O ano de 2022 para o setor automotivo não foi nada fácil. A crise dos semicondutores foi o principal gargalo, seguido de alguns fatores, como o crédito, que largaram mais ainda o problema para o setor.
Diante das dificuldades e do cenário instalado, o mercado foi reduzindo suas projeções para o setor, até ficarem mais alinhadas com o que vinha sendo entregue.
O lado bom é que em 2022 não houve piora, mas uma melhora gradual da situação crítica em que o setor se encontrava. Desse modo, como estamos em janeiro de 2023, torna-se relevante identificarmos como o ano de 2022 foi fechado para o automotivo.
De acordo com Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o ano de 2022 fechou com 2,37 milhões de unidades produzidas no Brasil, o que representa um aumento de 5,4% sobre 2021. Vale destacar que a Anfavea havia projetado 4% de crescimento.
De acordo com a entidade, a redução nas paralisações de fábricas no segundo semestre, bem como a melhora gradual no fluxo de componentes eletrônicos favoreceu o melhor desempenho.
Já as vendas de veículos, estas tiveram queda de 0,7% em 2022, registrando 2,10 milhões de unidades emplacadas contra 2,11 milhões em 2021.
As exportações fecharam 2022 com desempenho positivo, aumento de 27,8% comparado com 2021, sendo 480,9 mil unidades comercializadas no mercado externo.
De acordo com a Anfavea, o gradual crescimento dos embarques para todos os outros mercados latino-americanos, sobretudo o México, Colômbia e Chile, contribuíram significativamente para esse resultado vindo do exterior.
De acordo com a Anfavea, a projeção para a produção (comparação com 2022) é de 2,42 milhões de unidades de veículos, representando aumento de 2,2%. Já nas vendas o aumento deve ser de 3%, atingindo 2,17 milhões de unidades. Diante dos gargalos para o setor externo, as exportações devem alcançar as 467 mil unidades, representando uma queda de 2,9%.
Apesar dos pesares notamos que o setor automotivo conseguiu entregar um bom resultado em 2022. Espera-se que em 2023 consiga manter o ritmo, mesmo que lento, da recuperação. Afinal, não são gargalos apenas dos semicondutores, mas também da economia, como o crédito mais caro.
De acordo com o presidente da Anfavea, Leite, a questão do crédito é o tema mais urgente, pois o setor necessita de juros mais baixos para atrair mais compradores para os veículos novos, sobretudo os modelos de entrada. Também reforçou que temas como a reindustrialização e a descarbonização impõem desafios e oportunidades.
Sobre os investimentos nas empresas do setor automotivo, é interessante focar nas que apresentam bons fundamentos para superar os momentos de crise e “andar” quando o setor for apresentando sinais de recuperação. Empresas que possuem diversidade geográfica e de produtos, são caracterizadas como mais defensivas. Então, analise os fundamentos e faça as melhores escolhas.
E você? Acompanhou o cenário automotivo em 2022? E em 2023, quais são suas apostas? Foque em explorar o mercado financeiro. Abaixo você pode fazer comentários sobre esse conteúdo ou deixar suas dúvidas.
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Caritsa Moreira
