As ações da C&A (CEAB3) dispararam no pregão desta segunda-feira (16) refletindo a notícia pelo jornalista Lauro Jardim, do O Globo, de que a Lojas Renner (LREN3) está em negociações preliminares para comprar a C&A. As informações não são oficiais e as companhias ainda não emitiram nenhum comunicado oficial a respeito, mas o CEO da C&A, Paulo Correa, comunicou ao jornal Valor Econômico de que notícias veiculadas não são verídicas.
Vale lembrar que o mercado espera uma grande aquisição da Lojas Renner há algum tempo. A companhia realizou um aumento de capital de bilionário em 2021 mesmo com uma situação financeira que já era suficiente para suprir as necessidades de capital para o crescimento orgânico das operações. Os investidores até questionaram a necessidade do aumento de capital visto que não houve nenhum alvo de M&A naquela época, e desde então o mercado vem aguardando uma aquisição relevante.
Na outra ponta, os rumores da venda da C&A também não são novos e em 2020 foi noticiado algo parecido, com informações de que a ideia do controlador da companhia era concentrar os negócios na Europa.
Para ter um pouco de noção dos números e valor de mercado das duas companhias, a C&A possui um faturamento em torno R$ 6 bilhões e valor de mercado de R$ 750 milhões, enquanto a Lojas Renner possui um faturamento de R$ 12 bilhões e valor de mercado de R$ 19 bilhões. Ou seja, basicamente a C&A possui a metade do faturamento da Lojas Renner, entretanto, é avaliada por um valor extremamente mais baixo no mercado. Mesmo que não seja concretizada, esses boatos podem fazer com que o mercado olhe de uma maneira diferente para a C&A
Obviamente, existe toda questão de gestão e eficiência que precisa ser considerada, mas a C&A (CEAB3) sem dúvidas está negociando atualmente com um desconto bastante elevado. Acreditamos que há diversas sinergias para serem capturadas caso essa negociação vá para frente. A C&A vem mudando suas estratégias comerciais nos últimos anos e colhendo bons resultados das iniciativas, mas ainda vem sendo pressionada com o crescimento da concorrência no canal online, como por exemplo, a Shein que vem conseguindo ganhar espaço no Brasil de maneira acelerada. Por esse motivo acreditamos que o movimento beneficiará mais a C&A, mas ambas têm muito a ganhar com a operação.
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Lucas Lima