Como se sabe, faz algum tempo que o setor automotivo está mal das pernas e precisa de incentivos. Primeiro veio a pandemia, depois a crise dos semicondutores e depois as elevadas taxas de juros. Nesse sentido, o Governo resolveu criar alguns estímulos ou incentivos para aquecer a indústria automotiva. Para tanto, decidiu conceder redução de IPI e PIS/Cofins para carros até R$ 120 mil por tempo determinado. Conforme anunciou o Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, vice-presidente Geraldo Alckmin.
Os incentivos concedidos ao setor automotivo
De acordo com o presidente da Associação das montadoras (Anfavea), Marcio Lima Leite, os preços poderão cair de 1,5% a 10,96%, haja vista a redução da carga tributária. O esperado é que o modelo mais barato (faixa de R$ 70 mil), venha a custar para o consumidor uns R$ 60 mil. O tempo de duração desse programa ainda não está definido.
O Ministro destacou que os objetivos dessa política são, primeiro para atender a população que está precisando mais. Em segundo, premiar e estimular a eficiência energética, isto é, quem polui menos; e terceiro, é a densidade industrial, uma vez que o mundo inteiro hoje procura fortalecer sua indústria.
De fato, essa renúncia fiscal vai na contramão do discurso Haddad. Ele enfatiza que estamos em um momento de aumentar as fontes de receita, haja vista as renúncias que já existiram e existem. Por outro lado, é necessário também estimular a economia por meio de um setor que está em crise.
Impactos para a sociedade
Sobre os impactos para a sociedade, temos que para o consumidor final, o preço poderá ficar mais acessível. Porém, diante da restrição de renda, desemprego, taxas de juros ainda elevadas, talvez os efeitos sobre a população sejam modestos ou que demandem um pouco de tempo.
Diante da redução da carga tributária, as montadoras poderão negociar diretamente com o consumidor final, abrindo assim, maior margem para negociações e flexibilidade das condições de preço.
Para as empresas listadas em bolsa, temos que o aumento das vendas de veículos leves pode favorecer Iochpe-Maxion, já que é impactada positivamente pelo mercado de carros novos, apesar da exposição ao mercado externo. Já a Tupy e a Tegma, uma vez que se beneficiam de maior produção e venda de veículos de maneira geral.. Para as locadoras, os investidores devem ficar atentos à possibilidade de renovar a frota pagando menos, o que é positivo.
Assim, o ideal é ficarmos atentos aos novos passos e como o Programa, montadoras e sociedade irão se desenrolar. Por um lado, o setor automotivo precisa de um incentivo pois a crise persiste. De outro, considerando todo o cenário macroeconômico, não se sabe, ainda, os efeitos/impactos ao certo desse Programa.
Até a próxima