Atualmente, o mundo vive uma dicotomia entre discutir os níveis de inflação e a desaceleração da economia. A questão chave é entender quando o mundo vai sair da narrativa de subir juros com objetivo de controlar a inflação para a narrativa de recessão e menores juros.
No Brasil, o mercado de crédito vem sendo bastante pressionado e o gestor Luis Stuhberger citou em relatório recente da Verde Asset que há sinais de um incipiente credit crunch (crise de crédito) atingindo a nossa economia. No mundo, o setor bancário vem passando por uma grande turbulência. Conforme podemos visualizar na imagem abaixo, a curva de juros futura nos Estados Unidos está precificando uma taxa de 3,6% no final do ano, ou seja, podemos estar mais próximos do que o esperado do fim do ciclo de alta e início da redução.
No Brasil, a expectativa do mercado de juros está mais agressiva do que a das principais instituições financeiras.O movimento da curva de juros foi de queda relevante nas últimas semanas, apontando para uma Selic entre 11,75% e 12% no final do ano, com os cortes iniciando entre maio e junho.Mesmo considerando um arcabouço fiscal crível e a pressão no mercado de crédito brasileiro, fica difícil imaginar uma redução na taxa de juros na reunião de maio. Isso porque os núcleos de inflação permanecem elevados e estamos rodando com um IPCA de 0,50% ao mês (~6% acumulado do ano), níveis bem acima da nossa meta.
Por hora, continuamos aguardando o arcabouço fiscal e o desenrolar do cenário internacional para entender melhor a direção da nossa taxa de juros nas próximas reuniões.
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Lucas Lima