Como sempre, a temporada de resultados dos bancos brasileiros foi aberta pelo Santander e os números, conforme esperado, vieram fracos, apesar de um pouco acima das expectativas. Os próximos resultados a serem divulgados serão do Bradesco, no dia 4 de maio, e também são esperados resultados pouco animadores, ao passo que Banco do Brasil e Itaú devem reportar números sólidos.
Conforme mencionado, espera-se que os resultados do Bradesco venham fracos em alguns dias, mas ainda assim, melhores do que os reportados no 4T22, quando o banco de Osasco provisionou 100% dos seus empréstimos à varejista Americanas.
Ainda assim, o lucro projetado pelo mercado para o banco, para o primeiro trimestre de 2023, é de R$3,748 bilhões, uma diminuição de 45,05% ante o mesmo período do ano passado, o que significa uma forte queda. Dessa forma, espera-se que apenas no segundo semestre do ano, haja o início da normalização da taxa de inadimplência e, consequentemente, do volume de provisões.
Por sua vez, o seu principal concorrente privado, o banco Itaú vem há um bom tempo com uma dinâmica forte de resultados e deve reportar um lucro para o 1º tri 2023 de R$8,444 bilhões, um aumento de 14,71% ante o 1º tri 2022. Vale ressaltar que esse número é mais do que o dobro do que o esperado pelo mercado para o Bradesco e Itaú tem conseguido realizar uma concessão muito assertiva de crédito, o que foi viabilizado por grandes investimentos em tecnologia.
Por fim, também são esperados fortes resultados para o Banco do Brasil, que se tornou um queridinho do mercado após os estelares resultados reportados nos últimos trimestres. Espera-se que o lucro do banco estatal, no primeiro trimestre de 2023, seja de R$8,402 bilhões, um aumento de 27,05% ante o 1º tri 2022, impulsionado pelo segmento do agronegócio, que possui boas margens e baixo nível de inadimplência.
Vale ressaltar também que a instituição estatal tem se consolidado como um dos maiores pagadores de proventos do segmento bancário e, apesar de suas cotações terem se valorizado nos últimos tempos, seus múltiplos ainda negociam a patamares bastante descontados. Isso pode ser explicado, largamente, em função dos riscos políticos que permeiam a instituição que é controlada pelo governo Federal. Apesar da retórica negativa do mercado, as sinalizações da nova CEO Taciana Medeiros, até o momento, são de continuidade da gestão anterior do CEO Fausto Ribeiro, que geriu o banco estatal de forma muito prudente.
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Milton Rabelo
Analista CNPI 2444