Não é de hoje que o setor automotivo vem passando por dificuldades. Desde 2020, as montadoras sofreram paradas, seja por falta de matéria-prima ou mesmo pelos surtos de Covid-19.
Ao longo de 2022 até que conseguimos visualizar algum avanço no setor, claro, longe de atingir o período de pré-pandemia. Na produção, o aumento foi de 5,4% quando comparado com o de 2012. Nas vendas o aumento foi de 4,9% sobre 2021. Os níveis de produção e venda estão abaixo de, aproximadamente, 20% em relação a 2019.
Quando Márcio de Lima Leite, atual presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), anunciou uma projeção de crescimento de apenas 4% para as vendas do setor automotivo brasileiro em 2023, e 2% para a produção, o mercado ficou surpresa. Afinal, parecia que o pior havia passado.
Pois é, a conta do aperto do cenário macroeconômico chegou. Depois da Volkswagen, General Motors (GM), Mercedes-Benz, Stellantis e Hyundai anunciaram a suspensão temporária da produção, alegando a falta de componentes eletrônicos e os juros elevados.
Dessa vez, o principal gargalo é a redução na demanda derivada da restrição do crédito. De fato, diante de todo o cenário, não visualizamos mudança no curto prazo para o setor, corroborando com a ideia de que a Anfavea nem foi tão conservadora assim.
A Anfavea sempre ressalta que sempre faz a chama ao governo para fomentar o mercado automobilístico e estabelecer a cadeia produtiva local. O atual Presidente do Brasil, Lula, diz que chamará a indústria automotiva para conversar e cobrar maior produção nacional.
Para a frente, apostam no crescimento dos carros eletrificados, que já registraram 8,8 mil unidades emplacadas, 45% maior comparado ao mesmo período de 2022. No primeiro bimestre de 2023 tivemos um leve aumento na produção quanto nas vendas. Já os ônibus apresentaram números melhores para produção e vendas. E os caminhões e ônibus seguiram tendência de queda na produção, mesmo que as vendas tenham sido mais aquecidas. A redução na produção dos pesados já contempla os possíveis reajustes de preços devido às mudanças de regra de emissões para o Proconve P8.
Diante do contexto, empresas mais expostas à produção e venda de veículos leves sentirão maiores dificuldades. Enquanto empresas que possuem um mix maior produtos/mercado, e menor exposição ao veículos leves, tendem a superar melhor esse novo momento de crise.
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Caritsa Moreira