Depois de um 4T23 com resultados bastante fracos e de um 2023, de forma geral, muito desafiador, o Bradesco divulgou um guidance mais positivo para 2024. No qual projeta uma expansão relevante da sua carteira de crédito e da sua margem financeira total, que tem estado pressionado pelas restrições de concessão de crédito promovidas pelo banco de Osasco.
Marcelo Noronha, o novo CEO da instituição empossado em novembro, afirmou que 2024 será um ano de transição. “Estamos absolutamente confiantes em nossa capacidade de execução das novas iniciativas, que vão elevar o potencial de lucratividade nos próximos anos”, pontuou o presidente da instituição.
A faixa média do guidance proposto pelo Bradesco implica num lucro de aproximadamente R$18 bilhões para 2024. O qual seria uma melhora em relação a 2023, que foi o ano mais desafiador enfrentado pela instituição nos últimos anos.
Diante do cenário, a evolução dos resultados do banco de Osasco dependerá de uma implementação bem-sucedida do novo plano estratégico elaborado para os próximos 5 anos. Sendo ele focado na melhora da rentabilidade e no aperfeiçoamento da estrutura de tomada de decisões da instituição.
Como foram os últimos resultados do Bradesco?
No 4T23, o Bradesco reportou um lucro líquido recorrente de R$2,878 bilhões, redução de 37,7% na comparação trimestral e aumento de 80,4% na comparação anual. Ao passo que, no acumulado de 2023, ele totalizou R$16,297 bilhões, uma diminuição de 21,2% em relação a 2022.
Por sua vez, no 4T23, o retorno sobre o patrimônio líquido foi de 10% no, retração de 1% na comparação trimestral e de 3,1% na comparação anual.
No período em análise, a margem financeira bruta do banco foi de R$16,128 bilhões, um aumento de 1,7% na comparação trimestral e de diminuição de 3,3% na comparação anual. Ao passo que, no acumulado anual, ela atingiu R$65,196 bilhões, uma diminuição de 1,8% em relação ao ano passado.
É interessante apontar que a margem com clientes ainda se encontra bastante pressionada, mas a margem com o mercado reportou uma evolução significativa.
Por seu turno, as despesas de PDDs (Provisões para Devedores Duvidosos) totalizaram R$10,524 bilhões, no trimestre, elevação de 14,5% na comparação trimestral e redução de 29,3% na comparação anual. Vale apontar que, no acumulado anual de 2023, elas totalizaram R$39,545 bilhões, aumento de 22,5% em relação a 2022.
De acordo com o banco, as safras mais recentes apresentam uma qualidade de crédito superior às mais antigas e o aumento das provisões no trimestre. Sendo está relacionado às maiores despesas de clientes do segmento de atacado.
O índice de inadimplência
O índice de inadimplência superior a 90 dias atingiu 5,1% em dezembro de 2023, queda de 0,5% no trimestre e aumento de 0,8% no ano. O segmento de PF tem apresentado estabilidade na base anual e trimestral. Sendo que houve um aumento no segmento de PJ de 0,1% em relação ao trimestre anterior.
Apesar do número ainda elevado, houve uma melhora no indicador acima de 90 dias pelo segundo trimestre consecutivo. Impulsionada pela redução gradual nos segmentos de Pessoas Físicas e Micro, Pequenas e Médias empresas, refletindo a qualidade das novas safras que tendem um menor nível de atraso.
Índice de Cobertura
Já o Índice de Cobertura, no período em análise, foi de 264%, uma elevação de 25% na comparação trimestral e uma queda de 46% em relação ao 4T22. A evolução ocorrida nessa linha, nos últimos dois trimestres, aconteceu como resultado das novas safras que são menos arriscadas. Além disso, o banco destacou que 60% da carteira em atraso acima de 90 dias já se encontra 100% provisionada.
Já o NPL Creation, que se refere à carteira baixada para prejuízo por inadimplência acima de 90 dias, totalizou R$8,066 bilhões. No qual houve uma redução de 19,2% na comparação trimestral e em estabilidade na comparação anual. Além disso, o NPL formation recorrente e a carteira de crédito atingiu 1,3% no período em análise, redução de 0,3% no trimestre e elevação de 0,1% no ano.
Já as despesas gerais atingiram R$14,93 bilhões no 4T23, aumento de 11,2% em três meses e de 10,7% em doze meses. Ao passo que, no acumulado anual, elas totalizaram R$54,23 bilhões, aumento de 10,4% em relação a 2022.
Por fim, no período em análise, a operação de seguros reportou um lucro líquido recorrente de R$2,486 bilhões. Tendo um aumento de 5,6% na comparação trimestral e de 32,2% na comparação anual. Ao passo que, no consolidado anual, ele foi de R$8,9 bilhões, elevação de 32,2% em relação a 2022.
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Analista CNPI 2444