Nos últimos anos e, sobretudo a partir da pandemia, a qual impôs severas restrições de circulação entre as pessoas, o acesso dos brasileiros aos serviços bancários foi bastante impulsionado de bancos digitais.
É válido mencionar que as fintechs foram responsáveis pela bancarização de uma grande leva de pessoas que antes estavam excluídos dos serviços dos bancos tradicionais, sobretudo aqueles mais jovens e menos endinheirados, com destaque para as classes D e E.
A partir disso, era cada vez mais frequente a dúvida no imaginário dos investidores se os grandes bancos seriam engolidos pelos players digitais, que proporcionam serviços de conta corrente e cartões de crédito, na maior das vezes, gratuitos.
No entanto, a depender dos resultados dos últimos trimestres dos grandes bancos, a resposta para essa indagação do mercado é um retumbante “NÃO”, com a instituições financeiras incumbentes reportando lucros cada vez maiores.
Além disso, é interessante destacar que o setor bancário historicamente é um grande pagador de dividendos já que existem instituições de grande porte no Brasil que até pelo estado de maturidade dos seus negócios tendem a retornar bastante capital aos acionistas por meio de proventos.
No entanto, por questões regulatórias, durante a pandemia, os bancos foram impedidos pela autoridade monetária de distribuir mais do que 30% dos seus lucros à base de acionistas.
A medida tinha como objetivo a preservação do capital dos bancos para que eles pudessem conceder crédito e ter base para absorção de eventuais perdas. Umas das consequências de todo esse contexto de crise sanitária e restrições regulatórias foi um baixo nível de distribuição de proventos aos acionistas de empresas bancárias em 2020 e 2021.
Porém, a partir do fim do ano passado, as circunstâncias mudaram e parte do setor já está realizando uma distribuição de proventos a níveis animadores, mesmo que cada instituição tenha a sua própria dinâmica.
O Banco do Brasil, por exemplo, no último resultado divulgado referente ao segundo trimestre de 2022, reportou números extraordinários, sendo possivelmente o banco mais atrativo para o recebimento de dividendos no momento.
A taxa de pagamento (payout) do Banco do Brasil é de 40% dos seus lucros e o dividend yield das ações do banco estatal chegou a 8,4% nos últimos 12 meses. É interessante destacar que o risco político que paira sob empresas estatais, como o Banco do Brasil, termina impulsionando o dividend yield da referida instituição financeira.
O Santander, por sua vez, está distribuindo aproximadamente 55% do lucro e seu dividend yield nos últimos 12 meses está em aproximadamente 9%, um patamar também bastante razoável. Bradesco e Itaú, por outro lado, continuam distribuindo poucos dividendos às suas respectivas bases de acionistas.
Ao passo que o Bradesco opera com um payout de 35% e um dividend yield de 3,63%, o Itaú tem distribuído apenas 25% dos seus lucros aos acionistas, possuindo um dividend yield de 3% nos últimos 12 meses, já que está realizando um forte programa de investimentos.
Por fim, vale ressaltar que é natural que empresas e setores, de maneira geral, apresentem flutuações na distribuição de dividendos.
Em muitos casos, as companhias passam períodos durante os quais realizam investimentos para que, posteriormente, em outras circunstâncias de mercado, possam distribuir proventos mais robustos para sua base de acionistas.
A perspectiva para os bancos incumbentes, de maneira geral, continua muito positiva.
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Milton Rabelo
Analista CNPI 2444