Conforme já esperado pelo mercado, o Comitê de Política Monetária (COPOM) decidiu manter a taxa de juros em 13,75% ao ano. A grande dúvida do mercado estava relacionada com o tom do comunicado divulgado, visto que houve uma mudança relevante no cenário externo e interno em termos de instabilidade financeira e concessão de crédito.
A decisão e o comunicado do Banco Central apenas seguiu o livro texto do regime de metas de inflação. A teoria também vem sendo seguida pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo Banco Central Americano (FED). Portanto, enquanto não houver um alívio em relação às expectativas de inflação, principalmente para prazos mais longos (2023-2024), não haverá redução na taxa de juros.
Apesar de apenas seguir o que manda o livro texto base, o mercado esperava uma postura mais leve do Banco Central, principalmente por conta da crise de crédito que estamos visualizando. Na curva de juros estava precificado um corte de 0,25 p.p. no mês de junho, algo que deve ser ajustado no próximo pregão. Algumas instituições financeiras já estavam projetando corte de juros no mês de maio. Portanto, claramente houve uma decepção do mercado em relação ao comunicado do Banco Central.
O Copom deixou claro que o risco de alta na inflação está ligado também à falta do arcabouço fiscal claro para entender a trajetória da dívida pública. Por outro lado, destacou que uma desaceleração mais forte no mercado de crédito pode impactar negativamente a economia e levar a uma menor expectativa de inflação.
Por fim, o Banco Central reforçou que pode retomar o ciclo de alta caso a inflação não der trégua.
Para maiores dúvidas e esclarecimentos conte com o time da VG Research, siga a gente nas nossas redes.
Lucas Lima
