No mês de agosto de 2022, o resultado líquido do IRB RE Brasil foi negativo em R$164,7 milhões, uma reversão em relação ao lucro reportado no mesmo mês de 2021 de R$84,8 milhões. Vale ressatar, contudo, que, em agosto de 2021, o resultado foi impactado pelo efeito positivo de R$129,4 milhões, decorrente de registro do ganho de ação judicial referente ao PIS/PASEP. Já nos primeiros oito meses de 2022, o prejuízo líquido acumulado foi de R$516,4 milhões, uma piora em comparação ao prejuízo líquido R$168,9 milhões reportado no mesmo período de 2021.
Vale destacar também que, em agosto de 2022, o prêmio emitido pelo ressegurador totalizou R$524,9 milhões, uma redução de 30,1% em relação a agosto de 2021, composta pela diminuição do prêmio no Brasil de 16,2%, para R$380,9 milhões, e pelo decréscimo do prêmio no exterior de 51,3%, para R$143,9 milhões.
Já no acumulado dos primeiros oito primeiros meses de 2022, o prêmio emitido atingiu o montante de R$5.563,6 milhões, uma redução de 7,4% em comparação ao mesmo período do ano passado. As operações brasileiras apresentaram um crescimento de 4,5%, atingindo R$3.839,0 milhões, ao passo que houve uma diminuição das operações do exterior de 26,1% em relação ao mesmo período de 2021, alcançando R$1.724,6 milhões.
Por sua vez, no referido mês em análise, a despesa de sinistro foi de R$633,7 milhões, com índice de sinistralidade de 145,0%. Vale ressaltar que a despesa foi 18,8% superior à ocorrida em agosto de 2021, de R$533,7 milhões, que representou então sinistralidade de 84,6%.
Já no agregado anual até agosto de 2022, a despesa com sinistro totalizou R$3.765,8 milhões, 1,8% maior quando comparada ao mesmo período do ano anterior ao passo que o índice de sinistralidade acumulado no ano foi de 107,2%.
Por fim, a sinistralidade normalizada (excluindo efeitos dos eventos climáticos no segmento Rural e Covid no segmento Vida) dos oito meses de 2022 foi de 81,9%, uma diminuição frente aos 87,2% do mesmo período de 2021.
Como anda a situação financeira da companhia?
É interessante esclarecer que as instituições financeiras realizam suas atividades de acordo com o capital regulatório o qual assegura que elas terão liquidez para arcar com suas obrigações e, conforme mencionado acima, os últimos resultados divulgados pelo ressegurador vieram muito fracos. Dessa maneira, o IRB estava com os índices regulatórios muito pressionados, já que a cobertura de provisões técnicas da empresa piorou para R$ 730 milhões e a companhia registrou insuficiência do patrimônio líquido ajustado em relação ao capital mínimo requerido no montante de R$ 614 milhões.
Assim, diante da pressão dos índices regulatórios da companhia, no dia 25/08, o IRB divulgou em fato relevante a aprovação de uma nova oferta primária de ações, que buscava levantar aproximadamente R$1,2 bilhão. A conclusão da oferta aconteceu no dia 01/09 e o ressegurador conseguiu levantar o montante financeiro inicialmente pretendido, vendendo as suas ações a R$1,00. Com uma demanda ligeiramente superior à oferta, o papel saiu com um desconto de 28,5% em relação ao preço de fechamento do dia em questão, quando estava cotado a aproximadamente R$1,40.
É interessante pontuar que ao conseguir realizar a oferta a R$ 1,00, a empresa evitou o pior cenário possível de diluição, porém dois meses após o processo de subscrição, as cotações de IRBR3 continuam bastante pressionadas.
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Milton Rabelo
Cientista político e analista CNPI 2444