Cada vez mais os investidores têm maior acesso a novos tipos de investimentos. São ações, fundos imobiliários, ETFs, além de opções de outras classes de ativos, tais como CDBs, CRI, CRA, LCI, LCA, títulos públicos, diversos fundos de investimentos, fundos de previdência entre muitos outros. Além disso, para os investidores que possuem uma parcela investida fora do Brasil, o leque de opções se torna cada vez maior.

Com isso, a montagem do portfólio ideal tem se tornado um desafio para a maior parte dos investidores, pois podem surgir dúvidas a respeito de quais classes de ativos incluir em carteira, o número de ativos por classe, o prazo de investimento, a porcentagem de alocação entre outros. Muitas pessoas acumulam participações ao longo do tempo e a porcentagem alocada para cada uma pode ou não ser adequada para seu horizonte de tempo e metas de investimento.

Dessa forma, vamos passar por dois pontos importantes para a definição de sua carteira de investimentos?

1. Qual é o horizonte de tempo apropriado para meus investimentos?

O ideal para o investidor é buscar por investimentos que se adequem melhor às suas necessidades e metas pessoais. Dessa forma, os investimentos que devem atender aos seus objetivos e não o contrário, ou seja, você não deveria começar escolhendo “o melhor investimento” do momento e acreditar que ele irá ser o melhor para você.

Com isso, em primeiro lugar você deve definir suas principais metas, seja de aposentadoria, para uma viagem, a compra de um imóvel e a partir daí escolher as melhores opções para cada uma de suas metas.

De modo geral, os ativos mais seguros e de menor volatilidade, como os produtos de renda fixa com prazo de vencimento mais baixo, devem atender a objetivos de curto e médio prazo. Já ativos mais arriscados, como ações, são mais adequados para metas de longo prazo porque são mais propensos a gerar perdas no curto prazo, mas têm melhor potencial de crescimento em períodos mais longos.

A pior escolha que você pode fazer é escolher opções de investimentos que não estão alinhadas com seus objetivos, como por exemplo, escolher investir em ações para uma parcela de sua carteira que será destinada para seu casamento, pois pode ocorrer uma crise ou queda dos preços e forçar uma mudança de planos inesperada.

2. Qual a porcentagem do meu portfólio deve ser destinada a este tipo de ativo?

Esta é outra questão importante que os investidores enfrentam ao determinar como um investimento se encaixa em suas carteiras: qual deve ser o tamanho de uma posição dentro da minha carteira de investimentos?

É comum investidores passarem mais tempo estudando sobre algum ativo, como uma ação, do que pensar a respeito do tamanho dessa alocação dentro da carteira. Com certeza é de grande importância o estudo a respeito dos ativos, principalmente de ações, pois quanto maior o nível de conhecimento, melhor você irá saber atuar, principalmente em momentos de queda.

Mas o devido controle de risco da carteira também inclui a definição do percentual meta do ativo, sendo como regra de bolso a de que quanto maior o risco, menor deverá ser a exposição.

De fato, não é tarefa fácil a definição do percentual meta ideal, pois isso varia de acordo com o perfil do investidor. Dessa forma, em apenas um texto não conseguiria auxiliar de forma geral, mas alguns pontos importantes são:

• De modo geral, é melhor mais diversificação do que a concentração de ativos;
• Tenha várias classes de ativos em carteira;
• Não invista apenas em seu país;
• Tenha reserva de liquidez, pois ela te dará a tranquilidade de enfrentar crises, sem a necessidade de vender ativos no momento errado e dá a chance de realizar investimentos em momentos em que os preços estão reprimidos.

Uma boa avaliação de exposição de risco é a sua percepção quanto ao mercado. Caso você esteja dedicando mais tempo do que o necessário ou dando mais importância para os ativos do que sua família ou trabalho, que irá trazer sua renda, é momento de reavaliar. Caso você esteja perdendo noites de sono devido a algum ativo, isto indica que você possui mais dele do que deveria.

Conclusão

Não existe uma receita onde você irá tirar todos os passos e que irá te trazer a melhor carteira de investimentos, dessa forma, crie um primeiro modelo de carteira para seus investimentos e vá alocando aos poucos e, caso você perceba uma exposição melhor, altere de forma gradual até chegar aos valores que melhor se adequam.

Os investimentos devem fazer parte durante toda a nossa vida, com isso, eles irão se ajustar às suas necessidades. 

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Guilherme Morais

Analista CNPI 2682

@guilhermeammorais