Narrativas de mercado e perpetuação do presente

Diante dos inegáveis desafios enfrentados tanto no âmbito doméstico quanto internacional, parece haver um certo desânimo dos investidores em relação ao mercado de capitais brasileiro, sobretudo quando os rendimentos das aplicações de renda fixa estão em patamares tão elevados. Entre outras razões, o principal motivo para esse desalento parece ser uma tendência natural do ser humano: a perpetuação do presente. Temos uma tendência natural a acreditar que o futuro será uma extensão linear do momento atual, o que é obviamente falso.

     Realizando uma breve digressão no tempo, vamos voltar à primeira década do milênio. Os anos 2000 foram bastante positivos para a economia brasileira e para os países emergentes, de maneira geral, que apresentaram grandes taxas de crescimento. O mercado de capitais brasileiro, naquele momento, virou uma espécie de “queridinho” dos grandes investidores internacionais, em função do seu grande crescimento. 

     A consequência disso foi, inclusive, a formação de algumas bolhas, antes da crise do Subprime. Naquele momento, o P/L do Ibovespa estava historicamente alto porque o mercado parecia perpetuar que aquela bonança seria eterna. De acordo com a percepção daquela época, era aceitável pagar muito caro por empresas em função das boas perspectivas esperadas, dado o retorno positivo dos anos anteriores. Basta lembrar que, em 2010, a empresa ficou conhecida internacionalmente por efetuar a maior capitalização em capital aberto da história até então: 72,8 bilhões de dólares.

P/L encontra-se historicamente depreciado

  Após alguns anos, no biênio de 2015 – 2016, após um período de crescimento econômico abaixo do esperado, o Brasil foi empurrado pela classe política em uma imensa recessão que jogou os juros a patamares ainda superiores aos atuais e levou o Ibovespa a menos de 40.000 pontos. Naquele momento, as ações brasileiras estavam historicamente descontadas e havia uma imensa margem de segurança em vários ótimos investimentos, porém o mercado só tinha olhos para a renda fixa.

     As razões que levaram o mercado à euforia em 2008 são as mesmas que levaram o mercado ao desalento em 2016: a perpetuação para o futuro do momento presente, também chamado de viés da recência.

    Mais, recentemente, após uma série de reformas macroeconômicas e grande abundância de liquidez global, os juros brasileiros chegaram a apenas 2% em 2021, o que é algo inacreditável para um país que sempre teve problemas inflacionários e foi, por muito tempo, o paraíso da renda fixa. Naquele momento, não eram poucas as vozes que diziam que a renda fixa havia morrido no país, o que se mostrou uma grande piada.

     Nesse mesmo período, as empresas de crescimento, sobretudo de setores de tecnologia, estavam extremamente valorizadas na bolsa. Além do custo de capital muito baixo, essas companhias foram impulsionadas pelas restrições de locomoção decorrentes do Coronavírus e a percepção do mercado era que o futuro desses modelos de negócios era incrivelmente promissor. Bastou o custo de capital aumentar e as restrições de locomoção serem superadas para que essas mesmas companhias que supostamente dominariam a chamada “nova economia” tivessem desvalorizações gigantescas na bolsa.

     Como você pode perceber, a percepção do mercado é sempre que o futuro será uma extensão linear e perfeita do presente, porém, a realidade não funciona dessa maneira. Conforme exposto, podemos notar que os anos passam, mas o “modus operandi” do mercado continua basicamente o mesmo.

     Dessa maneira, temos que ter humildade diante da incerteza do momento, porém o investidor de longo prazo está diante de um ótimo momento de compra de ativos baratos e de ótima qualidade, seja para valorização do seu patrimônio financeiro ou para recebimento de renda passiva futura. 

     Apesar das incertezas, esses momentos de estresse macroeconômico, comumente vivenciados no Brasil, possibilitam espetaculares oportunidades de investimento, sobretudo na renda variável, para investidores com foco no longo prazo e com o mindset ajustado para surfar corretamente os ciclos de mercado. Saber aproveitar os ciclos de mercado, no fim das contas, pode ser um grande catalisador da independência financeira.

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Um excelente dia a todos e até a próxima!

Milton Rabelo

Analista CNPI 2444

@miltonrabelo.financas

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