Reajuste dos planos de saúde

Hoje (12), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou o reajuste máximo de 9,63% no preço dos planos de saúde individual e familiar regulamentados. Assim, há um limite para o reajuste por parte das operadoras, que neste caso, é de 9,63%. 

O percentual máximo de reajuste será válido para o período de 1º de maio de 2023 a 30 de abril de 2024. O aumento anual é aplicado pelas operadoras na data de aniversário dos contratos (mês da contratação dos serviços), sendo assim, é necessário que o beneficiário fique atento à cobrança.  

O valor foi definido e aprovado durante reunião dos diretores da ANS. Vale destacar que o tal aumento é aplicado apenas planos de saúde individual e familiar regulamentados, não envolvendo os planos coletivos, sejam eles empresariais ou por adesão.

Analisando o histórico, em 2022, a ANS anunciou o maior aumento desde 2000. Sendo de 15,5%, esse aumento também compensou o reajuste negativo de 8,19% em 2021. Em meados para o final de 2021 e 2022, observamos a retomada da utilização dos planos de saúde por parte dos beneficiários. E esse aumento também veio acompanhado de aumento dos custos e insumos. 

Considerando esses fatores acima citados, “o índice definido pela ANS para 2023 reflete a variação das despesas assistenciais ocorridas em 2022 em comparação com as despesas assistenciais de 2021 de beneficiários de planos de saúde individuais e familiares”, explicou o diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello.

A ANS explicou porque não é correto comparar índice de reajuste com índice de inflação. De acordo com a Agência, os índices de inflação medem a variação de preços de produtos e serviços. Já os índices de reajuste de planos de saúde são “índices de custos”, pois medem a variação combinada não somente de preços, mas também de quantidades consumidas. Dessa forma, o percentual calculado pela ANS considera aspectos como as mudanças nos preços dos produtos e serviços em saúde. Assim como as mudanças na frequência de utilização dos serviços de saúde.

O reajuste esperado

De acordo com a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), o reajuste esperado estava entre 10% a 12%. Esse já era o esperado e até comentado em outros momentos oportunos, pois se sabia que o aumento não iria ser como o do ano passado. As operadoras de saúde já estavam aumentando o preço dos planos de saúde não regulamentados em, aproximadamente, 11%. Agora, para os individuais, o aumentou chegou, o que deve ajudar as operadoras a aliviarem um pouco o seu operacional. Fala-se em uma alívio porque as dificuldades não chegaram ao fim, pois há outras questões operacionais que impactam esse tipo de empresa, como as despesas financeiras, por exemplo. 

Vale destacar que os custos devem permanecer elevados e os níveis de utilização também. Já estava sendo visto no setor uma redução do número de beneficiários. Porém, a maior parte já se deu devido aos fatores macro, como renda, então, esse aumento de preço não deve afetar tanto nessa variável. Como cancelamentos dos planos de saúde. 

Assim, devemos visualizar números melhores para as operadoras de saúde a partir do segundo semestre de 2023. Principalmente, combinando com o aumento que já estava sendo visto nos planos de saúde não regulamentados. É interessante que o investidor fique de olho não apenas nessa variável, mas também nos demais fatores. Inclusive, inflação e taxa de juros, pois diante da melhora do macro, essas empresas conseguem acompanhar melhor a tendência de recuperação. 

Até a próxima, 

@profacaritsamoreira

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