A maior blockchain descentralizada open source do mundo capaz de executar contratos inteligentes e aplicativos descentralizados acabou de passar por uma das suas maiores atualizações.
Isso quer dizer que com a ativação do The Merge, a rede Ethereum deixou de utilizar sua prova de consenso Proof-of-Work (PoW) para implementar um novo modelo mais eficiente energeticamente chamado Proof-of-Stake (PoS).
No entanto, agora que os ânimos já se deprimiram e sabemos que tudo ocorreu bem nesta migração de prova de consenso, qual será o próximo passo da equipe de desenvolvedores da rede Ethereum?
Primeiro, para entendermos os próximos passos é necessário esclarecermos alguns equívocos que ocorreram com esta atualização.
E o primeiro deles diz respeito às taxas de transação da rede.
Afinal, escalabilidade ainda é uma das limitações do estado atual da rede Ethereum, e mesmo após o The Merge, períodos de alta demanda ainda continuarão aumentando e muito o tempo de transação e as taxas da rede, que por consequência, inviabilizará as atividades dos usuários de varejo.
Ou seja, é importante esclarecer que o The Merge não altera em nada a escalabilidade da Ethereum, o principal objetivo do The Merge foi mudar permanentemente o antigo mecanismo de consenso da rede Ethereum de Proof-of-Work (PoW) para Proof-of-Stake (PoS) a fim de melhorar a eficiência energética da rede em até 99,95%.
Claro, com está atualização, menos tokens serão emitidos como recompensas para os validadores, que por consequência, com a atividade da rede alta e a implementação da atualização EIP 1559 no ano passado, existe um enorme potencial da política monetária da rede se tornar deflacionária, ou seja, queimar mais tokens do que a quantidade de tokens emitidos.
No entanto, o que esperar daqui em diante?
O roadmap da Ethereum consiste em um conjunto de atualizações que pretendem melhorar a escalabilidade, segurança e sustentabilidade da rede.
Embora cada um esteja sendo trabalhado de forma paralela, eles ainda possuem certas dependências entre si que acabam por determinar a ordem de quando serão implementadas.
Dito isso, os desenvolvedores da rede Ethereum possuem um roadmap bem específico como irão alcançar está eficiência máxima da rede e o próximo passo para a escalabilidade.
O The Merge marcou a fase 1 desta série de atualizações que ainda estão por vir, e agora, a estimativa é que entre 2023 e 2024, a fase 2, seja implementada.
Mas, vale ressaltar, que o The Merge realizado hoje, por exemplo, ocorreu após cinco anos de atrasos e mudanças no roadmap da Ethereum, ou seja, ainda há espaço para mudanças.
Por fim, após o The Merge, Vitalik, Cofundador da Ethereum, considera que a mesma está apenas cerca de 55% completa.
E, portanto, a próxima fase se daria início ao modelo de sharding, conhecido popularmente também como a atualização “The Surge”.
Os shards ou em português fragmentação, darão ao Ethereum mais capacidade de armazenar e acessar dados, dividindo o banco de dados atual de forma horizontal para melhor redistribuir a capacidade de armazenamento.
Esse modelo funcionará sinergicamente com os protocolos de segunda camada (layer 2) rollups, dividindo o fardo de lidar com grandes quantidades de dados e descongestionando a rede.
“O Ethereum hoje pode processar cerca de 15 a 20 transações por segundo. Este Ethereum, incluindo os rollups, incluindo o sharding […] será capaz de processar 100.000 transações por segundo”, disse Buterin.
Ou seja, a próxima grande atualização da rede Ethereum aumentará a capacidade de transações por segundo da rede em até 100.000 TPS e diminuirá consideravelmente as taxas de transação.Além, de reduzir os requisitos de hardware para executar um node, aumentando assim a participação e segurança da rede, afinal, com a implementação do modelo de sharding, qualquer usuário poderá executar um node Ethereum em um notebook de entrada ou smartphone.
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Felipe Fernandez
CNPI 2377
