IRB – Brasil avaliará agrupamento de 1 ação em 30

Não é novidade para ninguém que os últimos anos têm sido bastante complicados para o maior ressegurador do país, o IRB – Brasil. Nos últimos trimestres, as expectativas de melhorias dos resultados têm sido bastante frustradas em função sobretudo dos efeitos detratores das caudas nos resultados finais da companhia.

Além disso, as cotações do ressegurador tem acompanhado essa forte deterioração nos resultados visualizada nos últimos anos. Apenas em 2022, IRBR3 já perdeu quase 80% do seu valor de mercado e está cotado a aproximadamente R$0,70. Diante disso, as referidas ações estão próximas de serem consideradas penny stocks (ações negociadas abaixo de R$ 1 por mais de 30 sessões consecutivas).

E, para evitar isso, hoje, dia 01/12, a gestão da companhia sinalizou a intenção de realizar um agrupamento de 1 ação em 30. De acordo com o documento enviado à CVM, a proposta deverá ser submetida em assembleia geral extraordinária, que será realizada no dia 22/12.

Conforme a empresa, o objetivo é aumentar a cotação unitária das ações de emissão da companhia, mediante diminuição do número total de ações emitidas, em linha com as regras de registro de emissores da B3. “A administração da companhia entende que o fator de grupamento proposto resultará em uma cotação adequada para a negociação das ações, considerando as características do mercado de valores mobiliários brasileiro”, diz comunicado divulgado pelo IRB.

É válido mencionar que a deliberação acontecerá por meio exclusivamente digital e terá início às 11h da data acima mencionada. Caso o agrupamento seja realmente aprovado, o número de ações de emissão da companhia será definido na mesma assembleia.

No mesmo evento, também será ajustado o valor do capital social e o número de ações da companhia em decorrência do aumento de capital, aprovado em reunião de administração realizada em 1º de setembro de 2022, além da ratificação da eleição de Israel Aron Zylberman como membro efetivo do conselho de administração.

Por fim, hoje, o mercado reage mal ao anúncio realizando pelo ressegurador e as ações ordinárias da companhia caem aproximadamente 7%.

Como anda a situação financeira do IRB-Brasil?

Diante de sucessivos prejuízos reportados pelo IRB, o ressegurador realizou um follow-on, que levantou aproximadamente R$1,2 bilhão em setembro de 2022. É interessante esclarecer que as instituições financeiras realizam as suas atividades de acordo com o capital regulatório o qual assegura que elas terão liquidez para arcar com suas obrigações. 

Assim, diante, inclusive, do forte prejuízo reportado no segundo trimestre de 2022 de R$373,3 milhões, a empresa em questão encontrava-se com os índices regulatórios muito pressionados, já que a cobertura de provisões técnicas da empresa havia piorado para R$ 730 milhões e a companhia registrou insuficiência do patrimônio líquido ajustado em relação ao capital mínimo requerido no montante de R$ 614 milhões. 

Com uma demanda ligeiramente superior à oferta, o papel saiu a R$1,00 com um desconto de 28,5% em relação ao preço de fechamento do dia em questão, quando estava cotado a aproximadamente R$1,40. Ao conseguir realizar a oferta a R$ 1,00, a empresa evitou o pior cenário possível de diluição, porém ainda houve um desconto substancial sobre o preço de tela, conforme mencionado

Além disso, os resultados divulgados pelo IRB – Brasil referentes ao terceiro trimestre de 2022 também não vieram muito animadores, tendo havido um prejuízo de R$ 298,8 milhões, uma melhora de 74,5 milhões na comparação trimestral e uma piora de R$142,9 milhões na comparação anual. 

Apesar de algumas melhoras em relação ao 2T22, o ressegurador continua reportando fortes prejuízos e deterioração na comparação anual. Mesmo que tenha havido uma melhora na sinistralidade, a acelerada queima da caixa da resseguradora demanda cautela por parte da gestão após o processo de aumento de capital ocorrido há alguns meses.

Caso o ressegurador continue a reportar sucessivos prejuízos nos próximos trimestres, poderá novamente haver um desenquadramento com os índices regulatórios estabelecidos pela SUSEP. Assim, diante disso, poderá vir a ser necessário um novo levantamento de capital, que diminuiria mais uma vez a base de acionistas que não participarem de uma eventual nova subscrição.

Por fim, é válido destacar que processos de restruturação de empresas podem ser demorados e complexos e, inclusive, não serem bem-sucedidos. Porém, caso obtenham êxito, tendem a proporcionar retornos explosivos aos investidores, sendo de fundamental importância o dimensionamento correto das posições e um horizonte de longo prazo.

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Milton Rabelo

Analista CNPI 2444

@miltonrabelo.financas

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