Confirmando as expectativas, Fed realiza novo aumento na taxa de juros

Foi realizada na quarta-feira, 3, a Federal Open Market Committee (FOMC), reunião do comitê do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, sendo que de forma unânime foi confirmada a expectativa de mercado com um aumento de 0,25 ponto percentual. Dessa forma, a nova taxa de juros (Fed fund rate) é de 5,00% a 5,25%, maior nível desde 2007.

A grande novidade em seu comunicado oficial foi a informação de que o Banco Central irá continuar monitorando as informações e dados econômicos de perto e irá avaliar suas implicações para as próximas decisões. Dessa forma, o plano do Fed para a reunião de junho será de manutenção da taxa de juros, a não ser que novos dados econômicos, como um aumento além do esperado da inflação, indiquem piora do cenário atual. Reiterou o foco do comitê em manter a inflação dentro da meta de 2%, talvez reduzindo novas discussões que propunham uma alteração na meta da inflação do país.

Jerome Powell enfatizou sobre o aumento significativo de 5,00% na taxa de juros em apenas 14 meses, considerado como uma medida altamente restritiva para o combate à inflação. Com isso, sobre a possibilidade de manutenção da taxa de juros, Jerome Powell, presidente do Fed, fez questão de enfatizar que as decisões serão tomadas reunião a reunião. Além disso, as condições de crédito mais restritas imposta pela crise bancária também terão efeito na economia americana.

Sobre o mercado de trabalho, Powell destacou sobre a resiliência do mercado de trabalho americano, pois mesmo com o desaquecimento da economia e queda da inflação nos últimos meses, o índice de desemprego permanece em patamar historicamente baixo. Segundo Powell, com sorte a inflação voltará sem um aumento de desemprego, o que seria algo histórico e nunca visto.

Com relação à situação dos bancos, apesar de ser consenso para o Fed de que a situação bancária permanece forte, a principal fala a respeito da condição bancária dos Estados Unidos foi a de que é um compromisso dele e do comitê para que a supervisão e controle dos bancos será revisada, a fim de garantir maior segurança aos bancos e seus clientes e de que novos casos como o de março não ocorram. Destacou a respeito da velocidade dos acontecimentos até a falência do Silicon Valley Bank.

Talvez a fala mais dura de Powell foi sobre a possibilidade de redução nos juros ainda em 2023: Powell não acredita nesta possibilidade, pois são precisos dados econômicos mais seguros de que a inflação está convergindo para meta. Este ponto importante para o mercado, pois ainda há a expectativa de que os juros irão cair em 2023.

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Guilherme Morais

Analista CNPI 2682

@guilhermeammorais

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