Em fato relevante, a B3 aprovou a realização da nona emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações da companhia, da espécie quirografária, em série única, para oferta pública de distribuição.
Nona Emissão de Debêntures – Série única com prazo de 6 anos:
• Montante total de R$1,70 bilhão, na data de emissão;
• Prazo de 6 anos com amortizações em duas parcelas iguais em out/29 e out/30;
• Pagamento semestral de juros a Taxa DI (Depósitos Interfinanceiros) acrescida de spread a ser definido de acordo com o procedimento de bookbuilding e limitado a 0,53% a.a.
Diante de um cenário positivo para captação de recursos no mercado de renda fixa local, a B3 decidiu reforçar sua posição de caixa com os recursos da emissão das Debêntures da Nona Emissão que serão utilizados para gestão ordinária dos negócios da companhia.
Revisão de Projeção
Como resultado da aprovação das Debêntures da Nona Emissão, a B3 revisou a sua projeção de nível de endividamento para 2024:
Por fim, vale destacar que as demais projeções da B3 para 2024 permanecem inalteradas.
Como foram os últimos resultados da B3?
O lucro líquido atribuído aos acionistas da B3 atingiu R$1.244,1 milhões, alta de 18,2% e 31,0% em relação ao 2T23 e 1T24, respectivamente. Excluindo os itens não-recorrentes destacados abaixo, o lucro líquido teria atingido R$1.226,6 milhões no trimestre, 5,0% acima do 2T23 e 8,5% acima do 1T24.
Já a receita líquida da bolsa brasileira atingiu R$2.727,2 milhões, alta de 10,1%, com crescimento em todos os segmentos da Companhia. Excluindo os efeitos da consolidação da Neurotech (que passou a ser consolidada apenas a partir de 12/05/23) e da reversão de provisões, explicada abaixo, o crescimento seria de 7,5% em relação ao 2T23, com receita total de R$2.648,3 milhões. Destaque para os desempenhos de derivativos de índice (8,0% da receita total) e derivativos listados (24,2% da receita total), além do contínuo desempenho positivo do segmento de Balcão. Vale mencionar que o 2T24 teve 63 dias úteis (vs. 61 no 2T23 e 1T24). Em relação ao 1T24, a alta na receita total foi de 10,6%.
O EBITDA recorrente totalizou R$1.769,1 milhões, alta de 8,4%. A margem EBITDA recorrente foi de 73,3%, queda de 26 bps. Em relação ao 1T24, houve aumento de 12,4% com expansão de 201 bps na margem.
Em derivativos listados, o cenário de volatilidade aliado às mudanças tarifárias feitas pela B3 no ano passado tiveram efeito positivo no desempenho do segmento, que apresentou volume médio diário negociado (ADV) de 8,2 milhões de contratos, um crescimento de 27,4% em relação ao 2T23. Vale destacar os contratos de juros futuros de DI, onde houve aumento de 40% no volume em relação ao mesmo trimestre de 2023.
No mercado de balcão, o patamar elevado das taxas de juros no Brasil continuou estimulando o mercado de renda fixa no Brasil, com reflexos no desempenho do segmento de Balcão, que apresentou crescimento significativo no estoque dos produtos de captação bancária (alta de 25,8% vs. o 2T23), e de outros instrumentos como certificados de recebíveis, letras de crédito e cotas de fundos.
Por outro lado, o cenário de incertezas em relação ao campo macroeconômico e juros altos continuaram tendo efeitos adversos no segmento de Ações e Instrumentos de Renda Variável, com o volume financeiro médio diário negociado (ADTV) em ações totalizando R$23,9 bilhões no 2T24, queda de 11,2% vs. o 2T23. Na comparação com o trimestre anterior, o ADTV mostrou leve recuperação, com alta de 1,2%. Vale notar que, no primeiro semestre, mesmo diante de um cenário desafiador, o ADTV se manteve no patamar próximo a R$ 24 bilhões, demonstrando a maturidade e resiliência do mercado de capitais no Brasil.
Nos outros segmentos, destacam-se os crescimentos de 33,9% da receita da Unidade de Infraestrutura para Financiamentos, que totalizou R$151,0 milhões, impactada pelo cenário favorável no mercado de veículos e pelo programa Desenrola, que terminou em maio, e de 11,5% da receita de Tecnologia, Dados e Serviços, que somou R$527,5 milhões, refletindo a consolidação de Neurotech, o crescimento do número de clientes acessando as plataformas de Balcão e o reajuste anual pela inflação dos serviços de tecnologia.
O resultado financeiro foi negativo em R$38,8 milhões no 2T24. As receitas financeiras atingiram R$424,0 milhões, queda de 2,5%, explicada por um menor CDI médio no período. Em relação ao 1T24, a queda de 4,6% também é atribuída ao menor CDI médio e ao menor saldo médio de caixa (próprio e de terceiros). A redução no caixa próprio reflete, principalmente, (i) o pagamento da 1ª série da 5ª emissão de debêntures em mai/24, no montante de R$1,6 bilhão, e (ii) a execução do Programa de Recompra 2024/2025 da Companhia
Por fim, as despesas somaram R$729,1 milhões, queda de 15,1%, devido principalmente ao término da amortização dos intangíveis reconhecidos na combinação com a Cetip. As despesas ajustadas, que não consideram, entre outros, depreciação e amortização, apresentaram crescimento de 11,9%.
E você investe nas ações da B3 Posta aqui abaixo nos comentários!
- Milton Rabelo
- Analista CNPI 2444
- @miltonrabelo.financas