Avaliar o que os maiores investidores fazem e pensam é a forma ideal para o seu desenvolvimento financeiro. Com isso, nada melhor do que aprender com Warren Buffett e seu parceiro Charlie Munger.
Dessa forma, vamos passar por cinco pontos que estes grandes investidores consideram importantes?
- Volatilidade não é risco
Uma importante linha de negócios da Berkshire Hathaway, empresa de Buffett e Munger, é a emissão de apólices de seguro, ou seja, são contratos que envolvem um risco considerável, pois a cada cliente que necessita de acionar seu seguro, a companhia precisa agir para solucionar algum problema que normalmente envolve uma quantia considerável.
Dessa forma, a experiência fez com que os dois investidores tenham uma concepção de risco muito diferente das finanças acadêmicas. Os acadêmicos de finanças gostam de usar a volatilidade como um substituto para o risco, pois é mais simples de ser mensurado através do cálculo do beta. Entretanto, isto cria a tendência de o investidor pensar que um ativo se torna mais arriscado quando cai de preço – exatamente o oposto de como um comprador racional pensa sobre um preço mais baixo.
Todo o investidor deve se acostumar com a variação dos preços, principalmente no curto prazo. Quedas podem ser tornar grandes oportunidades, caso os fundamentos da empresa não tenham se alterado.
- Em alguns momentos o ideal é apenas observar
É comum o investidor sentir a necessidade de agir, seja comprando ou vendendo suas ações em determinados momentos, principalmente quando alguma importante notícia é divulgada. Assim, Buffett comparou o investidor qualificado a um rebatedor de beisebol esperando pelo melhor momento, pois ele age apenas quando encontra o melhor momento. Mas, ao contrário do beisebol, ao investir você não sai do jogo após três rebatidas. Você pode deixar passar quantos arremessos quiser e agir apenas quando for realmente necessário.
Ter paciência é uma característica de todos os investidores de sucesso. Como disse Munger: “O dinheiro de verdade não está na compra ou na venda, mas na espera.”
- Nunca pare de aprender
Tanto Buffett quanto Munger estão sempre lendo e buscando novas fontes de informação, sendo que a busca por conhecimento é algo que todo investidor deve manter em sua rotina. Mas o ponto importante é a busca por conhecimento de diversas áreas que unidas trazem sabedoria. Saber de números, balanços financeiros e contabilidade é importante, mas entender a lógica da companhias, macroeconomia e como todos estes pontos se reúnem são o diferencial de quem atingiu o sucesso.
Charlie Munger sempre é visto com algum livro ao seu lado, tanto que em uma de suas entrevistas ele disse: “Meus filhos riem de mim. Acham que sou um livro com duas pernas.”
- O investidor não deve focar apenas em empresas de “crescimento” ou “dividendos”
O investidor não deve se fechar e investir apenas em ativos de dividendos ou de crescimento. Uma carteira bem diversificada deve incluir estes dois tipos de ativos que se complementam. De acordo com o perfil e as necessidades do investidor, pode-se controlar a sua alocação com um percentual maior ou menor de cada classe de ativos para que esteja de acordo com os seu objetivos.
O principal insight é que o valor de qualquer empresa é uma função de suas perspectivas de crescimento e da confiança que se pode ter de que o crescimento se materializará. Você não deve analisar uma empresa de “dividendos” de forma totalmente diferente de uma empresa de “crescimento”. O que deve ser feito é a análise do risco e como este grau de incerteza da empresa deve ser alocado em sua carteira de investimentos.
- Busque por empresas que tenha vantagens competitivas duradouras.
No longo prazo as empresas que detêm vantagens competitivas duradouras terão maiores chances de se destacar e manter seu crescimento, mesmo com o aumento da concorrência e um cenário macroeconômico mais desafiador. Charlie Munger denomina estas vantagens competitivas como moat, ou foço, lembrando dos antigos castelos que era protegidos com um foço. Ou seja, empresas que tenha maior proteção, tendem a manter sua força ao longo dos anos.
E um bom exemplo são as empresas com uma marca forte como, por exemplo, a Coca-Cola e Apple, duas grandes posições da carteira da Berkshire.
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Guilherme Morais
Analista CNPI 2682
