Um indicador muito importante e largamente utilizado para a análise de fundos de investimentos é o famoso Índice de Sharpe. Nem sempre plenamente compreendido pelos investidores, o Índice de Sharpe foi desenvolvido por William Sharpe e permite a avaliação relativa entre o risco e o retorno de um determinado investimento.
Comumente utilizado para fundos de investimentos, seja de ações, renda fixa ou multimercados. Por exemplo, o Índice de Sharpe tem o propósito de mensurar a relação entre o retorno excedente ao ativo livre de risco e sua volatilidade.
De forma geral, os investimentos financeiros mais seguros têm retorno mais limitado, ao passo que os mais arriscados tendem a ter uma maior rentabilidade. Dessa forma, por avaliar risco e retorno, o Sharpe tende a ser um indicador bastante útil para o investidor, desde que realizadas as devidas ponderações.
Entenda a fórmula do Índice de Sharpe
O Índice Sharpe é calculado da seguinte forma:
IS = (Ri – Rf) / (σi)
- IS = é o Índice de Sharpe.
- Ri: é o retorno do ativo analisado (fundo de investimento ou carteira administrada).
- Rf: é o retorno livre de risco.
- σi: é o risco do ativo (a letra sigma significa volatilidade).
Conforme a fórmula acima, o indicador é a relação entre o retorno do fundo (Rf) menos o retorno do ativo livre de risco (Rf) divididos pelo desvio padrão (σp).
O retorno do fundo é simplesmente o retorno absoluto do investimento em determinado intervalo de tempo. Ao passo que o retorno do ativo livre de risco seria o investimento disponível de menor risco do mercado. No Brasil, costumamos supor que a taxa livre de risco é a taxa Selic. Apesar de não ser possível considerar a taxa básica de juros da economia brasileira isenta de qualquer forma de risco.
Já o risco é representado na fórmula como o desvio padrão. Uma medida que expressa o grau de dispersão de um conjunto de dados, indicando uma oscilação do rendimento em determinado intervalo de tempo. Dessa forma, o Índice de Sharpe faz uma simplificação segundo a qual risco significa volatilidade, o que não é um consenso.
Compreenda como o Índice de Sharpe deve ser analisado
Se, por exemplo, um fundo de ações X tem um retorno médio hipotético de 25% ao ano, com desvio padrão de 5%, isso indica que a sua rentabilidade varia, na maior parte do tempo, entre 20% e 30%. Já o fundo de ações B tem um retorno médio anual hipotético de 20%, porém com um desvio padrão de apenas 2%. Assim, na maior parte do tempo, a rentabilidade do fundo Y varia entre 18% e 22%.
Apesar de, no nosso exemplo, os dois fundos hipotéticos serem bastante rentáveis, o fundo Y apresenta um Índice de Sharpe maior e, portanto, melhor, apesar de a sua rentabilidade ser inferior à do fundo X. Assim, ao comparar fundos semelhantes, o investidor com baixa tolerância às volatilidades de mercado deve preferir aquele que oferece um Sharpe mais alto, já que, provavelmente, o gestor faz um trabalho com mais eficiência.
Se o fundo em análise apresentar um Sharpe negativo, isso indica que o retorno da aplicação não compensa o seu risco, representado pela volatilidade. No entanto, é interessante destacar que você deve preferencialmente usar esse indicador para períodos mais longos, para obter uma noção mais precisa do índice em questão.
Conclusão
Por fim, realizadas as devidas ponderações, o Índice de Sharpe pode ser uma ferramenta útil para investidores dispostos a delegar, ao menos parcialmente, a gestão do seu patrimônio para fundos de investimentos, já que o indicador em análise fornece uma relação de risco e retorno dessas aplicações.
E você ainda tem alguma dúvida sobre o Índice de Sharpe? Posta aqui nos comentários!
Milton Rabelo
Analista CNPI 2444