Para orientar o mercado de capitais a respeito da qualidade e capacidade de países e empresas de serem bons parceiros de negócios, existem agências que atuam de forma direta indicando uma nota de acordo com a possiblidade de um default (calote) da instituição. Estas agências dão notas de risco, que são chamadas de rating. Sendo que as três principais agências do mundo são a Standard & Poor’s (S&P), Moody’s e Fitch.
Fitch e a Moody’s
Nas últimas duas semanas a Fitch e a Moody’s movimentaram o mercado de forma mais intensa. A primeira e mais relevante foi o anúncio do dia 1 de agosto da Fitch, reduzindo a nota de crédito de longo prazo dos EUA, saindo do maior nível de qualidade, cujo rating é o AAA, para AA+, um degrau abaixo. Apesar da surpresa do mercado, a própria agência há alguns meses tinha orientado uma visão negativa, sendo este o primeiro indício de um possível rebaixamento. Com isso, após esta decisão, a Microsoft e a Johnson & Johnson hoje possuem um rating melhor que do governo americano.
Entretanto, destaco também que esta não foi a primeira vez, pois em 2011 uma situação parecida ocorreu, quando o S&P realizou o mesmo movimento. O mercado também reagiu de forma negativa, mas em poucos meses retornou o patamar anterior à queda.
A reação de Warren Buffet
Logo após a confirmação da Fitch duas entrevistas foram importantes para o investidor. A primeira foi de Warren Buffet, que em entrevista com a CNBC, ele disse que não está preocupado com a notícia. Segundo Buffet, “A Berkshire comprou US$10 bilhões em títulos do Tesouro dos EUA na última segunda-feira. Compramos US$10 bilhões em títulos do Tesouro nesta segunda-feira. E a única questão para a próxima segunda-feira é se vamos comprar US$ 10 bilhões em títulos do Tesouro de 3 ou 6 meses”, confirmando sua convicção com relação aos Estados Unidos. Disse também que existem assuntos que não deveriam preocupar as pessoas, sendo que este era exemplo.
Confirmando esta visão, Jamie Dimon, CEO do J.P. Morgan e figura importante para o mercado, disse que a decisão não é importante, pois é o próprio mercado que determina o rating dos países e o custo dos empréstimos.
Ademais, a segunda decisão importante foi o corte que a Moody’s indicou para 10 bancos americanos, além de indicar uma visão negativa para outros importantes bancos. Os principais bancos que tiveram um corte no rating foram Bank of New York Mellon, U.S. Bancorp e Truist Financial. Já a visão negativa para os próximos trimestres foi dada para Capital One, Citizens Financial e Fifth Third Bancorp.
A principal razão, como era de se esperar, é o impacto da alta taxa de juros, pois reduz a demanda por novos empréstimos, além de indicar que determinados clientes podem ter maiores dificuldades em honrar pagamentos.
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Guilherme Morais
Analista CNPI 2682