Em fato relevante, a Itaúsa comunicou, no dia 12/09/2022, a conclusão do processo de investimento realizado conjuntamente com a Votorantim S.A. na CCR, uma das maiores companhias de concessão de infraestrutura e mobilidade da América Latina, com atuação nos segmentos de concessão de rodovias, mobilidade urbana, aeroportos e serviços.
A transação considerou a aquisição de 300.149.836 ações da CCR, que correspondem a 14,86% de seu capital total detidas pela Andrade Gutierrez Participações S.A., com investimento total de aproximadamente R$ 4,1 bilhões.
Desse total, a Itaúsa adquiriu 208.669.918 ações, que totalizam 10,33% do capital total da CCR, com investimento total de R$ 2,9 bilhões, cujos recursos são provenientes do seu caixa próprio e da 5ª emissão de debêntures concluída recentemente.
Diante da conclusão da aquisição, a Itaúsa terá o direito de indicar 2 conselheiros de administração da concessionária, passando também a influenciar no andamento da gestão da empresa adquirida.
O que esperar dos dividendos da Itaúsa daqui em diante?
Nos últimos anos, houve um forte programa de investimentos por parte da Itaúsa no setor de infraestrutura com a aquisição parcial de empresas como Aegea ou CCR, por exemplo, o que contribuiu para a diminuição dos dividendos pagos à base de acionistas desde 2020.
Além disso, por questões regulatórias, durante a pandemia, os bancos foram impedidos pelo Banco Central de distribuir mais do que 30% dos seus lucros aos seus acionistas.
A medida tinha como objetivo a preservação do capital das instituições bancárias para que eles pudessem conceder crédito e ter base para absorção de eventuais perdas. Umas das consequências de todo esse contexto de crise sanitária e restrições regulatórias foi um baixo nível de distribuição de proventos aos acionistas de empresas financeiras em 2020 e 2021.
É interessante recordar que aproximadamente 88% dos resultados da Itaúsa ainda provêm de sua principal empresa investida, o Banco Itaú, que, por sinal, também está realizando um robusto programa de crescimento. Diante disso, a Itaúsa consequentemente também recebeu menos dividendos do Itaú.
No momento, o Índice Payout (proporção de proventos sobre lucro total) da Itaúsa está em 25%, algo substancialmente menor que ocorreu em 2017 ou 2018, quando a holding chegou a distribui aproximadamente 90% do seu lucro à base de acionistas.
Vale ressaltar que o índice de distribuição de dividendos nesses anos foi atípico, porém, segundo a gestão, é possível esperar um aumento dos dividendos da companhia em aproximadamente 3 anos, quando, segundo o CEO Alfredo Setúbal, a empresa distribuirá em torno de 45% dos seus lucros.
Se por um lado, a Itaúsa tem distribuído relativamente menos dividendos, por outro, é possível constatar um considerável aumento de valor patrimonial da companhia, ainda que com um fluxo de caixa menor.
Por fim, é válido destacar que, apesar de a holding estar distribuindo apenas 25% dos lucros a sua base de acionistas, seu Dividend Yield está em aproximadamente 6%, um patamar bastante razoável, ainda que menor do que já foi em alguns anos passados.
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Milton Rabelo
Analista CNPI 2444