento dos dividendos, o retorno seria quase 3 vezes maior! Este resultado persiste mesmo em janelas mais curtas.
Por qual razão isso acontece?
Seus dividendos te ajudam a ganhar mais dividendos, que te ajudarão a ganhar mais dividendos. Não por acaso, alguns alegam que Einstein uma vez disse que “os juros compostos são a força mais poderosa do universo.”
Os dividendos podem parecer “irrelevantes” no começo mas, a longo prazo, podem ser a chave do seu portfólio.
Lucas Schwarz