Entre os setores da bolsa que mais sofreram nos últimos 12 meses podemos destacar o Varejista, com ações da Via (VIIA3), Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3) registrando quedas acima de 60%. Entre os principais motivos que levaram as varejistas perderem bastante valor no mercado podemos citar a escalada da taxa de juros e da inflação, além da maior competição no e-commerce.
Entretanto, olhando especificamente para os últimos 2 meses, o cenário foi completamente diferente para as varejistas, com as ações do Magazine Luiza e Via disparando 80% e 65%, respectivamente. O que mudou? As ações vão continuar valorizando?
A grande questão é que o mercado está começando a olhar para o cenário macroeconômico de uma maneira diferente, se antes existia um medo diretamente ligado a uma taxa de juros e inflação cada vez mais elevada, hoje o mercado está entendendo que essas duas variáveis bateram em um teto. A inflação daqui para frente deve registar um alívio e o ciclo de alta na taxa de juros está chegando ao fim, com possibilidade de queda na Selic já em 2023.
Outros indicadores importantes para considerar no momento atual é o da taxa de desemprego, do produto interno bruto (PIB) e da confiança do consumidor.
Taxa de Desemprego
A taxa de desemprego registrou uma nova queda e atingiu 9,1% em julho, sendo a menor desde dezembro de 2015. Um dado bastante interessante de destacar é que a renda real dos trabalhadores voltou a crescer após 2 anos, refletindo em partes a queda da inflação no período. Uma taxa de desemprego em queda e uma renda real aumentando beneficia diretamente o consumo no Brasil.
Produto Interno Bruto
A economia brasileira apresentou alta de 1,2% no segundo trimestre de 2022, surpreendendo positivamente o mercado que esperava uma alta de 0,9%. O resultado foi puxado principalmente pelo crescimento de 1,3% nos serviços, sendo interessante destacar também a alta de 2,2% do setor industrial. Com o resultado, diversas instituições financeiras estão revisando o crescimento do PIB brasileiro em 2022, com algumas estimando alta acima de 3,00%.
Produto Interno Bruto – % trimestre vs. trimestre anterior
Confiança do consumidor
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE apresentou uma alta de 4,1 pontos no mês de agosto, atingindo pela primeira vez o patamar pré-pandemia. Interessante destacar que a confiança das famílias de renda mais baixas permanece apresentando uma diferença considerável em relação as de alta renda, entretanto, acreditamos que o cenário pode melhorar com aumento e possível prorrogação do Auxílio Brasil.
Evolução da confiança por faixa de renda
Por fim, considerando os fatores que citamos acima, acreditamos que existem diversas oportunidades de investimentos no setor varejista na bolsa. No curto prazo, eventos como a Copa do Mundo, Black Friday e o 5G devem beneficiar os próximos resultados de algumas empresas.
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