Isabel Schnabel, economista alemã que atua como membro do Conselho Executivo do Banco Central Europeu, afirmou em uma publicação do Twitter que o BCE ainda deve aumentar a taxa de juros significativamente visto que uma desinflação generalizada ainda não está sendo observada. De acordo com Schnabel, a taxa de juros deve alcançar um nível mais restritivo, visto que uma desinflação ainda não é realidade na maior parte dos países da zona do euro.
Desde julho de 2022 o BCE aumentou a taxa de juros em 3 pontos percentuais, prometendo um aumento de 0,50 ponto percentual para o próximo encontro, em março. É interessante notar que apenas em julho de 2022 o BCE decidiu abandonar uma taxa de juros negativa, saindo de -0,5% para 0%. O gráfico a seguir apresenta a evolução da taxa de juros adotada pelo BCE, assim como a inflação da zona do euro e o tamanho do balanço, inchado após anos e anos de uma política de Quantitative Easing.
Há algumas semanas, no Fórum Econômico Mundial, Christine Lagarde afirmou que o banco deve continuar elevando a taxa de juros até controlar a inflação. Mais recentemente, a reabertura chinesa (que tende a pressionar a inflação via commodities) e o conflito russo-ucraniano foram citados por Lagarde como possíveis vetores de risco para a execução da política monetária. A meta de inflação de longo prazo é de, atualmente, 2%. A meta é otimista, considerando que o panorama europeu não tem sido nada positivo, sendo ainda mais delicado que o panorama norte-americano.
Lucas Schwarz