Fed: mercado observa dados macroeconômicos e espera decisão

O mercado desde a semana passada tem acompanhado de perto os dados econômicos relativos ao mês de agosto para prever qual será a decisão do Federal Reserve (Fed) em sua reunião que será na próxima quarta-feira. Passados os dados do mercado de trabalho que indicaram desaquecimento da economia, nesta semana foram divulgados dados de inflação, vendas do varejo, além da decisão do Banco Central Europeu e notícias relativas à economia chinesa.

Alta nos preços

Na quarta-feira foi divulgado o índice Consumer Price Index (CPI), sendo que foi registrada alta nos preços no mês de agosto em 0,6%, dentro do esperado, devido a alta recente do petróleo, sendo que o índice de combustível apresentou alta de 10,6% em agosto, acima dos 0,2% registrados em julho. Com isso, o CPI acumulado nos últimos 12 meses foi de 3,7%. Destaco a alta acumulada de 7,3% em moradia que ainda chama atenção, pois este item possui peso de mais de 40% no índice.

Já a inflação núcleo, também denominada de core, que desconsidera a alta de energia e alimentos, apresentou alta de 0,3%, acumulando alta de 4,3%. O destaque positivo foi a queda em relação ao mês de julho que estava em 4,7%. 

Producer Price Index (PPI)

Outro índice de inflação divulgado foi o Producer Price Index (PPI), que mede a inflação de preços do produtor. O índice avançou 0,7% em agosto, contra a expectativa de um aumento registrado em julho de 0,4%. Entretanto, considerando o acumulado dos últimos 12 meses é de 1,6%, registrando uma queda considerável desde o agosto de 2022 que apresentou alta de 8,7%.

Vendas de Varejo

As vendas de varejo no mês de agosto também vieram acima das expectativas, não apenas evidenciando a força da economia americana, mas também os principais setores que foram o de saúde e cuidados pessoais, com alta de 7,8% e alimentos e bebidas com alta de 8,5%

Cenário Internacional

Saindo dos Estados Unidos, a surpresa para uma parcela do mercado foi o anúncio pelo Banco Central Europeu (BCE) em um novo aumento nos juros em 0,25 p.p, com isso, os juros na Europa chegam ao patamar de 4,50%. Por fim, o noticiário envolvendo a China a probabilidade de desaquecimento de sua economia continua em alta, pois afeta o crescimento de diversos outros países. A expectativa é a de que o governo chinês divulgue programas para estimular a economia local.

Com isso, o mercado aguarda a decisão do Fed, sendo que o consenso é o de manutenção na taxa de juros. Entretanto, a alta no preço do petróleo pode ser um motivo para o Banco Central americano deixar uma porta aberta para um novo aumento nos juros em novembro.

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Guilherme Morais

Analista CNPI 2682

@guilhermeammorais

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