IRB – Brasil lucra R$6,4 milhões em outubro de 2022

    Em outubro de 2022, o IRB – Brasil reportou um lucro líquido de R$6,4 milhões, uma forte melhora comparado a um prejuízo de R$84,8 milhões em outubro de 2021. Nos primeiros dez meses de 2022 o prejuízo líquido acumulado foi de R$585,2 milhões, ante um prejuízo líquido no mesmo período de 2021 de R$396,6 milhões. 

     Em outubro de 2022, o prêmio emitido do ressegurador totalizou R$541,8 milhões, mesmo nível de outubro de 2021, de R$543,2 milhões. O prêmio no Brasil subiu 12,0% no mês, para R$386,8 milhões, enquanto o prêmio no exterior caiu 21,6%, para R$155,0 milhões. 

     Por sua vez, nos dez primeiros meses de 2022, o prêmio emitido atingiu o montante de R$6.644,0 milhões, com redução de 8,3% em relação ao mesmo período de 2021. No Brasil houve crescimento de 2,2%, atingindo R$4.520,0 milhões, enquanto no exterior houve diminuição de 24,6% em relação ao mesmo período de 2021, com R$2.124,0 milhões.

     Em outubro de 2022 a despesa de sinistro foi de R$324,3 milhões, com índice de sinistralidade de 80,6%. A despesa de sinistro em outubro de 2021 foi de R$41,9 milhões, reduzida em R$450,0 milhões por operação de LPT (Loss Portfolio Transfer).

     Já nos primeiros dez meses de 2022, a despesa com sinistros totalizou R$4.308,2 milhões, 9,1% menor quando comparada com o mesmo período do ano anterior. No acumulado dos 10M22, o índice de sinistralidade foi de 105,6%, comparado a 97,3% no mesmo período de 2021. Conforme amplamente divulgado, a despesa com sinistros nos 10M22 foi impactada no segmento Agro pelos eventos climáticos atípicos no Centro-Sul do Brasil e no segmento Vida pela Covid-19.

Como foram os últimos resultados do IRB?

     No terceiro trimestre de 2022, o IRB Brasil RE apresentou um prejuízo líquido total de R$ 298,8 milhões, uma melhora de 74,5 milhões na comparação trimestral e uma piora de R$142,9 milhões na comparação anual. É válido apontar que o prejuízo líquido da Companhia no 3T22 foi negativamente impactado pelos efeitos climáticos que afetaram os contratos de Riscos Rurais e pelo Covid na linha de vida.

     No período em análise, o resultado financeiro e patrimonial foi positivo em R$173,2 milhões, uma elevação de 66% na comparação trimestral e diminuição de 32% na comparação anual, impactado pela maior taxa de juros básica da economia, assim como pela recuperação de alguns tributos.

     No trimestre, o caixa consumido pelas operações totalizou R$789,5 milhões, comparado a uma geração de caixa de R$604,8 milhões no 3T21. O consumo de caixa nesse trimestre deu-se, principalmente, pelo menor volume de prêmios, decorrente dos ajustes na política de subscrição, e pelo maior pagamento de sinistros, com destaque para os adiantamentos contratuais feitos à seguradoras no segmento Rural, lembrando que os recursos do aumento de capital, de R$1,2 bilhão, entram como atividade de financiamento e não estão considerados no fluxo das operações da Companhia. Além disso, também houve uma piora na comparação ao 2T22, quando a queima de caixa reportada foi de R$476 milhões.

     No período em análise, o volume total de prêmios emitidos pelo IRB Brasil RE alcançou R$2,412 bilhões, uma elevação de 43% na comparação trimestral e uma diminuição de 7,5% na comparação anual. O prêmio emitido no Brasil totalizou R$1,7389 bilhão no 3T22, com decréscimo de 3,0% em relação ao mesmo período de 2021, principalmente em razão da saída, no Segmento Rural, de alguns negócios não alinhados com as condições de hard market vigentes e com o apetite a riscos da Companhia. Já o prêmio emitido no exterior totalizou R$673,5 milhões no 3T22, o que representou uma queda de 17,3% em relação ao 3T21. Essa redução está em linha com a estratégia de re-underwriting amplamente divulgada pela Companhia. 

     A despesa total com retrocessão no 3T22 foi de R$1,158 bilhão, aumento de 179% na comparação trimestral e de 34% na comparação anual. É oportuno acrescentar que o índice de retrocessão, no período em análise, foi de 48%, elevação de 23,4% na comparação trimestral e de 14,8% na comparação anual.

     No período em análise, o sinistro retido total foi de R$1,387 bilhão, diminuição de 16,59% na comparação trimestral e de 30,4% na comparação anual. Por sua vez, o índice de sinistralidade total do trimestre foi de 116,8%, queda de 7,4% na comparação trimestral e de 2,5% na comparação anual. 

     No 3T22, a Companhia apresentou resultado de underwriting negativo de R$539,3 milhões, uma melhora de 18,4% na comparação trimestral e de 20,4% na comparação anual. Os principais impactos foram decorrentes da sinistralidade dos segmentos de Agro, por conta de fatores climáticos e da Covid na linha de Vida.

     Já as despesas gerais e administrativas, no período em análise, totalizaram R$87,6 milhões, aumento de 10,3% na comparação trimestral e queda de 3,1% na comparação anual. Por fim, o índice de eficiência foi de 7,4%, deterioração de 1,5% na comparação trimestral e de 2% na comparação anual.

     Assim, apesar de algumas melhoras em relação ao 2T22, o ressegurador continua reportando fortes prejuízos e deterioração na comparação anual. Apesar de ter havido uma melhora na sinistralidade, a acelerada queima da caixa da resseguradora demanda cautela da gestão após o processo de aumento de capital.

Milton Rabelo

@miltonrabelo.financas

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