15:00 – Decisão da Taxa de Juros (Federal Reserve)
18:30 – Decisão da Taxa de Juros (Banco Central do Brasil)
Nesta quarta-feira (16), a atenção dos investidores está totalmente focada para as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc).
No cenário interno, a expectativa do mercado é de uma alta de 0,75 ponto percentual na Selic, levando a taxa de juros para 4,25% ao ano. Entretanto, vale destacar que o ambiente desde a última reunião do Copom mudou consideravelmente, uma vez que a economia brasileira começou a mostrar dados acima da expectativa e levou diversas instituições a revisarem rapidamente o PIB para cima.
Em conjunto, o último dado de inflação divulgado surpreendeu negativamente. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,83% em maio, ficando acima da expectativa do mercado que esperava uma alta de 0,71%. No acumulado de 12 meses, a inflação atingiu 8,06%.
Vale destacar que o núcleo de inflação (desconsidera choques temporários) está acelerando, o que preocupa pelo fato de indicar que nossa inflação talvez não seja tão temporária como o próprio Banco Central vem afirmando. Além disso, com a flexibilização das restrições ao longo do segundo semestre deste ano, a inflação de serviços que ficou bastante tempo baixa pode acelerar um pouco mais.
Nesse contexto, considerando uma economia brasileira acelerando e uma inflação acima das expectativas, começaram a surgir apostas que a taxa de juros pode subir 1,00 ponto percentual. No gráfico abaixo, podemos visualizar que na última semana houve um aumento na probabilidade do Banco Central subir 1,00 p.p., enquanto a probabilidade de 0,75 p.p. registrou queda.
Preço de Referência (Probabilidades) – Linha Azul (+0,75 p.p.), Linha Cinza (+1,00 p.p.)
Fonte: B3
Entretanto, apesar da mudança no cenário econômico interno desde a última reunião do Copom, acreditamos que é extremamente difícil o Banco Central elevar a Selic em 1,00 ponto percentual, visto que quebraria um pouco a confiança do mercado em relação à comunicação do BC.
Portanto, esperamos que o Banco Central eleve a taxa de juros em 0,75 p.p. e direcione um novo aumento na mesma proporção para a próxima reunião. Além disso, vale a atenção para a possibilidade do Banco Central retirar o trecho que fala sobre o “ajuste parcial”, o que deixaria o caminho aberto para uma Selic em torno de 6,00% ainda em 2021.
No cenário externo, a expectativa é de manutenção das taxas de juros na faixa entre 0% e 0,25%. Entretanto, vale ficar atento para a possibilidade do Banco Central americano (FED) alterar a compra de US$ 120 bilhões por mês em ativos.
Em um cenário de inflação acima das expectativas, as discussões sobre a possibilidade do FED antecipar a alta de juros começam a ficar mais fortes.
Por fim, podemos visualizar que o dia será bastante agitado de informações que são extremamente importantes para direcionar o rumo dos mercados no curto/médio prazo.